sexta-feira, 16 de julho de 2010

Um dia, um caso!

Um dia, um caso!
Antonio Nunes de Souza*

Quando menos esperava, ela com um movimento tranqüilo e estudado, começou a baixar o zíper da minha calça e, mais que depressa, enfiou a mão apalpando o que já estava rígido e latejando na parte baixa do meu corpo. Digo-lhe que fiquei surpreso pela iniciativa tomada, já que era nosso primeiro encontro e tinha apenas dois dias que havíamos nos conhecido. A beleza angelical dos seus 17 anos, não demonstrava que era possuidora de uma experiência tão gostosa e agradável nas maneiras mais deliciosas de dar prazer ao seu parceiro, acariciando seus pontos vitais em matéria de sexo.

Continuamos nos beijando cada vez com maior furor. Embora o desconforto dos bancos do carro não propiciasse a harmonia de movimentos, mantínhamo-nos agarrados um ao outro e suados pelo calor. Não da noite, mas dos nossos corpos excitados, que faziam com que os vidros fechados do carro ficassem embaçados, nos dando a ilusão de uma proteção contra os eventuais passantes noturnos, como se fosse uma cortina de filó. Enquanto isso, nossas mãos trabalhavam com meigas carícias, fazendo nossas respirações ficarem descompassadas e ofegantes, anunciando a proximidade dos nossos esperados e desejados prazeres.

Seus olhos, assim como os meus, estavam com as pupilas dilatadas e nossas narinas abriam e fechavam durante a respiração que, naquela hora, éramos o retrato fiel de animais no cio. Nem o passar dos carros na avenida, focalizando-nos quase sempre com os faróis, fazia com que desviássemos a atenção do que estávamos fazendo. O clima de desejo recíproco nos deixava cegos e ávidos de amores, pois naquele momento, nada nos importava a não ser o próximo, ansioso e esperado orgasmo conjunto.

Procurei amenizar as caricias, utilizando o expediente de falar alguma coisa, pensando somente em elastecer aquele momento para que não chegássemos ao clímax sem aproveitar aquela louca e inesperada oportunidade. Entretanto, ela fechou-me a boca com beijos lambidos e babados e, com seu hálito quente e cheiro estranho, soprava e sugava minha boca como se quisesse, literalmente, comer-me.

Nada mais poderia fazer em termos de prolongamento de tempo. Voltei a acariciar com os dedos o seu clitoris, apalpando o seu sexo, ao tempo em que ela abria cada vez mais suas pernas, demonstrando estar sedenta de prazer.

Aí, num rápido e preciso movimento, ela desceu sua boca até embaixo e abocanhou-me com tanto desejo que, naquele momento, o inevitável aconteceu. Ela foi apertando a minha mão com as suas coxas, espasmodicamente contraindo-se junto ao meu corpo, enquanto eu tremia de prazer, ejaculando em sua cálida boca.

Paramos silenciosamente procurando equilibrar nossas respirações, mas mesmo cansado pelo prazeroso esforço, continuei beijando-a por todo seu rosto e disse: Eu gostei muito de você porque você foi maravilhosa!
E ela sorrindo, respondeu: E eu fui maravilhosa, porque gostei muito de você!

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)

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