sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

VIVA O NORDESTE BRASILEIRO!

 

Antonio Nunes de Souza*

Todo mundo diz que no Brasil, a vida começa depois do carnaval. Parece ter um toque de verdade, porém, na nossa querida, gloriosa e maravilhosa Bahia, tudo é diferente. Ou melhor dizendo, no nosso sensacional, heroico e valente nordeste, os festejos são super intensos e ininterruptos, mas, veementemente, trabalhamos pra caralho, não só nos intervalos, como também nas próprias festas!

Esse nosso comportamento, nos deu uma fama no passado de acomodados, preguiçosos, lentos e sonolentos, porém, com nossos destaques mundiais nas artes, literatura, ciência, esporte, música, turismo, beleza, culinária e uma solidariedade invejável, tapamos as bocas venenosas do sul e sudeste, que por desconhecimentos, erroneamente, assim pensavam!

Aqui nossa vida é super intensa, mas, seguramente, as festas fazem porte integrantes do nosso cotidiano, pois é nosso bálsamo estimulador do trabalho. Como posso acordar alegre pra trabalhar, se na noite anterior eu não fui ao ensaio de um bloco para o próximo carnaval? Tem cabimento eu não ir ao pelourinho duas vezes por semana, para ver um show ou ouvir as apresentações do Olodum? Não tem nem graça eu estar por fora de participar de uma quadrilha para o S. João. Que nos ensaios sempre tem uma esfregação de forro, que as vezes acaba numa gostosa cama. Tem cabimento no verão, deixar de depois das 18 horas, sair do trabalho e ir para o Porto da Barra ver um lindo pôr do sol, e tomar um banho de mar até as 20 horas? Mermão, se eu não fizer essas porras todas, sinceramente, estarei “literalmente” envergonhando os baianos e nordestinos em geral!

Aqui, orgulhosamente, temos carnaval, ressacas do carnaval, micaretas em várias cidades, emendando com o S. João, seguido do S. Pedro, Dois de Julho com a festa do Caboclo, e daí pra frente já começam as preparações para o Natal, Réveillon, lavagens das igrejas. E sabe quem vem “pocando” nos deixando loucos? Os ensaios dos blocos e Afoxés, e esses eu não perco de jeito nenhum, pois é onde dá mulher até as canelas, e todo mundo afim de acasalamento!

Diga aí mermão: Somos ou não somos especiais? E além dessa maravilhosa vida, ainda temos visão política, que sabiamente, expurgamos aquela praga que nos atormentou por quatro anos!

Viva nosso trabalhador e festeiro povo nordestino!

*Escritor, Historiador, Cronista e Poeta!

 

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