Antonio Nunes de Souza*
Vou
começar contando uma parábola oriental bem interessante, para que seja um ótimo
exemplo do ponto que desejo chegar:
Conta-se
que um grande milionário chinês tinha onze filhos, e eles, mesmo trabalhando
todos cuidando das riquezas e propriedades, como o pai já estava ficando
debilitado pela idade, cada um dos filhos passou a planificar o que faria com
sua parte da herança, assim que o pai morresse, sendo que cada um tinha seu
plano diferenciado, que causavam certas divergências. E quando essa notícia
chegou aos ouvidos do pai, esse, sabiamente, chamou e reuniu todos os filhos,
pois gostaria de lhes mostrar algo. Aí, com todos sentados em sua volta, o
velho senhor, pegou junto a arco que ornamentava a parede, naquele recipiente
que guarda as flechas, retirou uma e entregou a um dos filhos, e pediu que a
quebrasse. O filho, mesmo sem entender, olhou para os lados e, prontamente, sem
fazer muita força, partiu a longa flecha. Em seguida o pai voltou a falar,
dizendo que ele fosse passando os pedaços para seus irmãos, pedindo que cada um
quebrasse um pedaço. Sem nada entenderem, imaginando que o pai estivesse sem
lucidez, obedeceram o estranho pedido. Terminada essa etapa, o inteligente e
experiente homem, voltou a parede e pegou onze flechas, as juntou, amarrou com
um forte cordão e, novamente, entregou ao primeiro filho, dizendo: Quebre por
favor, e vá passando para seus irmãos!
O
filho fez a maior força e não conseguiu, e as flechas foram passando para
todos, chegando ao último sem sofrer nem uma simples rachadura. Ainda mais
espantados, perguntaram em coro, qual a razão dessa brincadeira esquisita meu
querido pai?
Aí
o velho pai explicou: Estou à beira da morte e quis mostrar para vocês, que
quando isso acontecer, se vocês se separarem se tornarão fracos como a primeira
flecha, que foi quebrada em pedacinhos. Porém, se forem sábios e se conservarem
unidos, continuarão fortes e crescerão cada vez mais, sendo muito melhor para
todos. Espero que tenham entendido a minha intensão e o meu desejo, para quando
partir. Os filhos se olharam e, com carinho e amizade, se abraçaram todos,
prometendo que assim fariam!
E
assim é que devemos fazer em todas situações, por mais adversas que sejam,
principalmente dentro da política, pois, “somente com união é que cresce uma
nação!”
Estamos
vendo agora várias regiões, principalmente sul e sudeste, sofrendo as agruras
do inferno, com destruições alagamentos nunca vistos, milhares de pessoas
desabrigadas, centenas desaparecidas e mortas, milhares de animais mortos,
abandonados e ilhados, dezenas de cidades completamente submersas,
transformando essas regiões em verdadeiros caos de terror, miséria, e fome, sem
energia, comunicação e tudo de básico faltando. Aí, num gesto de solidariedade
nunca visto, todo país volta-se para ajudar, os governos esquecem as disputas,
que sempre e serão descabidas, nos unindo todos no sentido de ajudar a
restruturação dos descalabros ocorridos, procurando dar conforto para aqueles
que foram atingidos por essa hecatombe bárbara e cruel. Com alegria, não vejo
nenhum gesto de revanchismo por nenhuma região do Brasil!
Tenho
certeza que essa união que se forma nesse momento, servirá de uma grande lição
para todos os lados, mostrando que somos um único país, que o que não desejamos
jamais é penar com ditaduras, quer seja de direita ou esquerda, que cada um
faça seus governos quando forem eleitos, mas, sempre pensando em unir forças
para sairmos dessa pecha de terceiro mundo, emergente, etc., já que temos
condições e riquezas para ser um dos maiores, melhores e com belezas naturais
invejáveis!
“Dizer
que a união faz a força é, sinceramente, chover no molhado!”
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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