Antonio Nunes de Souza*
Sem
me preocupar com as normais censuras que sofrerei dos seguidores e estudiosos do
assunto, vou passar a escrever sobre uma vertente que, não sei se é considerada
religiosa ou, como me parece em alguns momentos, uma filosofia de vida,
curiosamente, questionando a morte!
Pouco
li a respeito, porém, convivo com essa conversa há muitas dezenas de anos, que,
quando criança e adolescente, ficava completamente assombrado quando ouvia
“casos e estórias” envolvendo espíritos, almas e visagens. Ficava me borrando
de medo na hora de dormir, preocupado com a possibilidade de aparecer alguma
dessas personagens que, na verdade, são relativamente, as mesmas coisas.
Observo que essa visão é a minha com a maior inocência e ignorância no assunto.
Nada de pontuação de estudioso. Se eu me deparar com uma dessas três
personagens, certamente, ficarei extasiado, perplexo e tremendo de medo. Fato
que não ocorre com os seguidores da doutrina, pois, para eles, trata-se de um
privilégio divino, ter a honra de ser visitado por alguém do outro mundo e, se
trocar ideias e informações, será agraciado com a titularidade de espírita,
médio ou vidente. Uma personagem especial e digna do maior respeito dentro do
ambiente crente em outras vidas!
Embora
já tenha recebido dezenas de convites para participar de uma sessão espírita,
mesmo com muita curiosidade, pelos resquícios dos meus medos na puberdade,
nunca me predispus a aceitar, ou mesmo ter a coragem de ir, para que não
criasse mais dúvidas em minha cabeça, sobre certas existências fúnebres em
nossas vidas terrestres. Na minha ignorância no assunto, sempre, e até hoje,
acho que trata-se de uma fanatização de uma corrente enorme e fortíssima, que,
com o passar do tempo, essa invenção virou uma verdade. Fato que passa a ser
real, como muitos outros em nossas vidas. Uma mentira, de tanto ser repetida,
escrita, falada e popularizada, com o passar do tempo, ninguém jamais deixa de acreditar,
pois, o tempo e a repetição, perpetuam coisas que até Deus duvida!
Vejo
circular milhares de livros ditos psicografados, quadros valorosos feitos nos
momentos que estão tomados por antigos pintores, mensagens e premonições em
diversas áreas, cirurgias e curas admiráveis e feitas de maneiras curiosas,
etc., enfim, essa vasta sequência de fatos, que nos deixa, nós leigos e
ignorantes no assunto, desconfiados e descrentes, com aquela vontade de se
aprofundar na literatura, trocar informações com experientes nessa vertente,
com certeza, tirar conclusões mais fortalecidas, quer seja para passar a ter credibilidade
ou, simplesmente, continuar a desmistificar tal existência!
Não
posso ampliar mais a minha crônica, por uma questão de grande respeito a algo
que pode ser uma imensa verdade e eu, como milhares, na nossa ignorância e
cegueira, ou até falta de méritos, não tenhamos tido a bendita dádiva de
podermos fazer parte dessa corrente, dita especial!
Tive
o privilégio recentemente de conhecer e fazer amizade, com uma pessoa especial
que, veementemente, professa tal seita ou religião (não sei nem qual é a
classificação correta), que pelos seus conhecimentos, desenvolturas e estudos,
me faz acreditar que, mesmo não acreditando, trata-se de algo de grande credibilidade.
O chato é que precisamos morrer para tirar essas dúvidas. As seções e
literatura não me são suficientemente creditícias!
Vou
terminar fazendo uma confissão: Ainda tenho um grande medo de Espíritos, Almas,
Visagens e Fantasmas, mas, o que mais me amedronta nesse meu restinho de vida é
a bandidagem existente que, sem a menor cerimônia e consciência, está mandando
o povo para tirar as dúvidas no outro mundo, através de balas perdidas e
achadas. Tenho saído muito pouco, pois, prefiro viver mais um pouco com minhas grandes
dúvidas!
*Escritor
– Historiador e poeta!
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