Antonio Nunes de Souza*
Estamos
nos estertores de 2019. Mais um ano finda com o dever cumprido de ter
proporcionado maravilhas para uns, conservação e continuidade para outros e uma
quantidade expressiva de desilusões para a maioria. Mas, nada está sendo
diferente de todos os outros anos passados, com a exceção de pequenas mudanças
nas pessoas e nos quinhões que estas receberam.
Parece
uma premonição escrita nas estrelas, que todos os anos devem sempre acabar com
uma ínfima minoria feliz, pequena fatia de conformados e a soberana maioria
triste, sofrendo e se lamentando. Porém, todos transbordando de esperanças que
as coisas mudem ou que eles possam, com alguma sorte, verem mudadas suas áreas
nas contemplações que ocorrerão, inevitavelmente, no próximo ano.
Pelos
projetos e fantasias que criamos no decorrer de dezembro, poderíamos
denomina-lo como “mês das ilusões”. Pois, como não é nenhuma novidade, as
frases que mais ouvimos em todos os lugares que vamos, são:
Em
primeiro lugar: Graças a Deus esse ano está acabando. Nunca tive tantas
decepções e problemas atormentando minha vida!
Em
segundo: Até que não foi dos piores, mas, se der uma “melhoradazinha” no próximo
eu vou dar graças a Deus!
Em
terceiro: Foi um ano maravilhoso! Até me surpreendi com tanta coisa bacana que
Deus me deu. Tomara que o próximo seja melhor ainda!
Percebe-se
claramente que o primeiro pronunciamento é a lamúria do coral formado pelo
povo, a segunda é dita pelos que, embora com as dificuldades normais, ainda
conseguiram manter seus empregos e não tiveram problemas de saúde, e a terceira
é pronunciada por dois tipos de pessoas: os políticos que foram eleitos ou
reeleitos, ou os mentirosos que querem passar para os outros uma imagem
diferente da sua realidade.
O
fato é que em todas as situações o nome de Deus é clamado entusiasticamente,
mas, nas suas ações, poucos são os que realmente cultuam esse amor a Ele, para
que sejam merecedores das bondades divinas. Esquecem que é através da
solidariedade, bondade e carinho com seus irmãos, tratando-os com dignidade e
respeito é que se pode ter crédito com Ele para serem ajudados e alcançarem
seus objetivos.
Que
no próximo ano tenhamos toda a sensatez de olharmos o mundo por um ângulo
diferente, onde todos, todos mesmo, são filhos de Deus e merecem também um
lugar ao sol e condições para suprirem, na pior das hipóteses, suas
necessidades básicas. Se agirmos nos espelhando nesse mar tormentoso de egoísmo
que avança nas mentes humanas, jamais teremos paz, serenidade e méritos para
alcançarmos o Reino do Senhor.
Que
tenhamos todos um Feliz Ano Novo, não esquecendo que devemos comemorar não como
uma festa de comidas e bebidas, dar e receber presentes que já está
institucionalizada pelo comércio mundial, e sim, a passagem de mais um ano
cristão com muitas significações religiosas para todos nós!
*Escritor–Membro da Academia Grapiúna de
Letras-AGRAL- antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com
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