Antonio
Nunes de Souza*
Humberto
era um eterno gozador e aproveitava qualquer detalhe para se apegar, fazendo
suas críticas e gracejos, sempre pensando em sacanear seus amigos, não só nas horas
de lazer, como também dentro do trabalho. Era o palhaço da turma e sentindo-se
bem ser o alvo das atenções nas reuniões. Lógico que ele provocava esse status,
atropelando todos com suas falações, deboches e apelidos novos para seus velhos
amigos. Um verdadeiro pentelho, mas, era simpático apesar da sua língua maldita
e suas brincadeiras, muitas vezes, nada agradáveis ou bem aceitas.
Como
ocorre normalmente nas grandes empresas, geralmente entre seus funcionários nos
diversos e grandes departamentos, formam-se grupos que se agregam fazendo seus
festejos, eventos, etc., sempre juntos com participação de todos os familiares.
E, assim sendo, era grande e versátil o grupo que Humberto e a família participavam,
pois eram todos funcionários da Petrobrás.
Um
belo dia chegou transferido para esse setor, um novo funcionário chamado Uriel
que, curiosamente, morava no mesmo bairro e na mesma rua que Humberto. Já se
conheciam de vista, mas, sem nenhuma intimidade. Inclusive o Uriel era calado,
tinha uma voz fina, sendo uma pessoa, notadamente, discreta bem ao contrário do
nosso amigo.
Como
se trabalhava com produtos processados do petróleo, no fim do expediente, todos
tiravam suas roupas de trabalho e tomavam banho num banheiro coletivo,
obviamente numa completa nudez, sem os tolos pudores que as mulheres
normalmente têm. Foi aí que aconteceu algo constrangedor com relação o nosso
novo colega. Quando ele tirou a roupa, todos se assustaram com o tamanho do
penes do cara! E não era por ser grande demais não. A merda era insignificante,
que poderíamos chamar aquilo de uma “binguinha” infantil que, quando ele entrou
embaixo do chuveiro e a água fria bateu, a porra praticamente sumiu, deixando a
vista apenas aquele saco murcho pendurado nos pentelhos. Olharam uns para os outros,
bem discretamente, porém, o sacana do Humberto, mesmo sem ter uma maior
intimidade, disse para Uriel: Por que você quando vem trabalhar deixa a pica em
casa? Pode trazer que não tem perigo nenhum!
Uriel
ficou vermelho de raiva, mas contendo-se, deu um sorriso sem graça, entretanto
sem dizer nada como resposta. Aí, Humberto percebendo que o homem agüentava
brincadeira e não reagia com valentia, resolveu explorar ao máximo aquela
novidade. Colocou vários apelidos no colega, ficando o definitivo como “rola
invisível”. Chegou ao ponto de dizer que Uriel quando era jovem se masturbava
apenas usando o polegar e o indicador.
Uriel
ouvia todas as piadas, apenas dava alguns sorrisos, porém todos percebiam que
ele estava puto da vida com essa sacanagem diária, relativa ao seu modesto
membro sexual. Aí um dia aconteceu um escândalo que abalou a estrutura do
grupo, deixando todos perplexos: Uriel foi flagrado comendo a mulher de
Humberto, pela própria sogra dele e aconteceu a maior merda que poderia ter
acontecido. Uriel fugiu nu pela janela, a vizinhança morrendo de rir pela cena
hilária e, principalmente, por verem que o homem quase que nem tinha pau para
tal façanha.
Resultado:
Humberto morto de vergonha pediu transferência para outra unidade, separou-se
da mulher e nosso amigo Uriel passou a ser mais respeitado no trabalho, sendo
hoje conhecido no ambiente como “O Terror das Xoxotas e rola anã”!
Só
posso dizer que tenham muito cuidado com suas gozações!
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário