sexta-feira, 16 de julho de 2010

Recordação!

Recordação!
Antonio Nunes de Souza*

A praia estava totalmente deserta. Somente eu com ela deitada ao meu lado. Estávamos naquele lindo horário do crepúsculo. Findava a tarde e a noite caía calmamente como se quisesse, com carinho, apagar a luz do sol. Sentado na areia eu olhava para o meu lado esquerdo, admirando sua pele que, embora um tanto crespa estava linda e bronzeada, quase vermelha em todo corpo.

Com certeza eu não esperava encontrá-la tão linda e deliciosa como se estivesse esperando-me para entregar-se. Creio que foi uma sorte ou dádiva que Deus quis presentear-me naquele dia.
Suas pernas eram longas, uniformes e padronizadas, como se fossem feitas a mão. Seus olhos eram grandes e negros, fixados para o alto como se nada estivesse enxergando em sua volta. Olhando cuidadosamente o seu corpo, veio-me a vontade louca de comê-la imediatamente, principalmente quando comecei a admirar aquele lindo e delicioso rabo carnudo.
Entretanto, mesmo cheio de desejos, preferi aguardar mais um pouco e conter meus impulsos até um momento mais adequado, sem deixar-me levar pela sua sedução.
Passados alguns minutos, que para mim pareceram horas, com o sol já se escondendo quase que completamente no horizonte, embriagado pelo clima e a volúpia do desejo de saciar meus instintos, virei-me para o lado e comecei a tirar a sua roupa bem cuidadosamente, como se estivesse descascando uma fruta deliciosa. E, ao tempo em que a nudez do seu corpo ia aparecendo, minha boca enchia-se de água.
Ela continuava impassível não esboçando nenhuma reação, contudo, algo me dizia que se ela falasse, seria: Coma-me logo para matar seu desejo!
Naquele momento, não podendo mais refrear meu ímpeto, comecei a lamber carinhosamente o seu corpo, sentindo aquele seu sabor salgado e delicioso, mesmo com aquele cheiro acentuado de maresia que nos cercava. Ao mesmo tempo em que passava lentamente minha língua entre suas lindas pernas, contornando sua cintura e indo até as suas costas, dava também pequenas dentadas em sua carne macia, enchendo o meu corpo de prazer.
Como era de se esperar, afastei suas pernas para os lados e comecei a comê-la vorazmente, deliciando-me gradativamente, ao tempo em que ia saciando toda minha fome e desejo.

Ela entregou-se a mim sem nenhuma reação, dando a entender que aprovava minha atitude. Nada falou, porém soube satisfazer um homem cheio de desejos e faminto.
Terminada essa minha operação que mais pareceu um ritual, levantei e fui andando em direção ao mar para lavar minha boca, as mãos, e pensei:
-Que sorte eu tive em ter pescado essa lagosta tão grande e poder cozinhá-la aqui mesmo com água do mar. Agora poderei ficar pescando até mais tarde, já que matei a fome!

*Escritor ( Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)

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