Antonio Nunes de Souza*
Praticamente
todo Brasil está eletrizado, alegre e feliz depois de dois anos de abstinência,
com os festejos maravilhosos do mês de junho, ou verdadeiramente dos queridos Santos:
Antonio, João e Pedro!
Esse
trio santificado, além de milagreiros, um é casamenteiro, outro
profeta/filósofo pregador e o terceiro além de porteiro do céu, controla as
chuvas e protege carinhosamente as maravilhosas viúvas. Talvez, pelas suas
importâncias, seus dias são comemorados com bastante festas, bebidas, comidas
fogos, músicas, danças, namoros, casamentos, uniões, etc., tornando-se dias
inesquecíveis pelas deslumbrantes quadrilhas, casamentos na roça, bailes de
forró e xaxado, roupas típicas, além das saborosas iguarias: pamonha, canjica,
milho assado e cozido, amendoim, xerem, mungunzá, aipim, batata doce, tudo isso
acompanhado de licores de vários sabores, sendo o de jenipapo o preferido. E,
em alguns lugares que são permitidos atualmente, uma grande fogueira aquecendo
o friozinho e sereno do início do inverno!
Quem
é capaz de esquecer das vezes que pulou fogueiras, brincando de compadres e
comadres, dos namoricos e chamegos durante essas noites?
E
dos fogos coloridos, foguetes, pistolões, bombas e cobrinhas correndo atrás de
nós?
Os
pequenos balões que subiam pouco, mas provocavam alegria e prazer de se
apreciar o céu enfeitado?
Todas
essas preciosas lembranças, guardamos no coração com um carinho todo especial,
pois, atualmente, sem demérito nenhum, com o crescimento das cidades, existem
muitas descaracterizações, onde rola mais bebedeiras e sacanagens, fugindo até
das nossas tradicionais músicas juninas, que o mestre Luiz Gonzaga era
magistral e imbatível!
Felizmente,
as pequenas cidades do interior, carinhosamente, guardam essa tradição com um
cuidado peculiar dos nordestinos, nos fazendo sentir no ambiente, uma
personagem integrante de todo desenrolar dos festejos!
Se
você já vivenciou essas sensações descritas, certamente baterá em sua mente,
lindas lembranças de sua infância, puberdade e juventude. E se por acaso não
teve esse privilégio, aproveite e corra sem demora para o interior, pois, com
certeza, se deslumbrará de tal forma, que invejará a qualidade de vida das
maravilhosas pessoas que, pejorativamente, chamam de matutos ou tabaréus!
Viva
junho e nossos queridos Santos festeiros, sendo João o padroeiro da tradição,
já que foi ele que quando nasceu, seu pai o sacerdote Zacarias e sua mãe Isabel
(prima de Maria mãe de Jesus), por morarem no alto e distante, combinaram
acender uma fogueira, para avisar aos parentes e amigos a sua chegada ao mundo!
E assim foi feito e criada a famosa tradição!
*Escritor
– Historiador e poeta!
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