Antonio Nunes de Souza*
Todo
mundo diz que no Brasil, a vida começa depois do carnaval. Parece ter um toque
de verdade, porém, na nossa querida, gloriosa e maravilhosa Bahia, tudo é
diferente. Ou melhor dizendo, no nosso sensacional, heroico e valente nordeste,
os festejos são super intensos e ininterruptos, mas, veementemente, trabalhamos
pra caralho, não só nos intervalos, como também nas próprias festas!
Esse
nosso comportamento, nos deu uma fama no passado de acomodados, preguiçosos,
lentos e sonolentos, porém, com nossos destaques mundiais nas artes,
literatura, ciência, esporte, música, turismo, beleza, culinária e uma
solidariedade invejável, tapamos as bocas venenosas do sul e sudeste, que por
desconhecimentos, erroneamente, assim pensavam!
Aqui
nossa vida é super intensa, mas, seguramente, as festas fazem porte integrantes
do nosso cotidiano, pois é nosso bálsamo estimulador do trabalho. Como posso
acordar alegre pra trabalhar, se na noite anterior eu não fui ao ensaio de um
bloco para o próximo carnaval? Tem cabimento eu não ir ao pelourinho duas vezes
por semana, para ver um show ou ouvir as apresentações do Olodum? Não tem nem
graça eu estar por fora de participar de uma quadrilha para o S. João. Que nos
ensaios sempre tem uma esfregação de forro, que as vezes acaba numa gostosa
cama. Tem cabimento no verão, deixar de depois das 18 horas, sair do trabalho e
ir para o Porto da Barra ver um lindo pôr do sol, e tomar um banho de mar até
as 20 horas? Mermão, se eu não fizer essas porras todas, sinceramente, estarei “literalmente”
envergonhando os baianos e nordestinos em geral!
Aqui,
orgulhosamente, temos carnaval, ressacas do carnaval, micaretas em várias
cidades, emendando com o S. João, seguido do S. Pedro, Dois de Julho com a
festa do Caboclo, e daí pra frente já começam as preparações para o Natal, Réveillon,
lavagens das igrejas. E sabe quem vem “pocando” nos deixando loucos? Os ensaios
dos blocos e Afoxés, e esses eu não perco de jeito nenhum, pois é onde dá
mulher até as canelas, e todo mundo afim de acasalamento!
Diga
aí mermão: Somos ou não somos especiais? E além dessa maravilhosa vida, ainda
temos visão política, que sabiamente, expurgamos aquela praga que nos
atormentou por quatro anos!
Viva
nosso trabalhador e festeiro povo nordestino!
*Escritor,
Historiador, Cronista e Poeta!
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