Antonio Nunes de Souza*
Não era na verdade o que eu desejava. Tirei férias, mesmo com a pandemia, resolvi viajar para algum lugar paradisíaco que não fosse muito da moda, pois, senão me custaria os olhos da cara!
Então... estudei bastante e terminei escolhendo um lugarejo chamado Olivença, pertencente a cidade de Ilhéus, terra que disputa com Itabuna, onde nasceu Jorge Amado. Sendo perto, terminaria conhecendo ambas de uma só cajadada!
Preparei roupas e todos os apetrechos necessários, peguei meu carro, que é novo, e segui para meu sonhado destino, sabendo que enfrentaria quase 500 quilômetros de estrada, mas, se cansasse, dormiria em uma cidade do caminho. E foi o que aconteceu!
Depois de ter parado para almoçar, deu-me uma soneira e eu resolvi parar em Gandu, para descansar o resto da tarde e pernoitar, saindo na manhã seguinte!
Abasteci o carro e o frentista me indicou o melhor hotel da cidade, onde me dirigi imediatamente. Coloquei meu carro no estacionamento, entrei, fiz a ficha e subi para o apartamento, tomar um bom banho e descansar. E assim procedi, mas, quando estava saindo do banho, completamente nua, se abre a porta do apartamento e entra um homem com uma mala na mão. Nos assustamos ao mesmo tempo, enquanto ele virava as costas, eu me cobria com a toalha e, ao mesmo tempo gritava por que ele estava em meu quarto. Ele cabisbaixo falou que tinha errado o apartamento e, curiosamente, a chave dele abriu minha porta. Pediu mil desculpas e se retirou!
Depois de passado o susto, caí na risada, imaginando contar as minhas amigas esse fato inesperado. Deitei para descansar e somente as 19 horas acordei. Me arrumei e desci para o restaurante para jantar e, por uma ironia do destino, quando chego no elevador, me bato de cara com o homem que tinha entrado em meu quarto. Fiquei séria, porém, ele gentilmente, voltou a me pedir desculpas e fui obrigada a dar um sorriso como se estivesse perdoando-o!
Fomos para o restaurante, ficamos em mesas separadas e eu reparei mais atentamente e vi que me parecia alguém conhecido. Botei a memória para funcionar e, quando não resisti mais, chamei o maitre e perguntei quem era aquele homem. Então, como imaginei, ele me disse que era o cantor José Dules o rei da “sofrência e do arrocha”, que iria dar um show as 22 horas no teatro local. Agradeci a informação e como meu tempo era livre, resolvi ir ao espetáculo na hora prevista!
Teatro lotado, gritos e assovios, quando alguém no palco anuncia a entrada triunfal de José Dules!
Gritos e palmas ensurdecia o ambiente e eu acompanhava a ovação, ainda imaginando o desastrado acidente da tarde. Ele cantou dezenas de músicas, atendeu pedidos e encerrou com o seu maior sucesso, provocando uma alucinação incrível na plateia!
Eu voltei para o hotel já com o propósito de pedir um autografo para minha prima, que é apaixonada por ele. Fiquei no saguão aguardando, até que chegou com um bocado gente atrás, mas, mesmo assim, encostei e fiz o meu pedido. Ele prontamente assentiu e disse que eu podia subir, que quando ele fosse me daria um DVD com o autógrafo desejado. Subi e fiquei aguardando, porém, como ele estava demorando muito, resolvi me deitar e deixar de lado a lembrança!
Já estava cochilando quando bateram na porta. Levantei às pressas ainda de baby-doll e fui atender, abrindo apenas uma parte da porta para não me expor. Mas, sem meu consentimento, ele empurrou a porta e entrou me deixado pasma, porém, como ele já tinha me visto nua, de baby-doll era como eu estivesse com um vestido de festa, Ele pegou um DVD que acabara de lançar, me pediu o nome de minha prima e escreveu uma linda dedicatória. E, sem nenhuma cerimônia me pegou pela cintura e disse: Agora eu mereço um beijo de recompensa! Eu meio escabreada tive coragem de me dirigir para beijar o seu rosto, foi quando ele, num relâmpago, e pegou pelo pescoço e me deu um beijo na boca daqueles nada técnico que, em princípio, quis me livrar, mas, ao mesmo tempo senti uma sensação agradável e relaxei completamente, imaginando como seria uma delícia transar com um astro nacional. E não deu outra, pois, ele ousadamente, começou a me despir e mesmo de roupa deitou-se em cima de mim, apenas abrindo a braguilha e tirando sua arma em riste e, sem sofrência nenhuma, penetrou quase vorazmente e eu aceitei com a maior gulodice, enquanto ele me enchia de beijos. Não foi uma coisa romântica, nem paixões e amores, mas, foi uma maravilha completamente inesperada sem nenhuma programação, mas, com certeza, com muito arrocha e pouca sofrêncial!
Ele me desejou boa noite, dizendo que estava indo para Itabuna e Ilhéus para duas apresentações. Dei uma risadinha e ele perguntou o porquê? Eu aí disse que estava exatamente indo para essas duas cidades. Ele caiu na gargalhada, me deu mais um beijo e falou: Não quero desculpas. Ficaremos juntos! Dei um sorriso de assentimento indo tomar um banho, enquanto ele saía para seu quarto!
Seguimos viagem pela manhã e em Ilhéus ficamos no mesmo hotel, assim como em Itabuna e, as delícias que aconteceram não se faz necessário dizer, pois vocês todos sabem deduzir facilmente!
Perdi o pacote pago da hospedagem no Resort Cana Brava, mas, seguramente, minhas férias foi gloriosamente inesquecível!
*Escritor-Historiador-Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL-antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com
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