sexta-feira, 10 de maio de 2024

É LAMENTÁVEL TER QUE SOFRER PARA APRENDER!

 

Antonio Nunes de Souza*

Vou começar contando uma parábola oriental bem interessante, para que seja um ótimo exemplo do ponto que desejo chegar:

Conta-se que um grande milionário chinês tinha onze filhos, e eles, mesmo trabalhando todos cuidando das riquezas e propriedades, como o pai já estava ficando debilitado pela idade, cada um dos filhos passou a planificar o que faria com sua parte da herança, assim que o pai morresse, sendo que cada um tinha seu plano diferenciado, que causavam certas divergências. E quando essa notícia chegou aos ouvidos do pai, esse, sabiamente, chamou e reuniu todos os filhos, pois gostaria de lhes mostrar algo. Aí, com todos sentados em sua volta, o velho senhor, pegou junto a arco que ornamentava a parede, naquele recipiente que guarda as flechas, retirou uma e entregou a um dos filhos, e pediu que a quebrasse. O filho, mesmo sem entender, olhou para os lados e, prontamente, sem fazer muita força, partiu a longa flecha. Em seguida o pai voltou a falar, dizendo que ele fosse passando os pedaços para seus irmãos, pedindo que cada um quebrasse um pedaço. Sem nada entenderem, imaginando que o pai estivesse sem lucidez, obedeceram o estranho pedido. Terminada essa etapa, o inteligente e experiente homem, voltou a parede e pegou onze flechas, as juntou, amarrou com um forte cordão e, novamente, entregou ao primeiro filho, dizendo: Quebre por favor, e vá passando para seus irmãos!

O filho fez a maior força e não conseguiu, e as flechas foram passando para todos, chegando ao último sem sofrer nem uma simples rachadura. Ainda mais espantados, perguntaram em coro, qual a razão dessa brincadeira esquisita meu querido pai?

Aí o velho pai explicou: Estou à beira da morte e quis mostrar para vocês, que quando isso acontecer, se vocês se separarem se tornarão fracos como a primeira flecha, que foi quebrada em pedacinhos. Porém, se forem sábios e se conservarem unidos, continuarão fortes e crescerão cada vez mais, sendo muito melhor para todos. Espero que tenham entendido a minha intensão e o meu desejo, para quando partir. Os filhos se olharam e, com carinho e amizade, se abraçaram todos, prometendo que assim fariam!

E assim é que devemos fazer em todas situações, por mais adversas que sejam, principalmente dentro da política, pois, “somente com união é que cresce uma nação!”

Estamos vendo agora várias regiões, principalmente sul e sudeste, sofrendo as agruras do inferno, com destruições alagamentos nunca vistos, milhares de pessoas desabrigadas, centenas desaparecidas e mortas, milhares de animais mortos, abandonados e ilhados, dezenas de cidades completamente submersas, transformando essas regiões em verdadeiros caos de terror, miséria, e fome, sem energia, comunicação e tudo de básico faltando. Aí, num gesto de solidariedade nunca visto, todo país volta-se para ajudar, os governos esquecem as disputas, que sempre e serão descabidas, nos unindo todos no sentido de ajudar a restruturação dos descalabros ocorridos, procurando dar conforto para aqueles que foram atingidos por essa hecatombe bárbara e cruel. Com alegria, não vejo nenhum gesto de revanchismo por nenhuma região do Brasil!

Tenho certeza que essa união que se forma nesse momento, servirá de uma grande lição para todos os lados, mostrando que somos um único país, que o que não desejamos jamais é penar com ditaduras, quer seja de direita ou esquerda, que cada um faça seus governos quando forem eleitos, mas, sempre pensando em unir forças para sairmos dessa pecha de terceiro mundo, emergente, etc., já que temos condições e riquezas para ser um dos maiores, melhores e com belezas naturais invejáveis!

“Dizer que a união faz a força é, sinceramente, chover no molhado!”

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!

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