Antonio Nunes de Souza*
Maria
Cristina, moça bonita, charmosa, corpo sarado por natureza, sensual como toda
baiana, e para completar esse currículo, era bem safadinha, e adorava aventuras
amorosas de tal forma, que terminou sendo apelidada de “celular”, que é uma
coisa boa, todo mundo tem e usa a hora que dá vontade!
Ela
de tão pecaminosa, não dava, se oferecia. Na sua comunidade, bairro de classe
média, só quem não tinha comido Cris, como era tratada, foi um cara chamado
Pedro, mas, simplesmente, porque ele era gay!
Pensa
que ela era infeliz? Zorra nenhuma mermão. Ela adorava essa vida libertina, não
fazia segredos, apenas para sua mãe, dona Valdete, que era uma viúva e exímia
costureira!
Havia
na turma do bairro um rapaz chamado Túlio, filho do dono de uma boa oficina,
que por ser bonito e atlético, como também grande “transador”, sempre pegava
escondido um dos veículos que estavam para conserto, e prontamente colocava
Cris ao seu lado, indo para lugares desertos, afim de não pagar motel, e sem dó
nem piedade, no banco de trás faziam suas maiores diabruras sexuais, já que ela
era uma exímia e experiente professora nessa deliciosa arte!
Mas,
como tudo que se faz fora dos padrões normais e éticos, termina um dia
acontecendo e a “casa caiu” (como dizem os policiais), Túlio uma noite, pegou
um carro último modelo para se exibir para Cris, foi busca-la para seu já
conhecido passeio/bordel, saindo já bastante excitado como de costume! Porém,
mais excitado estava por estar dirigindo um veículo especial, último modelo e
cheio de computadores de bordo!
Foram
para o lugar de costume, se acomodaram no banco de trás, e como sempre, o coro
comeu em todas as variedades e orifícios possíveis. Cris Celular não se fazia
de rogada e se retorcia e contorcia toda, no sentido de dar e receber os
deliciosos prazeres!
Na
volta, abraçados e trocando carícias, por infelicidade, um caminhão caçamba
carregado de pedras, capotou na pista indo de encontro ao carro de Túlio, e
para desespero geral, com a batida violenta, ele faleceu na hora entre as
ferragens. Quanto a ela foi levada para um hospital gravemente ferida!
Resultado:
Cris Celular ficou paraplégica, o pai de Túlio com prejuízos grandes, e dona
Valdete triste e amargurada!
Passados
vários anos, já morando no centro, fui fazer uma visita ao meu antigo bairro, e
encontrei um dos meus antigos amigos, e perguntei: Por onde anda aquela moça,
Cris Celular, a do acidente com Túlio?
Ele
me puxou pelo braço e me apontou na esquina. Ela estava numa cadeira de roda,
com uma banquinha de jogo de bicho em sua frente, e vendendo chips para
telefones. Sinceramente, fiquei com a maior pena, mas, meu amigo me disse:
Rapaz ela, mesmo do jeito que está, ainda é o melhor boquete da comunidade.
Tecla nos ovos com as mãos e fala na rola para ninguém botar defeito. Ela diz
que estará sempre com toda carga, e jamais ficará “fora de área!”
Dei
uma boa risada, voltei para carro, e me dirigi para casa, imaginando as coisas
que ocorrem nessa VIDA LOUCA!
*Escritor,
Historiador, Cronista e Poeta!
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