sexta-feira, 16 de julho de 2010

Um dia, um caso!

Um dia, um caso!
Antonio Nunes de Souza*

Quando menos esperava, ela com um movimento tranqüilo e estudado, começou a baixar o zíper da minha calça e, mais que depressa, enfiou a mão apalpando o que já estava rígido e latejando na parte baixa do meu corpo. Digo-lhe que fiquei surpreso pela iniciativa tomada, já que era nosso primeiro encontro e tinha apenas dois dias que havíamos nos conhecido. A beleza angelical dos seus 17 anos, não demonstrava que era possuidora de uma experiência tão gostosa e agradável nas maneiras mais deliciosas de dar prazer ao seu parceiro, acariciando seus pontos vitais em matéria de sexo.

Continuamos nos beijando cada vez com maior furor. Embora o desconforto dos bancos do carro não propiciasse a harmonia de movimentos, mantínhamo-nos agarrados um ao outro e suados pelo calor. Não da noite, mas dos nossos corpos excitados, que faziam com que os vidros fechados do carro ficassem embaçados, nos dando a ilusão de uma proteção contra os eventuais passantes noturnos, como se fosse uma cortina de filó. Enquanto isso, nossas mãos trabalhavam com meigas carícias, fazendo nossas respirações ficarem descompassadas e ofegantes, anunciando a proximidade dos nossos esperados e desejados prazeres.

Seus olhos, assim como os meus, estavam com as pupilas dilatadas e nossas narinas abriam e fechavam durante a respiração que, naquela hora, éramos o retrato fiel de animais no cio. Nem o passar dos carros na avenida, focalizando-nos quase sempre com os faróis, fazia com que desviássemos a atenção do que estávamos fazendo. O clima de desejo recíproco nos deixava cegos e ávidos de amores, pois naquele momento, nada nos importava a não ser o próximo, ansioso e esperado orgasmo conjunto.

Procurei amenizar as caricias, utilizando o expediente de falar alguma coisa, pensando somente em elastecer aquele momento para que não chegássemos ao clímax sem aproveitar aquela louca e inesperada oportunidade. Entretanto, ela fechou-me a boca com beijos lambidos e babados e, com seu hálito quente e cheiro estranho, soprava e sugava minha boca como se quisesse, literalmente, comer-me.

Nada mais poderia fazer em termos de prolongamento de tempo. Voltei a acariciar com os dedos o seu clitoris, apalpando o seu sexo, ao tempo em que ela abria cada vez mais suas pernas, demonstrando estar sedenta de prazer.

Aí, num rápido e preciso movimento, ela desceu sua boca até embaixo e abocanhou-me com tanto desejo que, naquele momento, o inevitável aconteceu. Ela foi apertando a minha mão com as suas coxas, espasmodicamente contraindo-se junto ao meu corpo, enquanto eu tremia de prazer, ejaculando em sua cálida boca.

Paramos silenciosamente procurando equilibrar nossas respirações, mas mesmo cansado pelo prazeroso esforço, continuei beijando-a por todo seu rosto e disse: Eu gostei muito de você porque você foi maravilhosa!
E ela sorrindo, respondeu: E eu fui maravilhosa, porque gostei muito de você!

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)

O homem feliz!

O homem feliz!
Antonio Nunes de Souza*

Era o que alguém poderia dizer com segurança: Impossível! Isso não existe!
E o pior era que existia e, futuramente, foi comprovado por toda cidade, causando a mais completa e absurda indignação.
A cidade era pequena e do interior. Logicamente todos se conheciam e os segredos de todos ou quase todos, já não eram segredos para ninguém. Eu disse quase todos, porque o segredo de Marcos era, inacreditavelmente, desconhecido por todo mundo, inclusive os seus amigos mais íntimos. Pois, quando Marcos chegou para morar na cidade, juntamente com a sua mãe que era viúva, já tinha 10 anos de idade e por isso ninguém conhecia suas particularidades.

Para mim foi um choque tremendo, quando descobri inesperadamente e em circunstancias trágicas, toda aquela desvairada e fantástica historia. Nada poderia ser mais absurdamente incrível do que o que acontecia nas barbas de toda cidade e todos desconheciam e jamais poderiam suspeitar que aquilo existisse e, caso pudesse existir, seria impossível estar existindo tão perto de todos nós.

Marcos era um rapaz relativamente bonito. Não era alto, um pouco magro, tinha uma bunda meio batida e seu andar era engraçado porque ele andava com os pés um pouco para fora, como se estivesse sempre chutando uma bola. Embora usasse óculos, estes até que melhoravam sua aparência, dando-lhe um aspecto enganador de intelectual. Sempre estava participando de festas, pois adorava dançar, principalmente exibir-se para as platéias. Porém, o que mais gostava era de ficar aos beijinhos com as gatinhas, dando uma impressão que não poderia viver sem elas. Seu chamego era tanto que os amigos apelidaram-lhe de Mosca de Padaria. Porque beijava todas as roscas e broas e não comia nenhuma. Algumas vezes a gozação era maior e diziam que ele era igual a uma serpente banguela (dava o bote, mais não comia ninguém).

A verdade é que ele não precisava de ninguém. Era um homem literalmente completo que, mais tarde, veio a dar inveja a muita gente. Seus prazeres eram constantes e sempre estava sorrindo em função de ter uma vida sexual intensa e deliciosa, isto a qualquer hora ou lugar, independente de estar só ou acompanhado. Parece estranho o que eu disse, porém é a expressão viva da verdade, e você logo saberá que eu tenho as minhas razões de assim afirmar.

Marcos era um hermafrodita. Embora tivesse todas as características masculinas (não se levando em conta algumas frescuras eventuais), era possuidor de uma linda e sensual xoxota, situada ao lado interno da sua coxa esquerda que, por estar bem próxima lateralmente do seu saco escrotal, era praticamente imperceptível para qualquer pessoa notar, mesmo ele estando nu. Este seu segredo, que só sua mãe sabia, jamais foi descoberto ou confessado por sua fiel genitôra, fazendo com que ele circulasse normalmente em qualquer lugar, sendo tratado acima de qualquer suspeita.

E, em função dessa agradável (?) anomalia, Marcos não dependia de ninguém para saciar seus desejos sexuais, pois, todas as vezes que ficava excitado, bastava introduzir o seu modesto pênis na sua particular e sedutora vagina e, em qualquer lugar que estivesse, gozava várias vezes, sem que os que estavam cercando-o percebessem o que estava passando em sua cabeça, ou seu membro por assim dizer. Uma vez que já estava habituado a transar em locais públicos, acostumou-se a não deixar transparecer as suas emoções na hora dos orgasmos, ocultando com maestria aqueles peculiares tremores e viração de olhos, tão comuns nesses momentos de prazer.

Entretanto, um belo final de tarde, ao por do sol, estava Marcos na sacada da sua casa admirando a linda praia que ficava em frente, quando surgiu andando pelas areias uma maravilhosa mulher, com um corpo escultural que, sem a menor cerimônia, passou a tirar o minúsculo biquine e encaminhou-se para o mar, completamente nua. Ao retornar, depois de molhada, a penugem do seu sexo deixou Marcos tremendamente excitado e desejoso de possui-la.
Na proporção em que se deitava na areia, rolando para os lados, o sol desenhava sua silhueta, provocando cada vez mais o desejo de Marcos em transar com ela.

Nessa altura, já com seu membro totalmente duro e latejando, querendo dizer que era importante uma penetração naquele momento, mais que depressa, dada a sua prática e sagacidade, Marcos sentou-se no baixo muro da sacada da janela do seu quarto, situado no andar de cima do sobrado, cruzou as pernas e introduziu quase que de uma vez todo seu membro na sua particular vagina que, como uma boca gulosa, engoliu aquele pedaço de nervo com a maior alegria. Assim procedendo, começou a bater as coxas, fazendo com que o movimento fizesse com que ele chegasse logo ao orgasmo.

E foi o que aconteceu quase que imediatamente. Marcos gozou logo uma vez, porem achando que era pouco, continuou com o bate coxas até gozar mais duas vezes. Aí, nessa última vez, não conseguindo controlar-se com os seguidos estertores e ejaculações, escorregou janela abaixo, caindo de uma altura de mais de dez metros.

Não precisa dizer que foi o maior vexame. Pois, aquele corpo nu espatifado na calçada, fez com que todos corressem para cima. E, assombrados, dezenas de curiosos em sua volta, ainda puderam ver Marcos, no tremor da morte, ainda gozar mais uma vez e, como últimas palavras, disse:
“Graças a Deus eu sempre fui um homem auto-suficiente. Mulher eu sempre olhei como se fossem cobras. Bonitas, coloridas, sensuais, porém perigosas e cheias de veneno”.

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)

O prazer

O prazer

Gozamos na mesma hora,
Nossos gemidos de prazer é tudo que escuto,
Enquanto nossos corações batem peito sobre peito.
Colados pelo suor do vai/vem,
Entre nossos corpos não passa ninguém,
Só prazer pelo ato que foi feito.

Jogo meu corpo para o lado,
Diminuindo a pressão no seu peito cansado,
Conservando da cintura para baixo.
Tudo ainda bem encaixado,
Latejando como faz o macho,
Não deixando apagar o seu facho.

Banhados pelo suor do prazer,
Começamos novas carícias fazer,
Renovando nossa doce excitação.
Entre beijos e gestos compassados,
Continuamos amantemente entrelaçados,
Com muito amor e tesão.

*Escritor e poeta (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)

O que é o amor?

O que é o amor?
Antonio Nunes de Souza*

Nada é mais tolo que o amor! Digo isso porque não existe sentimento que deixe as pessoas mais idiotizadas do que ele. Você já percebeu como, a partir da hora que imaginamos estar amando, transformamos completamente nosso comportamento e nosso modo de vida?
Não acredita? Então vejamos: Quando nos idiotizamos pelo feitiço chamado amor, logo achamos que a pessoa amada é a mais linda do mundo, seus olhinhos vesgos são tentadores, suas perninhas finas e cambotas são lindamente sensuais, sua falta de educação é espontânea e sua barriguinha é sexy e charmosa. Sem falar no seu andarzinho de orangotango que, para os apaixonados, é de uma elegância maravilhosa, somente vista nas passarelas da vida. E, quem ousar dizer ao contrário, claro que é por despeito ou dor de cotovelo. Pois, com certeza, meu gato ou gata é a coisa mais linda e maravilhosa das criaturas.
E nem tudo foi citado, pois se considerarmos aquele hálito de bebida ou cigarro (ou ambos) já pela manhã, ao bafo chulé quando ele ou ela acorda, podemos até perdoar a sua “cheirosinha” catinga debaixo dos braços.
E as grosserias constantes que o nosso amorzinho faz? Claro que somos nós que o provocamos. Idiotamente, sempre nos sentimos culpados de tudo de desagradável que acontece. Nossa “paixão” está sempre com a razão.
Também não é tão ruim assim, puxa vida! Na cama, ah! Na cama ele (a) é maravilhoso. Um verdadeiro tesão! Esse negócio de gozar logo e me deixar na mão, lógico que a culpa é minha. Quem mandou eu mexer e ser gostoso (a)? Eu devia ter mais cautela e saber controlar a situação. Também não acho nada demais, quando ele (a) goza e vira para o lado para dormir, e eu sair na pontinha dos pés, ir ao banheiro me masturbar. Coitadinho (a), o pobrezinho (a) está cansado e não devo abusar do bichinho (a). Preciso é deixar de ser assanhado (a) e ter mais cautela. Quem não sabe que na esfregação preliminar pode-se gozar logo? E também não tem nada demais ter ejaculação ou orgasmo precoce! Dá até certo charme ele (a) gozar logo e me deixar na mão. O fato é que eu não sei fazer a coisa direito. Isso me dá um ódio mortal, pois, na maioria das vezes, eu termino com um prazer descompassado que não é o ideal, mas, agradei o meu amor. E não é que esse ritual sempre acontece? Meu castigo é ficar tateando com a mão lá embaixo para recolocar as coisas nos lugares, que ficam escorregadios em função da meleira.
Esse negócio dele (a) preferir estar com os amigos ou amigas eventualmente, não é nada demais! O que é que tem? Também sou muito exigente, o bichinho (a) precisa ter sua liberdade. Fico parecendo um policial, querendo seguir todos os seus passos, assim não dá.
E, se nessa liberdade ele (a) sair com alguém, puxa! Claro que foi porque deram em cima dele (a). Jamais procuraria aventuras. Meu amor é honestíssimo! Me ama loucamente! As pessoas é que são vagabundas e atrevidas ou então a realidade é que eu não estou dando conta do recado (acho que preciso melhorar e ser mais subserviente).
Assim é que pensa e procede a uma pessoa apaixonada. Sempre se anulando, caindo numa ridícula rotina e, um belo dia quando passa o entusiasmo, percebe a cagada que deu e continua dando, vendo claramente a merda que tem ao seu lado (e as vezes nem tem), e quanto tempo perdeu por causa da cegueira do idiota do tal amor (?). Sendo pior quando passa por todas essas situações citadas e outras mais ridículas, com seu amor ou paixão repartido (conscientemente) com outros e sua amada diz, individualmente, aos tolos envolvidos que eles são as pessoas importantes da sua vida. Aí está criada a situação mais inusitada e ridícula que possa existir: Você passa a ser o enganador (a) e o enganado (a) ao mesmo tempo. Que no popular seria: Dando e recebendo corno!
Os inteligentes pulam fora demonstrando ter o mínimo de amor próprio e partem pra outra, já com mais experiência pra não cometer as mesmas bobagens, convicção que os interesses e esforços têm que ser os mesmos de ambos os lados. E os deveres e direitos iguais em todas as situações.
Se esse tal amor (?) existe tem que ser usado para posições de respeito, considerações, afetividade. Por que se esconder numa redoma que somente um é beneficiado? Uma prova cabal de egoísmo e esperteza para enganar e manipular duas pessoas ao mesmo tempo, deixando ambas conformadas, lastreando seus sofrimentos de esperanças numa lama de mentiras e oportunismo. É como alguém que tem dois carros, sendo um embrutecido para estradas rurais e outro mais confortável e melhor equipado para passeios gostosos eventuais. A pessoa usa ambos, mas, para cada um tem sua hora de desejo. O importante é ter ambos a disposição, prontinhos para lhe dar prazer!
Lógico que reconheço a existência de relacionamentos sem os defeitos acima citados, porém existem outros até bem piores, que a cegueira nos faz enxergar da maneira que nos dá maiores prazeres e nos convém, principalmente naqueles momentos de ilusões e euforias. O fato é que o amor (?), além de abstrato, jamais será perfeito. O que devemos é ser bastante frios com esse terrível e dominador sentimento abstrato, para termos a clareza mental de não nos entregar de corpo e alma a alguém, até que tenhamos pelo menos um pouco de certeza sobre até que ponto estamos sendo usados para sermos descartados, ou realmente o nosso parceiro ou parceira merece a nossa especial atenção. Olhe-se no espelho e veja quanto você está sendo um fraco colocando-se na posição de “step”, servindo de eventuais socorros para seu parceiro (a) e de bobo para seus amigos e a sociedade em que vive!
Para provar que o amor idiotiza completamente o ser humano, lembro-me daquela célebre frase por demais conhecida: “O amor é a coisa mais linda do mundo!” Seguramente, quem falou isso pela primeira vez deve ter sido um grande idiota totalmente apaixonado, que hoje deve estar arrependidíssimo da bobagem que disse e, com certeza, influenciou muita gente a proceder desta estranha e tola forma de vida.

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)

Momento de prazer

Momento de prazer
Antonio Nunes de Souza*
Seus sedosos pêlos pubianos,
Umedecidos pelos desejos profanos,
Exalava um cheiro perturbador.
Acariciei o seu sexo deixando-a louca,
Suguei o seu seio e beijei-lhe a boca,
E começamos a fazer amor.

Faltou controle da nossa parte,
Na ânsia esquecemos a arte,
De amar demoradamente.
Porém, na cama com ela,
Qualquer ser humano apela,
E goza que nem sente.

Felizmente continuei penetrando,
Nossos gemidos foram aumentando,
Repetindo tudo que já se fez.
Senti seu corpo tremendo,
Sacudindo como se estivesse morrendo,
Aí, gozamos pela segunda vez.

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)

Recordação!

Recordação!
Antonio Nunes de Souza*

A praia estava totalmente deserta. Somente eu com ela deitada ao meu lado. Estávamos naquele lindo horário do crepúsculo. Findava a tarde e a noite caía calmamente como se quisesse, com carinho, apagar a luz do sol. Sentado na areia eu olhava para o meu lado esquerdo, admirando sua pele que, embora um tanto crespa estava linda e bronzeada, quase vermelha em todo corpo.

Com certeza eu não esperava encontrá-la tão linda e deliciosa como se estivesse esperando-me para entregar-se. Creio que foi uma sorte ou dádiva que Deus quis presentear-me naquele dia.
Suas pernas eram longas, uniformes e padronizadas, como se fossem feitas a mão. Seus olhos eram grandes e negros, fixados para o alto como se nada estivesse enxergando em sua volta. Olhando cuidadosamente o seu corpo, veio-me a vontade louca de comê-la imediatamente, principalmente quando comecei a admirar aquele lindo e delicioso rabo carnudo.
Entretanto, mesmo cheio de desejos, preferi aguardar mais um pouco e conter meus impulsos até um momento mais adequado, sem deixar-me levar pela sua sedução.
Passados alguns minutos, que para mim pareceram horas, com o sol já se escondendo quase que completamente no horizonte, embriagado pelo clima e a volúpia do desejo de saciar meus instintos, virei-me para o lado e comecei a tirar a sua roupa bem cuidadosamente, como se estivesse descascando uma fruta deliciosa. E, ao tempo em que a nudez do seu corpo ia aparecendo, minha boca enchia-se de água.
Ela continuava impassível não esboçando nenhuma reação, contudo, algo me dizia que se ela falasse, seria: Coma-me logo para matar seu desejo!
Naquele momento, não podendo mais refrear meu ímpeto, comecei a lamber carinhosamente o seu corpo, sentindo aquele seu sabor salgado e delicioso, mesmo com aquele cheiro acentuado de maresia que nos cercava. Ao mesmo tempo em que passava lentamente minha língua entre suas lindas pernas, contornando sua cintura e indo até as suas costas, dava também pequenas dentadas em sua carne macia, enchendo o meu corpo de prazer.
Como era de se esperar, afastei suas pernas para os lados e comecei a comê-la vorazmente, deliciando-me gradativamente, ao tempo em que ia saciando toda minha fome e desejo.

Ela entregou-se a mim sem nenhuma reação, dando a entender que aprovava minha atitude. Nada falou, porém soube satisfazer um homem cheio de desejos e faminto.
Terminada essa minha operação que mais pareceu um ritual, levantei e fui andando em direção ao mar para lavar minha boca, as mãos, e pensei:
-Que sorte eu tive em ter pescado essa lagosta tão grande e poder cozinhá-la aqui mesmo com água do mar. Agora poderei ficar pescando até mais tarde, já que matei a fome!

*Escritor ( Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)

Por que apenas alguns segundos?

Por que apenas alguns segundos?
Antonio Nunes de Souza*

Nosso Criador, Senhor de todos os poderes, só poderia estar fazendo uma brincadeira conosco, quando instituiu e determinou que o orgasmo durasse tão pouco tempo. Pois, pelo prazer que ele nos proporciona, nada mais justo seria que sua permanência atingisse, pelo menos, alguns minutos de estertores e prazeres, mesmo que tivéssemos a possibilidade de ter um derrame ou sermos acometidos eternamente da doença de Parkinson. Pois, mesmo sendo um desfecho trágico, teríamos a satisfação de dizer que o nosso problema de saúde foi em decorrência de uma grande transada, deixando-nos com seqüelas, mas, orgulhosos da maneira honrosa em que as conseguimos.

Na verdade, embora seja um prazer rapidíssimo, Ele, ainda bem, nos deixou a possibilidade de podermos dar uma “segunda ou terceira”. Entretanto, nem sempre o nosso instrumento causador tem disposição ou dureza para enfrentar tais situações, mesmo que seja esse o nosso íntimo desejo. Portanto, somente alguns poucos privilegiados podem esnobar esta façanha de comandar tranqüilamente a varinha de condão para repetir o fato no ato.

Diante do exposto, com todas as razões e direitos que temos, nada melhor que aproveitar o início desse terceiro milênio e implorar através de orações diárias ao nosso bondoso Senhor, que prolongue esse ato de piedade cristã, dando a nós homens em geral, a capacidade de uma eloqüência “gosatória” mais duradoura ou, em última análise, uma tesão constante para atender as carentes mulheres, sem precisarmos de recorrer ao bendito Viagra.

Oremos irmãos ! Pois, para o orgasmo demorar: Temos que rezar!

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)

Cuidado ! Está chegando o MSSX.

Cuidado ! Está chegando o MSSX.
*Antonio Nunes de Souza

Infelizmente, depois que o presidente Lula assumiu o poder, todos os Movimentos Sociais acharam-se no direito de exigir de forma violenta e abusiva que seus problemas sejam resolvidos imediatamente, sem terem os cuidados necessários de, pacientemente, esperarem que o novo governo coloque as desastrosas coisas antigas em seus devidos lugares.

Além do Movimento dos Sem Terras, que está invadindo todo tipo de propriedade (produtiva ou não), agora contamos com a absurda e avassaladora invasão dos Sem Tetos. Isso sem contar com o tradicional Movimento dos Sem Dinheiro que saqueiam bancos, residências, postos, etc., sem se preocuparem com a vida dos assaltados. Este sórdido movimento ainda criou uma variação que pode ser chamada de MSSR (Movimento Social de Seqüestro Relâmpago), também bastante difundida e atuante.

Essas atitudes, logicamente, estão dando o direito para aqueles que desejam algo para satisfazer suas necessidades, também procurar adquirir da forma mais prática possível. E, para o meu espanto, fontes fidedignas informaram-me que já foi fundado o MSSX (Movimento Social dos Sem Xoxotas). Parece estranho tal movimento, porém trata-se de uma associação bem estruturada, fundada por homens (e mulheres que são chegadas ao produto) que desejam satisfazer os seus instintos sem os preconceitos sociais ou as exigências financeiras das mulheres mais bonitas e sedutoras.

Segundo tomei conhecimento através de uma bicha enrustida (enciumada) que trabalha no escritório da associação, o estatuto foi regido com as seguintes cláusulas:

a) Todas as xoxotas passarão a ser de propriedade pública. Qualquer membro do movimento (homem o mulher) que desejar ter sexo bastará fazer uma requisição escrita ou verbal e esta deverá estar a sua disposição no horário, dia e local determinado, sempre limpa e disposta para uma ou mais transas. Fica claro que, em casos de recusas ou faltas, haverá uma multa altíssima e esta está sujeita a um “clitoricídio” pelo Departamento Estadual de Saúde.
b) Nos casos de excitações desenfreadas dos associados e estes desejarem transar em plena via pública, as xoxotas escolhidas deverão orgulhar-se de terem provocado uma reação fantástica e imediata. O público que estiver presente no momento, deve aplaudir a ação e, ao mesmo tempo, telefonar para o Departamento Assistencial de Pênis Afobados, solicitando uma ambulância para levar o associado para um Campo de Concentração de Xoxotas, onde este poderá transar quantas vezes desejar, ficando ali internado até poder ter um controle da sua libido. Esse tratamento, logicamente, deverá ser custeado pelo governo. Após a alta, o associado receberá um certificado de “Pênis Manso” para que possa transitar nas ruas sem molestarem nem serem molestados.
c) O governo terá a obrigatoriedade de construir Motéis Públicos em cada bairro para facilitar os associados. Porém, para fazer uso de tal direito, o associado deverá apresentar a sua carteira do MSSX e a mulher a sua carteira sanitária de Xoxota Saneada, expedida pela Secretaria de Saúde.
d) Como prevenção, o associado de MSSX deverá andar sempre com camisinhas, pois é terminantemente proibida a relação sem esta. A não ser que seja apenas para um rápido 69 ou um modesto boquete.
e) Será considerado ato ante-patriótico a mulher não aparar os pentelhos diariamente para conserva-se em condições de uso. Qualquer pentelhuda que for detectada, será destinada como castigo, para surubas e fantasias sexuais.
f) Os casos omissos nestas cláusulas serão resolvidos no Departamento de Grandes e Pequenas Transas ou no Juizado Sexual Superior.

Portanto, amigos, já que os direitos humanos são os mesmos, acho justo que todos procurem as coisas que mais estão necessitando e fundem suas associações. E, sinceramente, dou o meu maior apoio ao MSSX (Movimento Social dos Sem Xoxotas).

Se você deseja se inscrever, pode fazer através do e-mail Transalivre@.com.br preenchendo o cadastro, tomar muito Viagra e aguardar a chuva de xoxotas a sua disposição.

Obs. O slogan do movimento para as passeatas de protestos será o seguinte:

“Pênis unidos jamais serão vencidos”

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)

DOUTOR DEIXE EU PARTICIPAR!


Antonio Nunes de Souza*

Felizmente, no mundo geral das pesquisas e estudos, graças aos esforços de abnegados cientistas, sempre alcançamos resultados (rápidos ou demorados) de grande valia para a humanidade.
Muitas vezes, acidentalmente, meio a uma experiência para um determinado objetivo, inesperadamente descobre-se outro bastante útil em outra área totalmente adversa, porém, tão importante ou mais que a que se procurava obter. Se você pesquisar um pouco, encontrará centenas desses acasos tanto na área científica como industrial. E, graças a Deus, isso acontece e espero que continue acontecendo, contanto que suas utilizações sejam práticas e nos tragam benefícios reais que não sejam contraditórios.
Quando digo que não sejam contraditórios é baseando-me em resultados de algumas experiências genéticas nesta última década que , embora altamente válidas, lamentavelmente, colocam nós homens como categoria de coadjuvantes ou dispensáveis para determinadas e maravilhosas funções.
Posso citar como exemplo a inseminação artificial, onde não passamos de fornecedores da matéria prima, que pode ser comprada em bancos apropriados ou a clonagem que é mais sofisticada e nem o espermatozóide é necessário, etc.. E agora, para fechar o cerco contra a classe masculina, um cientista pesquisando um estimulador para ser utilizado para obter respostas positivas na coluna vertebral, acidentalmente, descobre que o equipamento utilizado nas mulheres, produz à divina e maravilhosa sensação do prazer orgásmico. Podendo inclusive ser regulado para ser usado qualitativamente em qualquer ambiente ou horário, bastando para isso apenas que a usuária saiba disfarçar os efeitos nos lugares públicos, não cometendo a imprudência de, cada vez que aparecer um sedutor sarado em sua frente, ela aperte discretamente o botãozinho do dispositivo e caia no chão como se estivesse dando um ataque de epilepsia. Lógico que vai cair muito mal termos que presenciar uma série de convulsões pelas ruas. E, se alguma afoita tiver ao volante e parar no sinal ao lado de um gato irado e bonitão e for logo apertando o botão. Pô! Mermão! Vai ser uma bateria de batida de carros somente vista em filmes americanos.

Sinceramente, não acho que deviam ter espalhado essa descoberta e nem tão pouco aprimorá-la para por em prática, pois o modo tradicional de se obter tal prazer é tão mais interessante e participativo que deve ser preservado, literalmente, como foi criado por Deus e difundido por Adão e Eva.
Assim sendo, mesmo a distância, gentilmente peço a esse cientista que deixe as coisas como estão, apenas se preocupe a ensinar melhores técnicas de obter-se o orgasmo para aquelas que têm dificuldades. Mas, que o método seja sempre o tradicional, divulgando enfaticamente que não existe outra maneira mais eficiente e agradável para chegar-se ao ápice. Para nós homens, basta como forte e inevitável concorrente apenas a genética e solitária masturbação.

Portanto, não encarem minhas palavras como se fosse uma declaração machista, pois sou radicalmente favorável a satisfação bilateral. O que desejo é continuar ativamente participando desse processo tão agradável e salutar. Por favor, doutor, não tire o prazer do meu prazer.
Doutor me deixe continuar participando!

*Escritor –Membro da Academia Grapiúna de Letras - AGRAL - antoniodaagral26@hotmail.com

De longo a sem calcinha!

De longo a sem calcinha!
Antonio Nunes de Souza*

Com a evolução do tempo, necessidades climáticas e proteção natural, os seres humanos começaram a vestir roupas, inicialmente utilizando peles de animais e, nos diversos períodos atravessados, foram sendo criadas séries de materiais até chegarem aos tecidos de algodão, linho, etc., finalmente, sendo seu campeão de uso e venda nos nossos dias, os confeccionados com fibras sintéticas.
Elogiável e perfeita essa preocupação técnica e científica, no sentido de nos dar uma real proteção sazonal adequada, nos agasalhando das intempéries, já que somos passivos de uma grande variação climática em nosso planeta.
Mas, tudo estaria perfeito não fosse nossa vaidade, aflorada pelo pecado amplamente conhecido como inveja, estimulando a criação de algo que revolucionou o mundo do vestuário, no sentido de personalizar cada indivíduo ou os mais privilegiados, usando tecidos e cortes especiais, tornando-os diferenciados e dando-lhes status de VIP. Aí, mais que depressa, surgiu a figura do estilista, que vem se firmando cada vez mais ao longo do tempo, impondo seus gostos (muitas vezes extravagantes), direcionando o público para suas tendências. Enfim, ditando suas modas e nos impondo o que devemos usar ou não, para não sermos considerados caretas, cafonas, bregas e outros adjetivos mais depreciativos.
Será que tudo isso é certo?
Sem sombra de dúvidas é certo, gostoso e salutar!
Você já imaginou andarmos na rua ou irmos numa festa e estarem todas as pessoas usando o mesmo tipo roupa?
Até para você encontrar alguém seria uma trabalheira terrível em função da padronização. E, por mais interessante que fosse, seria tristemente uniforme.
Portanto, devemos prestigiar, e muito, as pessoas que se dedicam às sofisticações e idealizações permanentes em nossos vestuários, pois, graças a elas temos a oportunidade de nos apresentar mais adequadamente e, ao mesmo tempo, apreciarmos em todos os lugares as belezas ressaltadas pelos tecidos e adereços que estão compondo cada personagem.
Como venho prestando atenção a esse fato desde os anos 60, tive oportunidade de ver os longos vestidos, as cargas de anáguas, os conjuntos Chanel, a moda cigana e descontraída dos hippes, o lançamento da mini saia de Mary Quant, a calça Sant Troupez de Brigitte Bardot, o psicodelismo da londrina Carnaby Street e, daí pra frente, uma variação incalculável em torno do tema, que só faz embelezar as mulheres, e os homens também, já que o modismo tornou-se praticamente unisex.
Hoje vimos retornar a imbatível calça Sant Troupez, mais arriada na virilha que, com a conivência da mini blusa, deixa a mostra os sedutores pelos pubianos. E, para selar a harmonia panorâmica, a mini volta como micro saia e as estrelas e jovens estão, generosamente, dispensando o uso das calcinhas.
Acho que está tudo lindo e muito certo nessa liberdade de se vestir e faz muito bem a nossa visão no dia-a-dia. O que peço a Deus é que eu não tenha nunca catarata ou glaucoma, para poder pelo menos, apreciar essa moda tão aprazível e sedutora.

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)

Confissões de um espermatozóide!

Confissões de um espermatozóide!
*Antonio Nunes de Souza

Decidi contar minha história para desabafar e dizer a todos que também temos os nossos dissabores na trajetória da vida.
Nasci, como todos os espermatozóides, proveniente da excitação dos homens, tendo como morada o saco escrotal, onde vivo tranqüilamente brincando com meus irmãos, aguardando a oportunidade de ser expelido para cumprir a missão determinada por Deus, de atingir o óvulo, me desenvolver, transformar-me em um feto e dar continuidade na perpetuação da espécie humana.
Lendo-se essa nossa diretriz de vida, parece que além de ser uma maravilha, trata-se de algo tranqüilo e sem nenhum problema. Mas, nós que passamos por diversas etapas, enfrentamos situações bastante desagradáveis e constrangedoras e, muitas vezes, perigosas e suicidas.
Para ilustrar melhor os dissabores que passei, contarei algumas passagens de sofrimento que suei frio e escapei por milagre:
Certa feita estava eu nadando e brincando com a turma, no velho e murcho saco que é minha moradia, quando sentimos sua transformação. Começou a ficar menor, mais redondinho, veias e artérias pronunciadas, que para nós era um aviso que haveria uma relação sexual e nós deveríamos nos preparar para sermos expelidos a caminho da procriação. Nos enfileiramos todos, fizemos aquecimento e abrimos o maior sorriso, cada um na esperança de ser o mais rápido e alcançar o objetivo de se transformar em um novo ser humano.
Logo em seguida começaram as sacudidelas, aquele vai-vem incessante, nos desequilibrando e embolando a ordem de saída já estabelecida, deixando-me lá na retaguarda. Quando começamos a sentir maior rapidez nos movimentos e iniciar a tremedeira peculiar, colocamos as cabeças pra frente e os rabinhos pra trás e, como um tiro, saímos todos voando rumo ao além, já que se tratava de uma masturbação.
Eu, como na desarrumação inicial fiquei para trás, escapei por um triz me segurando em um vaso sanguíneo! Mas, muitos dos meus melhores amigos, morreram afogados descendo pelo ralo do banheiro, sem nem mesmo entender o que havia acontecido. Alguns ainda ficaram presos na mão, mas o cara sacudiu e foram voar na parede do banheiro, escorrendo entre o limo e as lágrimas de tristeza, rumo a uma morte nada gloriosa.
Depois dessa experiência nova para mim, pois existe uma reciclagem constante na população escrotal, já que cada vez que acontece excitação, começa uma produção em massa, e sempre aparecem os afobados tirados a Gustavo Borges, que querem ser os primeiros a sair e a chegar. Eu, já experto, passei a ficar na última fila para evitar os acidentes de percursos que somos passivos. Ontem mesmo, voltamos a sentir os sintomas peculiares de uma relação sexual e a preparação foi rápida e imediata. Eu me arrumei no fundo, mas, com as sacudidelas, fui jogado para o meio. Aí, o homem tremeu forte e mandou ver! Saiu todo mundo na maior disparada, mas quando eu cheguei ao meio do caminho, senti um mau cheiro danado, finquei o rabinho na lateral e comecei a nadar contra aquela gosmenta correnteza, conseguindo voltar para o meu lar. Porém, infelizmente, milhares de amigos meus morreram atolados na merda. Tratava-se de uma relação anal, tão apreciada ultimamente para sentir prazer e, ao mesmo tempo, fazerem o nosso holocausto fecal.
Por essas razões e outras que não citarei agora, confesso que nossa vida não é tão boa como pensam muitos. E, mesmo daqui de dentro, ouço falarem que a vida é um saco e, saco por saco, prefiro continuar aqui, ficando sempre nas últimas filas, porém, bastante preocupado de me pegarem dormindo e eu terminar morrendo numa mancha de lençol em decorrência de uma polução noturna.

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com).

Carnaval a festa dos ginecologistas!

Antonio Nunes de Souza*

A maior festa com participação global existente no mundo é, sem sombra de dúvidas, o carnaval brasileiro. Isso já está comprovado pela mídia, pesquisas meticulosas e pelo próprio povo que participa fervorosamente, sempre fazendo aumentar o número de adeptos de todas as raças, credos e condições sociais.

Como observador e ex-folião dos mais ativos, parei para meditar um pouco sobre essa grandiosa manifestação popular e, sem dificuldades, cheguei à conclusão que essa é uma festa com características semelhantes à famosa “piracema”, ocasião em que os peixes pulam bastante, suplantando todos os obstáculos com sacrifícios, para fazerem suas alegres desovas. Ou seja, aumentar a procriação!

Então, com essa similaridade interessante, onde todo mundo deixa as águas rolarem entre pulos de alegria, usando do neologismo, denominei o carnaval com o sugestivo nome de “época da pira sémem”. Ou seja, ocasião em que os sémens estão pirados e as facilidades de procriação estão dando a maior sopa, sem que seja preciso pulos tão altos, nem tão pouco vencer as pequenas cachoeirinhas que os pobres peixes se submetem.

Partindo dessa idéia que pode ser denominada de louca, mas, fundamentada em uma realidade, justo é que seja o carnaval a grande alegria dos ginecologistas. Pois, após os maravilhosos festejos, suas clientelas aumentam consideravelmente, não só pela perspectiva do desenvolvimento demográfico, como também as DSTs que infestam e se retransmitem no famoso “Pira Sémem”.

Caberia a consciência popular para que fossem usadas as benditas camisinhas, juntamente com os abadás e, nas horas do “vamos ver”, os perigos sejam extintos ou, pelo menos, minimizados.

Portanto, não que sejamos contra os ginecologistas, querendo prejudicar seus rendimentos. Mas, nossa preocupação maior é com a saúde dos foliões e as conseqüências das produções independentes inevitáveis, daqui a nove meses.

Vamos brincar e dançar! Mas, Cuidado com o “Pira sémem”.

*Escritor, poeta (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com - antoniomanteiga@blogspot.com)

Carnaval na Bahia!

Carnaval na Bahia!
Antonio Nunes de Souza*
Você quer água?
Tá com sede?
Olha, olha, olha a água mineral! Olha, olha, olha a água mineral!
Ao ouvir a Timbalada começar a cantar e tocar essa música, fiquei toda arrepiada e comecei a gritar, pular e cantar o refrão, parecendo que o demônio havia se apossado de mim, já que a emoção de ouvir qualquer banda baiana me tira do sério, me deixando completamente fora de mim.
Aliás, essa sensação era sentida por todos da multidão que acompanhava o bloco, vestida com lindos abadás coloridos, sendo uns mais decotados que outros, deixando aparecer às partes mais sensuais possíveis, que serviam para aliviar o calor e também chamar a atenção para eventuais agarrações carnavalescas. Lógico que procurei dar uma cortada bem profunda na blusa, para mostrar os meus volumosos e duros seios, na certeza que essa minha parte do corpo, além de provocante, é um verdadeiro chamariz de abraços e algumas mãos bobas. Mas, carnaval é carnaval e tudo isso faz parte daqueles dias do ano que mais nos liberamos e esquecemos alguns conceitos e preconceitos, nos dedicando as luxúrias e aos prazeres.
Sem que eu esperasse, senti aqueles braços fortes em volta da minha cintura, puxando-me para o meio e, ao mesmo tempo, como um relâmpago me tascou um beijo na boca que, mesmo sem saber de quem se tratava, retribuí as linguadas e as esfregações, deixando para depois saber se estava ou não fazendo um bom negócio. Pensei rápido imaginando o seguinte: Se for um cara legal não vou largar tão cedo, mas se não for, saio de baixo e faz de conta que foi minha caridade baiana no carnaval.
Depois de um beijo demorado, muitos empurrões e pulos dentro e fora do ritmo, o cara se afastou um pouco e pude ver que, embora ele não fosse essa beleza toda, agradava no geral para que pudéssemos nos divertir pelo menos temporariamente, até aparecer coisa melhor. Sabe como é: No começo pegamos o que aparece, depois passamos a selecionar e no final pedimos a Deus que apareça qualquer um. O importante é não terminar a noite no 0x0. Pois carnaval foi criado exatamente para que possamos fugir dos comportamentos usuais e dar vazão aos nossos instintos, colocando a culpa nessa festa sodomiana.
Não demorou muito o cara que nem seu nome disse, falou que ia buscar uma cerveja e evaporou na multidão deixando-me livre novamente para que eu pudesse azarar e ser azarada sem limitações. Olhei para os lados e muitas das minhas amigas já estavam acompanhadas, brincando, dançando e os beijos rolavam aos montes entre risos e abraços. Curiosamente, dentro do bloco parecia uma demonstração de respiração boca/boca, só que os participantes estavam mais vivos que nunca e só se largavam para tomar um gole de cerveja ou capeta e voltarem aos beijos babados e molhados, animados pelo enlouquecido batuque de Carlinhos Brawn e sua banda.
Logo passou outro cara louro de olhos azuis, bem branquelo com as bochechas vermelhas, usando sandálias e meias soquetes que, por ser tão desajeitado e fora do ritmo, notava-se logo que era um gringo turista. Mas, com todos esses pormenores horríveis, o cara era um gato pra ninguém botar defeito. Ele veio em minha direção, abriu os braços e eu que não sou besta, agarrei em sua cintura e começamos a pular. Enquanto eu cantava os pedaços da música que havia aprendido, ele somente dava gritos e sorria, pois não falava merda nenhuma de português.
-Você é estrangeiro?
- Nom fala brasilêro. Eu sê americano.
-Ah! Sim, Yes. Como é o seu nome, name?
- Peter Kenneth.
-My name is Kátia. I know to speak inglish litle.
-OK! My Love!
Dei uma risada pelo modo engraçado que ele falou e continuamos pulando agarradinhos acompanhando o ritmo e os passos do bloco que seguia do Farol para Ondina.
Como pintou um clima gostoso entre nós, ficamos juntos todo percurso, sempre aproveitando para umas boas pegadas, pois o gringo embora não soubesse dançar o axé, de sacanagem ele entendia muito bem por ser uma linguagem internacional que todo mundo sabe fazer sem precisar de professores.
Quando dei por mim já estávamos no fim do percurso, a Timbalada parou e, quando olhei em volta, não vi nenhuma das minhas amigas, estando somente eu e Peter. De momento não me preocupei, mas quando me lembrei que tinha deixado a bolsa em casa por causa de roubos e também não tinha a chave e o endereço anotado de onde estávamos hospedados fiquei em pânico sem saber o que fazer. Peter não falava nada, somente sorria e me dava cada beijo que, depois das bebidas que tomamos, me deixava excitadíssima e querendo mais.
Procurei as meninas, mas, nada de encontrar ninguém. Creio que cada uma seguiu sua vida e direção, já que a independência era e é uma tônica entre nós. Nada de controles e policiamentos, pois somos maiores e independentes, sendo nossos atos de nossa própria responsabilidade.
Senti que Peter estava a fim de me levar para o seu hotel e, como tinha rolado uma química legal, resolvi que iria ficar com ele.
Quatro horas da manhã, tomamos um táxi, chegamos ao hotel, subimos para o quarto e não deu outra: transamos até adormecermos pelos gozos e pelo cansaço.
Na manhã seguinte, quase meio dia, mesmo meio envergonhada, pedi a Peter um dinheiro emprestado para um táxi, explicando para ele através de palavras e gestos a razão de não estar com a bolsa. E ele gentilmente me deu R$ 50,00. Trocamos beijinhos e marcamos para nos encontrar logo mais a noite.
Mas, não sei se por não conhecer a cidade ou por falta de interesse, não encontrei mais com Peter e brinquei o carnaval com muita alegria, sempre aparecendo rapazes que pintavam, abraçavam beijavam, pulavam e sumiam na multidão, fazendo, de qualquer forma, que meu carnaval fosse alegre e feliz.
Voltamos todas comentando nossas aventuras e desventuras, rindo e nos divertindo com as estórias acontecidas.
Passados nove meses, não é que tive um menino lindo de olhos azuis!
Coloquei o nome de Peter Brawn em homenagem ao pai e a minha querida Timbalada.
Esse ano eu estou aqui de novo. Deixei meu pequeno Peter com minha mãe e vou ter o maior cuidado, mas, se o diabo atentar e eu me bater com um turista argentino e rolar uma menininha, vou botar o nome de Daniela Sangallo da La Passion.
Ah! Como é gostoso e maravilhoso esse carnaval da Bahia!

*Escritor e poeta (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com - antoniomanteiga.blogspot.com)

Ano 2026

Antonio Nunes de Souza*

- Bom dia, 12.221! Recebi uma mensagem sua em meu chip cerebral, mas, no momento, estava com Marte na linha e não pude responder. Porém, agora estou livre e as suas ordens. Diga aí o que deseja?
- Pois não, 41.610! Soube que você está se desfazendo de quatro das suas mulheres andróides, modelos 2025 e, como desejo renovar a minha frota de fornecimento para Vênus e eles não são muito exigentes, alguns modelos com um ano de uso, atendem perfeitamente as necessidades na nossa rede de Shopping Iguateróide. Desejaria saber o preço e a viabilidade de uma comercialização.
- Posso fazer preço acessível, porém você terá que levar também dois homens com defeito de fabricação que, embora não estejam em desuso, eles só trabalham bem na marcha ré. Você poderá utilizar as mulheres para exportar para Vênus e os homens enviar para Mercúrio, pois, com o calor que faz por lá, tudo que é ligado a frescura, sempre é bem aceito. Um androgay por lá vale igual a um ventilador de teto com cinco rotações. Infelizmente, terá que ser uma venda casada. Sabe como é, né?
- Eu não trabalho com baitolóides, mas, sendo assim, por quanto vai ficar o lote misto?
- 3.000 dólares universais. Uma pechincha! As mulheres são todas revisadas, hímens novos, anus retificados com anéis de aço gelatinoso, línguas de veludo lunar com a aspereza adequada para dar arrepios, olhos e bocas com milhares de tonalidades e 131 tipos de sorrisos. Falam 20 idiomas de diversas galáxias, mas, somente respondem as perguntas que são feitas e algumas centenas de frases eróticas que você pode programar na hora do sexo. Quando aos androgays as aptidões são as mesmas de séculos atrás, com pouquíssimas variações em torno do tema. Porém, revisadíssimos! Tonalidades de vozes desde o machão incubado até a mais fêmea das mulheres. Bundas de acrílico expandido com regulagem de tamanho e caçapa bem enrugada e flexível, adaptável automaticamente na medida do usuário. Tanto os homens como as mulheres possuem mecanismo eletrônico de limpeza e esterilização automática, ficando em condições de reutilizações em apenas 15 segundos.
- Toda documentação está em ordem?
- Tranqüilamente! Licença espacial com validade de 5 anos autenticado pelo Ministério Galaxial de Prostituição e Homossexualidade Interplanetária.
- Tudo bem! Vou fazer a transferência do valor imediatamente e mandarei uma nave pegá-los amanhã pela manhã em seu asteróide. Mas, gostaria de saber qual a garantia que você vai me dar com relação aos produtos?
- Você está maluco meu amigo! Nós nunca confiamos nos homens e nas mulheres de verdades durante séculos, como poderemos agora confiar em andróides? Para traições e mentiras ainda não foi possível se fazer um chip para vetar tais procedimentos. Esse é um risco que teremos que correr infinitamente.
- OK! Um abraço e até breve!
- Tchau!
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*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com - antoniomanteiga.blogspot.com)





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Abaixo o tabu do sexo!

Abaixo o tabu do sexo!
Antonio Nunes de Souza*

Por que será que os homens, tão inteligentes, criaram e estabeleceram um tremendo tabu com a prática do sexo?
Por mais que queiramos analisar, baseando-se nas razões apresentadas, nunca chegamos ou chegaremos a uma conclusão plausível, já que se trata de um desejo normalmente espontâneo, aflorado com a mesma intensidade em todos os seres humanos.
Podemos fazer uma comparação bastante simplista, mas, sem sombra de dúvida, espelhará uma realidade bastante aproximada e com uma similaridade capaz de convencer qualquer pessoa de bom senso, que não coloque os preconceitos e preceitos que a sociedade, na sua hipocrisia secular, teima impingir. E, quando vai perdendo suas forças, principalmente com a juventude, começa a colocar justificativas apelando para bases religiosas, morais e sanitárias.
A comparação que pretendemos fazer é entre o desejo sexual e a fome que, em ambas as situações, temos logo uma vontade louca de comer.
Nas duas ocasiões alimentamos com prazer o corpo e a alma, em apenas alguns minutos.
Existe maior prazer que fazer sexo quando se deseja ou comer quando se tem fome? Sinceramente, desconheço!
Entretanto, nos dois casos, o que é preciso são os cuidados necessários para suas realizações, no sentido de que tudo transcorra de uma maneira benéfica e salutar, sem que ocorram problemas futuros que esses procedimentos, altamente necessários, podem causar.
Vejamos: Se você for se alimentar é importante escolher uma refeição adequada, limpa, sadia, não gordurosa, carnes macias independente de cores, boa aparência (essa é primordial para despertar o apetite), não comer exageradamente e, por fim, descansar um pouco depois de estar devidamente saciado. Tudo isso se levando em conta sua idade, seu regime alimentar e os conselhos médicos, certamente lhe conservará forte, robusto e feliz. Mas, se exagerar tolamente, afetará todo seu organismo e, conseqüentemente, suas condições psíquicas, causando transtornos bastante desagradáveis.
Na prática do sexo é a mesmíssima coisa: Você é despertado pelo desejo, quando vê a pessoa adequada, limpa, sadia, não muito gorda, carne macia (qualquer cor), aparência sedutora, mexeu na sua libido (que é a estimuladora do desejo) e pronto. Nesse caso você ainda tem uma vantagem, pode comer exageradamente, descansar um pouco e, se for capaz, comer de novo que não fará nenhum mal. Apenas lhe dará uma vontade de se alimentar em seguida. O importante é não esquecer os conselhos médicos preventivos para evitar DST ou filhos indesejados.
Até as despesas decorrentes em ambos os casos são similares, pois a comida, principalmente as mais saborosas, custa muito caro e nem todo mundo pode comer “a lá carte”, tendo que se conformar com o “fast food” a quilo. E com as mulheres é a mesmíssima coisa, quanto mais bonitas e saborosas dão uma despesa desgraçada. Mas, como tudo na vida, as coisas melhores custam caro!
Entretanto, pior que a despesa é a imposição de exclusividade, como se fossemos piano de uma só tecla. Você já pensou o que é ter que tocar a vida toda “Samba de uma nota só” ou comer somente feijoada pelo resto da vida?
Pra mim não é felicidade e retrata purgação e penitência tanto para o homem como para a mulher, que somente provoca a mentira deslavada nos relacionamentos.
Precisa-se acabar essa tolice de repressão com uma necessidade extremamente fisiológica, não a ligando a pecado, exigência de matrimônio e que seja feio pratica-lo. Para mim ele é bonito, você vai para o céu (na hora você chega a ver estrelas) e é lindo quando bem realizado.
Assim sendo, sugiro que deixem essas bobagens de lado, tenham suas cautelas e aproveitem as oportunidades que surgem, pois, com certeza, chegará o tempo em que você desejará avidamente e não encontrará parceiro que lhe queira.
Com cautela e segurança, faça sexo e encha a pança!

F I M
*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)

A ficção que poderá virar verdade!

A ficção que poderá virar verdade!
Antonio Nunes de Souza*

Estamos às vésperas de uma possível grande guerra mundial, sendo o grande estopim os Estados Unidos da América! Vivemos o ano de 2051, depois de passados dezenas de anos das eleições para presidente, vencida pelo negro Barack Obama, provocando uma guinada jamais esperada num país com a tradição racista das mais fortes no mundo.
Provavelmente, a escolha desse homem para governar o país naquela época, que sempre foi considerado a maior potencia mundial, deveu-se a insatisfação do povo americano, imaginando que uma mudança radical seria a solução para resolver seus problemas, causada pela própria prepotência e arrogância enraizada no patriotismo dos ditos super homens.
Assim pensando, elegeram o primeiro negro para habitar a casa branca em 2008, começando a nova era, onde os afros descendentes passaram a ocupar um espaço que, por muitos anos, não tinham nem nas escolas e nem em quase lugar nenhum descente, excetuando a cozinha.
Começamos a ver e sentir de perto, que o negro não é apenas bom nos esportes, danças, músicas, etc., como se pensava e era difundido nas escolas. Assim que tiveram oportunidades, conseguidas com muita luta e perseverança, foram chegando pelas beiradas e, num piscar de olhos, passaram a ocupar lugares e cargos de destaques mundiais, mostrando a capacidade de uma brilhante raça, jamais prestigiada em todo mundo, graças ao imbecil preconceito racial que, estupidamente, supõem que a cor da pele ou cabelos lisos aumenta o QI das pessoas.
Então, décadas atrás, depois que o Presidente Obama iniciou uma conscientização e união dos povos, para que todos fossem beneficiados uniformemente, mesmo com a resistência de uma grande parte da população, isso foi conseguido progressivamente nos seus oito anos de governo e o mesmo número de atentados contra sua vida.
Se os negros já tinham seus valores através do esporte, dança, música e, com destaque, o cinema, normalmente foram aumentadas suas cotações preferenciais afetivas, ampliando, significativamente, o nascimento de mulatinhos e sararás, dando uma alavancada espetacular na miscigenação americana. Não raro encontramos babys pretinhos com olhos azuis, verdes, violetas, alguns até com cabelos lourinhos e lisos (esses últimos são raros, pois, o cabelo pixaim, meu irmão, é forte demais). Nessa época já começava a nova era americana e o fortalecimento do negro no continente, uma vez que foram ampliadas as ajudas aos países africanos e a entrada para estudantes e estagiários nos States foi uma dádiva para os que chegavam e, conseqüentemente, reforçava a já maioria da nova raça que surgia no país. Para nós brasileiros isso não constituiu nenhuma novidade, pois, desde o descobrimento, que misturamos raças mais do que feijão com arroz ou café com leite. Mas, para os americanos, em geral cheios de preconceitos, foi uma novidade aceita aos poucos, ou forçosamente, pela realidade dos fatos.
Os presidentes que sucederam Barack Obana acompanharam a sua política e, nessas décadas, os negros ampliaram seus poderes, direitos, respeito e população. Se olharmos hoje numa visão panorâmica o Central Parque, raramente poderemos visualizar um branco, em virtude dos nascimentos de mestiços que, pela força do poderio da raça, deixa seus traços bem delineados nas características.
E, não sei se por vingança ou necessidade, já que a Europa tornou-se decadente, o dinheiro do mundo centralizado nos States e os negros já não querem mais se submeter aos serviços domésticos ou subempregos, alguém teve a triste idéia de aproveitar a situação e explorar a escravidão de brancos que, lamentavelmente, transformou-se em uma antiga África em função da fome e da miséria.
Já em 2047, sorrateiramente, a marinha americana começou a trazer europeus para realizar trabalho escravo, escudando-se em declarações que estavam ajudando um povo que sofria e decadente. E, de 2049 em diante, era comum chegar diariamente nos portos, navios carregados de brancos, denominados de “Navios Branqueiros”. Talvez uma alusão aos nossos antigos e trágicos navios negreiros.
Na verdade não havia os maus tratos de senzalas, chicotadas, etc., mas, o trabalho era duro, fiscalização policial forte e, aqueles que não estivessem correspondendo nas funções, eram duramente penalizados.
Felizmente, depois de reuniões confidenciais constantes entre todos os países do mundo (já que através da UNO seria inviável), programaram uma invasão armada, no sentido de conseguir sair do julgo dos Estados Unidos, agora liderados pelos pretos detentores das maiores fortunas e os mais elevados cargos. Em qualquer empresa pública ou estatal seus presidentes e diretores são todos negros, mulatos e sararás. Aos brancos são reservados os cargos de terceiros e quartos escalões, mesmo assim os nascidos e legalizados no país. Aos brancos importados da Europa são destinados os serviços de faxina em geral.
Nossa preocupação nesse momento é que, a qualquer hora, podemos ver nos céus aviões bombardeando Washington e Nova Yorque e o pânico reinando em todo mundo, já que os interesses são grandes e existem solidariedades divididas para ambos os lados.
Lamentavelmente, seja o que Deus quiser! Agora podemos dizer, literalmente, que as coisas estão pretas!
*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)

Prefiro a moda antiga!

Prefiro a moda antiga!
Antonio Nunes de Souza*

Que acontecerá aos nossos filhos com o advento da clonagem humana?
Lógico que tenho de me preocupar com tal situação, mesmo que esta não esteja tão próxima de ser oficializada, mas, pelo andamento das pesquisas, não tardará estar liberada em todos os paises do mundo.
Não que eu seja contra a tecnologia, mas, acho um desaforo dos grandes, com tantas doenças matando assustadoramente o povo, os cientistas estarem preocupados em substituir a nossa tão querida, gostosa e adorável relação amorosa, por uma mistura laboratorial sem graça e sem orgasmo. Será que o único prazer que Deus deu, com igualdade, ao pobre e o rico vai ser abolido dos costumes e hábitos salutares entre os humanos e animais em geral? Na verdade eu já desconfiava dessa trama, pois, em vez de procurarem descobrir rapidamente um remédio contra a AIDS, a preocupação maior é amedrontar a população mundial através de propaganda em todos os veículos de comunicação possíveis, para deixarem de fazer sexo à vontade ou, se assim desejar, não deixar de usar a necessária baixa tesão da camisinha. Essa lavagem cerebral já é para desestimular a libido e ir, paulatinamente, fazendo com que passemos a encarar o sexo tradicional como perigoso, conscientizando todos de que a clonagem será mais adequada e sem riscos, com resultados surpreendentes e garantidos. Pode ser até garantido e seguro, mas nunca, jamais, acharei inútil aquela tremedinha e os choquinhos de uma salutar transa. Inclusive, em ambos os casos, espera-se nove meses e, se é para esperar o mesmo tempo, com sexo é muito melhor.
Mas, onde ficará a cantada? A conquista para levar a gatinha para a cama? E o casamento? Será que será mais cômodo comprar um menino na farmácia e colocar uma babá para tomar conta?
E ainda tem mais! No processo da clonagem nem precisará uma masturbaçãozinha para colher o material de fabricação. Basta apenas uma simples molécula do nosso corpo, para eles fazerem um menino com controle de qualidade e garantia vitalícia.
Entretanto, pra que esse super homem tão perfeito e certinho, se ele não vai desfrutar do maior prazer que a humanidade já conheceu que é o sexo? Acredito até que por medida cautelar e segurança, os cloninhos já serão capados no laboratório, para que não haja o risco de aflorar algum desejo genético herdado dos antepassados que, a essa altura, serão considerados verdadeiros tarados ou trogloditas medievais.
Precisamos tomar providencias urgente, assim como os ecologistas já fazem tão bem nas suas áreas, para que sejam preservadas não só as matas como as gloriosas xoxotas e pintos que, há milênios, ajudam a povoar o mundo da maneira mais gostosa possível.
Vamos lutar pelos nossos filhos, para que eles no futuro, ao verem um filme (épico) de sacanagem, não imaginem que nós éramos uns bárbaros e andávamos nos atracando sem nenhuma razão aparente, usando métodos pré-históricos para uma simples perpetuação da espécie.

*Escritor e poeta (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)

Os irracionais sempre tiveram razão!

*Antonio Nunes de Souza

Os homens, já há muitos anos, ensaiavam pelo seu instinto animal, ter relações sexuais pela parte de trás da mulher, elegendo a bunda como a maior fonte de sedução e excitação para uma transa com orgasmos alucinógenos.
Talvez a razão principal seja a abundância de carne ou o arredondamento protuberante que, ao encostar-se, encaixe-se perfeitamente na região pubiana, sem que seja preciso adaptações e maneiras normalmente acrobáticas, normalmente utilizadas nos tradicionais amassos frente a frente.
Inegavelmente, sente-se que o nosso membro está sendo abocanhado por duas abóbodas, onde a fenda central deixa um aconchego tão gostoso, que não pode ser comparado a nada em termos de estimulação ao libido masculino, levando-se em conta que, com essa atracação pela retaguarda, consegue-se beijar sedutoramente a nuca (região extremamente sensível) e, ao mesmo tempo, acariciar os seios com ambas as mãos, fazendo com que o prazer seja recíproco para os parceiros. Pois, até o tradicional beijo na boca, com uma pequena viradinha de pescoço, pratica-se com a maior facilidade. Tudo isso sem contar uns beijinhos e umas linguadinhas nos ouvidos que, sem sombras de dúvidas, faz arrepiar os cabelos em todas as partes do corpo.
Assim sendo, somente agora, depois de milhões de anos que todos os animais da face da terra já praticam o sexo por trás, os homens abandonam a sua caretíssima posição papai/mamãe e começam a descobrir que esta é a maneira mais correta para resultados altamente deliciosos. Mas, creio eu que, esta absurda demora, tenha como causa o preconceito humano de achar que Deus gastou uma quantidade enorme de barro ou costela para confeccionar a bunda, foi para servir de almofada para quando a mulher pudesse sentar-se mais comodamente. Ledo engano, Deus foi e será sempre bem sábio e, mesmo solteiro e pouco chegado a tais hábitos, sabia o que estava fazendo em prol da humanidade.
Quero deixar bem claro aos menos avisados, que nossa alusão a respeito da relação sexual pela parte de trás é estritamente entre homens e mulheres, pois me preocupa muito que alguns homens possam achar a idéia interessante e saírem por aí dando a dita cuja, na ilusão de estarem acompanhando a evolução do tempo. Contudo, no famoso manual Kama Sutra, pode-se ver claramente que: “A fôrma ideal para o pênis é a bunda, pois se fosse a vagina, este não seria redondo e sim, teria a forma achatada de um peixe”.
Óbvio que não tenho preconceitos a respeito, uma vez que todas as preferências sexuais devem ser respeitadas com a mesma dignidade.
Antigamente quando se dizia: “Quando eu o vejo dou as costas”. Era uma frase bastante ofensiva e de desprezo. Hoje é um privilegiado quem ouve, pois é uma maneira deliciosa de agradar alguém.
Finalizo fazendo uma corruptela de uma máxima bastante conhecida: “Na frente de todo homem de sorte e feliz, existe sempre uma mulher de costas”.
*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com - antoniomanteiga.blogspot.com)

Sara

Sara
Antonio Nunes de Souza*

Essa mulher é a saudade sentida,
É a dor de uma longa partida,
É o sentimento de uma trágica morte.
Essa mulher é um espinhoso caminho,
É o sofrimento de um pássaro sem ninho,
É a sina de um homem sem sorte.

Essa mulher é um desprazer constante,
É o retrato de um rápido semblante,
É a expectativa do juízo final.
Essa mulher é a própria insensibilidade,
É a junção de todas as maldades,
É a imagem que se imagina do mal.

Porém, essa mulher tem um misterioso encanto,
E, quando a sós, ela tira o seu manto,
Tornando-se o desejado pecado da sedução.
Essa mulher de dia me atormenta,
Mas, à noite me acalenta,
E me ama com muita paixão.

*Escritor e poeta (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)

Querido primo Zezinho,

Querido primo Zezinho,
Antonio Nunes de Souza*

Como tinha combinado, fui passar o carnaval em Salvador para conhecer a tão falada “maior festa da face da terra”.
E não é que é verdade? Acabou de acabar e não me contive em pegar na caneta para escrever-lhe detalhadamente tudo que me aconteceu. Foi uma das coisas mais estranhas e encantadoras que já vi em toda minha vida de homem do interior.
Pra começar realmente do começo, tenho que lhe dizer que vendi duas cabeças de gado e apurei 630 contos para destinar à minha folia. Fui à loja de Osvaldinho de Judite, comprei duas bermudas daquelas de várias cores, bolsos e taxinhas (que aqui quem usa é chamado de viado), dizendo que era para dar de presente aos parentes da capital. Cortei as mangas de quatro camisas que já estavam meio enxovalhadas, peguei um par de congas azuis e disse pra mim mesmo: Estou pronto para enfrentar as gatas, os turistas e os soteropolitanos.
Peguei o ônibus que vem de Brumado e passa aqui pelo vilarejo, isso já com minha sacola da Company, que comprei na mão de Zé Camelô, cheia até o gogó pelos meus apetrechos carnavalescos.
A viagem parecia que não acabava mais. Foram cinco horas e meia de solavancos e asfalto, até que chegamos na rodoviária. Não nego não! Fiquei assombrado com o tamanho da cidade e o bolo de gente fazendo uma confusão dos pecados nos embarques e desembarques. Fiquei olhando pra todos os lados a procura de compadre Ziza, que ficou de esperar-me e nada de ver o cara. Encostei em um canto bem exposto para que ele me visse, mas demorou mais de uma hora e nada de aparecer alguém. Comecei a ficar nervoso e sem saber o que fazer, pois ele não tem telefone e, na agonia, tinha me esquecido em casa o seu endereço. Só sabia que o bairro que ele morava chamava-se Cajazeiras.
Puta merda! O que é que vou fazer agora?
Bem, já que eu estava lá e não sou nenhum tabaréu, resolvi ir logo para a Barra, pois havia ouvido falar que lá é que era o circuito da folia (pra mim, circuito era coisa de energia elétrica. Mas... seja o que Deus quiser).
Rapaz, isso foi no sábado à noite. E, quando eu consegui chegar, depois de pegar quatro ônibus errados, já passava das vinte três horas. Fui logo me deparando com um trio elétrico, que vinha parecendo um furacão daqueles que a gente vê no cinema em filme de tempestade. O povo vai pulando como loucos e quem estiver na frente eles vão pisando e dando cotoveladas, até arrancar as tripas da gente. Tomei cada pisada nos pés que chegava ver estrelas de tanta dor. Com uma mão eu me defendia dos empurrões e com a outra segurava a sacola com toda força para não perde-la. Mas, foi em vão! Quando um desgraçado de lá de cima do trio gritou: Levanta o pé do chão, galera! Deram-me um empurrão tão filho da puta, que minha sacola voou longe e eu fiquei apenas segurando a alça como lembrança. Aí eu enlouqueci, pois toda minha roupa e dinheiro estavam dentro dela. E o que eu ia fazer sem roupas, sem dinheiro e sem teto para me hospedar? Quanto mais eu gritava: Minha sacola! Minha Sacola! O povo pulava e me pisava cada vez mais.
Uma mulher, com pena de mim abraçou-me e, beijando-me carinhosamente, afastou-me daquela confusão. Quando paramos em um canto, me refiz e olhei para a mulher para agradecer a filha de Deus, tomei um susto retado, pois a mulher era um travesti.
Empurrei o desviado para trás e disse: Qualé seu cara! Ta pensando que eu gosto dessas coisas?
-Calma bofe. Estou aqui para ajuda-lo numa boa.
-Vá ajudar a puta que lhe pariu! Eu vim para Salvador para brincar o carnaval e transar com as mulheres mais lindas do Brasil. Se eu gostasse de viado eu ia passa o carnaval na selva amazônica.
A bicha ficou parada me olhando e, naquele momento, lembrei-me que estava perdido, sem dinheiro, sem roupas e não conhecia ninguém na cidade. Achei que não podia tirar uma de valentão e nem de machão, senão estaria totalmente na merda. Então logo falei:
-Desculpe, cara. É que eu estou desesperado e aflito. E essa situação pra mim é muito estranha. Acabei de chegar do interior, ninguém estava me esperando e agora estou perdido na cidade e sem nem um puto pra poder me hospedar em uma pensão. E logo de cara me bato com você e eu não sou chegado a essas coisas.
-Se você quiser pode ficar em meu apartamento hospedado até acertarem as coisas. Creia que nada acontecerá entre nós dois. Eu prometo!
-E nem pense nisso! Meu ramo é xoxota desde menino.
-Todos me chamam de Gisele, mas meu nome é Ari e moro na Rua do Sodré, 74, bem perto do Largo Dois de Julho. Vamos até lá para você tomar um banho, eu lhe empresto umas roupas limpas e vamos procurar os seus parentes. E, ao mesmo tempo em que estaremos procurando, vamos brincando nosso carnaval e vou mostrando-lhe as belezas de Salvador.
-Tá legal! Mas somente como amigos. Meu nome é Marcelo. Nada de falar ou fazer sacanagens. Quando eu voltar mando dinheiro para pagar tudo que você gastar comigo.
Fomos para o apartamento, tomei um puto banho e, quando saí do banheiro, já estava uma macarronada cheirosa e deliciosa esperando-me na mesa, acompanhada de uma cerveja toda anuviada de gelada que estava. Aí eu pensei: Foi Deus que botou esse viado em meu caminho. Está quebrando-me um galho da porra com essa acolhida.
Quando acabei de comer e beber, Gisele apareceu com um short cor de rosa e verde e uma camisa branca cheia de paetês e disse: Vista essa roupa e vamos para a folia. Quando olhei para a indumentária, imaginei logo se a turma da minha cidade visse eu vestido daquela maneira, todo de verde/rosa e paetês, me chamariam logo de bichona da mangueira. Mas, como aqui ninguém me conhece, vou tomar todas e curtir o reinado do Momo.
Acredito que vou me dar bem, pois, na minha cidade, todo viado anda arrodeado de mulheres e, com certeza, aqui na capital deve ser bem melhor e vão sobrar muitas pra mim. Isso eu ia pensando enquanto caminhávamos pela Avenida Sete em direção ao Campo Grande. A cidade parecia um formigueiro de tanta gente.E, quando nós íamos passando pela porta do Hotel da Bahia, um grupo de rapazes vestidos de índios, passaram as mãos em nossas bundas e gritaram: Venham cá meninas! Sentem aqui em nossos colos! Gisele ficou elétrica de alegria, mas eu fiquei puto da vida e xinguei a mãe de todo mundo.
Eles caíram na risada e gritaram: Meu Deus! Essa bicha é valentona. Calma minha filha que você vai arranjar um negão do Olodum, que vai deixar você bem calminha e sem poder sentar por uma semana. Há! Há!! Há! Há!
A única coisa que pude fazer foi dar uma risada também, levando aquela merda na esportiva e curtir meu carnaval. Se a merda do programa tinha dado errado, o que eu tinha agora era aproveitar a situação para não perder a viagem tão programada com antecedência.
Ao chegar no Campo Grande foi uma loucura. Era um trio atrás do outro, gente pra caralho e uma esfregação da porra. Gisele segurou na minha mão para que eu não me perdesse de novo e eu a agarrei firme também, com medo de ser arrastado pela multidão. Ela colocou-se em minha frente, botou as minhas mãos em volta da sua cintura e ia pulando na frente para abrir caminho. Não nego não! Ela mexendo e se esfregando, não deu outra. Mesmo sem querer eu já estava excitado com aquela bunda grudada em minha virilha.
Eu só fiz baixar a cabeça pra não dar um azar de me deparar com alguém conhecido e me ver naquela situação nada abonadora para um homem sério do interior. Gisele quanto mais sentia o volume, mais requebrava e procurava os lugares mais cheios para a esfregação ser melhor. Tudo isso era novo para mim, mas, no fundo, no fundo, estava até gostoso.
Aquela altura eu já estava suado pra caralho e paramos para comprar umas latinhas de cerveja. Continuamos a caminhada e já estávamos na ladeira da Barra, quase chegando ao porto. Gisele sempre olhava para mim com uma cara safada e perguntava: Está gostando, Celo? E eu, para não desagrada-la, sempre dizia que sim. Mas, a verdade é que eu estava achando uma loucura total, porém bem divertida.
Ao chegarmos no porto encontramos turistas de todos os tipos (nacionais e internacionais). Uma loura que passava, pegou em meu queixo e disse: Raí du iu du, beibe? Eu não entendi nada, mas Gisele gritou logo: Qual é a sua, Mona? O bofe aqui tem dono! A loura seguiu em frente e eu fiquei sem saber qual era o caso.
Paramos em uma barraquinha e Gisele comprou duas bebidas duplas chamada Capeta, mandou que castigasse na vodka e guaraná em pó, dando-me uma para beber. Como a coisa estava interessante eu não estava ligando pra mais nada e só queria saber de me divertir e tomar tudo que tinha direito, mandei bala e bebi de uma só talagada. Parecia refresco, mas, quando começou a surtir efeito, minha cabeça ficou a mil. Aquela altura o meu lema era: O futuro a Deus pertence!
Para atravessar do porto até o farol, tivemos que passar por uns becos, que eu nunca vi tantas bichas reunidas em minha vida. Nem parecia que eu estava nesse mundo de meu Deus. Tantos homens se beijando e se agarrando que mais parecia uma suruba de Lúcifer nas profundezas do inferno. Logo que Gisele apontou, um grupo de desvairadas gritou: Queriiiiiiiiiiiiiiiiiiidaaaaaa, quem é o bofe? Eu larguei a mão dela rapidamente e fiquei logo escabreado, procurando não querer dar na pinta que tinha algo com ela.
-É meu amigo Celo, que veio do interior passar o carnaval comigo.
Eu já ia abrindo a boca para dizer que não era nada disso. Mas preferi ficar calado, pois explicar alguma coisa aquela altura, era bem pior e não ia convencer ninguém. Dei um sorriso amarelo e todas começaram a beijar o meu rosto, dizendo: Muito prazer, meu lindo. (Puta merda, se alguém da minha cidade me visse agora, eu estaria fodidíssimo e teria que mudar até de país.
Eu jamais poderia imaginar que Salvador fosse essa putaria toda. Pensei que aqui a gente tomava era muita surra de xoxota em cada esquina, mas, as bichas estão tão loucas e numerosas, que avançam e não dão nem chance para as xerecas. Que concorrência filho da puta! Só acredito porque estou vendo e sentindo na pele.
Finalmente chegamos no tal do Farol da Barra. Uma concentração de gente que eu nunca tinha visto em minha vida. Parece que o povo do mundo todo tinha se reunido ali para brincar o carnaval.
-Ali é o Edifício Oceania e aquele camarote no primeiro andar é de Gilberto Gil. Disse Gisele apontando com o dedo num gesto tremendamente aviadado. Olhei para cima e vi na sacada um cara parecido com Caetano Veloso e perguntei para ela: É ele?
-Claro que é. Caetano é aquele que está junto daquele cara de cabeça branca. Naquele camarote está reunida a fina flor do carnaval baiano e muitas estrelas globais. Mas, para entrar lá só com convite especial.
Nesse momento começou a passar o trio de Ivete Sangalo puxando um bloco e nós fomos acompanhando e pulando por fora da corda, não deixando de tomar uma porrada de empurrões e pisadas. Mas, estava gostoso demais! Eu já estava no maior fogo, pelos efeitos dos capetas e não soltava mais a cintura de Gisele por nada desse mundo, pois, se a soltasse, poderia me perder e ficar na rua na maior merda e, ao mesmo tempo, não sei se era pelo álcool, mas já estava acostumando-me com a idéia de terminar comendo Gisele.
Quando chegamos em Ondina, isso as quatro e trinta da manhã, eu estava fodido de cansado, os pés inchados, meu conga preto de lama e a roupa molhada de suor. A danada da Gisele estava quase impecável. Não sei como ela conseguia se manter com a maquiagem perfeita, enganando a quase todos, na condição de não ser mulher(mas, como sempre soube que bicha tem arte...).
Eu até gostei disso, pois nem todo mundo percebia alguma estranheza no casal. E aí dava para eu encarar melhor a situação.
Como era o meu primeiro dia e já não agüentava mais, pedi a Gisele para irmos descansar no apartamento, pois precisava dormir um pouco para enfrentar o dia seguinte. Sinceramente, eu nem me lembrava mais de cumpadre Ziza.
Ela concordou e chamou um táxi pra nos levar. Eu perguntei baixinho em seu ouvido, se ela tinha grana para o táxi, e ela respondeu que sim, pois ela trabalhava com computação gráfica e ganhava bem.
Estava cochilando em seu ombro e acordei quando Gisele avisou que já tínhamos chegado. Ela pagou o táxi, subimos a escada, entramos no apartamento, tomamos um banho quente maravilhoso, comemos alguma coisa e não deu outra: Transamos até o sol raiar! Digo com sinceridade, não senti falta de xoxota. Gisele é uma mestra em sacanagem e sabe fazer a gente gozar de todas as maneiras possíveis.
Caímos no sono e só acordei às três horas da tarde. Olhei para o lado e vi Gisele nua de barriga pra cima e tomei o maior susto quando vi o seu pau duro pelo tesão de mijo, apontando para mim. Logo pensei horrorizado: Putaria como essa, só se vê na Bahia!
Pois é, Zezinho. Os outros dias de carnaval eu não posso nem lhe contar, mas, quando você vier aqui em Salvador, pode ficar hospedado conosco, que eu e Gisele contaremos maiores detalhes. Não é amor?
–Claro, Celo! Diga ao nosso primo que estou mandando um beijo pra ele.
Tenha certeza, Zezinho, que esse foi o maior carnaval da minha vida.
Um abraço,
Marcelo

*Escritor e poeta (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)

As pioneiras foram importantes!

As pioneiras foram importantes!
Antonio Nunes de Souza*

Ela era bonita, charmosa, corpo perfeito e branquinha como uma porcelana chinesa. Era o que todo homem chama de mulher gostosa. E, sabedora dessa sua condição, conquistava todos os homens que queria com a maior facilidade e não se fazia de difícil. Bastava ter um carro já levava 50% de vantagem para desfrutar daquela maravilhosa máquina humana.
As meninas que adoram carro eram chamadas de “Maria gasolina”, mas ela, por ser branquinha e gostar de ficar aberta encima de uma cama, seu apelido era Renata Lençol. Pois, quase todos os rapazes da faculdade já tinham forrado suas camas com a dita cuja.
As outras meninas nutriam uma puta inveja dela, mas, sempre cheias de pudores, faziam-se de difíceis e, mesmo naquela época, sexo já rolava solto, apenas com um procedimento mais discreto para evitar comentários. Ela não! Fazia o que queria e pouco estava se lixando para o que dissessem. O que queria mesmo era gozar a vida e aproveitar ao máximo as possibilidades que surgiam diariamente.
Ela tinha um comportamento típico dos homens, que se vangloriam de bocas cheias que já comeram centenas de mulheres, mostrando assim a sua masculinidade e condição de machão. Renata Lençol não deixava por menos e não escondia das colegas que transara com dezenas de caras e ainda, no barzinho da escola, ficava apontando para as colegas aqueles que eram melhores de cama e as deficiências de outros que lhe decepcionaram. Os olhares fixos e os ouvidos atentos, demonstravam claramente quanto elas tinham vontade de fazer a mesma coisa, mas, faltava coragem.
Ela, com a maior tranqüilidade dizia: Como posso escolher um homem para casar se não conhecer vários e sentir no meu corpo qual é o que será mais adaptável ao meu gosto e prazer?
Vocês quando vão escolher uma roupa na loja não experimentam várias para ver qual é a que melhor fica em seus corpos? Pois marido é a mesma coisa! Você vai usá-lo por bastante tempo (assim como a roupa) e é preciso que se ajuste bem no seu corpo e lhe faça feliz quando estiver lhe cobrindo.
-Você é doida, Rê! Falou uma das meninas, mostrando-se horrorizada com o que estava ouvindo.
-Doida uma zorra! Estou é vivendo minha vida com liberdade e os mesmos direitos que os homens sempre tiveram, e ás mulheres babacas, seguindo a regra idiota de que teríamos que ser virgens até o casamento, depois pegar um banana qualquer e ficar sem orgasmo o resto da vida ou ter que se separar por incompatibilidade de gênios que, na maioria das vezes, a incompatibilidade é de sexo. Pois, 90% dos problemas que acontecem em pé ou sentados, sempre se resolvem quando estamos deitados. A cama é a coisa mais metafísica que existe! Nela nós nascemos, crescemos, dormimos, sonhamos, amamos, sentimos prazer, vivemos e morremos. Então... como dividi-la com alguém que não conheço muitíssimo bem?
As meninas pararam pasmas com o que acabaram de ouvir, embora reconhecessem em Renata uma aluna estudiosa, não imaginavam que existia toda essa filosofia para justificar o que elas taxavam de mera putaria e libertinagem.
-Olhe, Rê, sabe de uma coisa? Você está certíssima em viver fazendo jus aos direitos iguais entre os seres humanos. Por que ficarmos passivas a julgamentos da sociedade, se ela mesmo diz que a mulher já conquistou o seu espaço e deve lutar por ele?
-Realmente Renata tem toda razão! Eu estou puta da vida de ter deixado de aproveitar todas as chances que apareceram, querendo bancar uma heroína de uma história que não existe mais.
Todas caíram numa gargalhada, pediram uma rodada de chope e brindaram com um grito, o desejo que estava reprimido nas suas gargantas e nos seus ventres:“Viva o sexo livre!”
Depois dessa explanação lógica, sábia e normal de Renata, o comportamento geral das meninas foram se adaptando a realidade dos tempos e, quando terminei o meu curso, a faculdade parecia a fabrica Santista de tantos lençóis que haviam a disposição.

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)

Amor Evangélico

Amor Evangélico
*Antonio Nunes de Souza

-Por favor, meu bem! Nós somos irmãos, pertencemos à mesma Igreja, sabemos os limites impostos pela Bíblia Sagrada e devemos controlar nossos desejos para somente após o casamento.
-Mas Ritinha, eu sei tudo isso! Porém, nós somos adultos e devemos reconhecer que a Bíblia, embora seja mais que Sagrada, foi escrita há centenas de anos atrás. Hoje, tenho certeza que os profetas, se vivos estivessem, mudariam de opinião com relação a esse fato.
–Mas benzinho, a Bíblia é intocável! Nela constam as palavras de Deus. E Ele não é mutável em seus pensamentos. Se ele fez o homem a sua semelhança, foi para que procedêssemos da forma que Ele procederia nas mais diversas situações.
-Ritinha, eu não quero ser herege, nem dizer blasfêmias, mas, todos nós sabemos que Ele é solteiro, não tem essas necessidades, portanto, por mais Santo que seja, não pode imaginar o que sentimos quando desejamos ter sexo.
-Você está louco, Pedro! Logo você que tem o nome do apóstolo mais importante, dizer semelhante loucura! Deus, a bem da verdade, deve ser solteiro, pois nunca vi ou li algo a esse respeito. Porém, ao fazer o homem Ele colocou esse desejo apenas para ser usado na procriação da espécie.
-Nada disso, Ritinha! Se Ele realmente quisesse que nós perpetuássemos a espécie ao modo Dele, o mais lógico seria nos dar uma olaria com bastante barro e nos habilitar a esculpir. Seria mais rápido, faríamos nossos filhos com as características que quiséssemos, cor, olhos, cabelos, etc., inclusive não existiria nem a dor do parto. Se Ele nos deu os órgãos genitais e o desejo da relação, foi para que desfrutássemos desse prazer quando desejássemos.
-Meu amor, você está duvidando de Deus?
-Não Ritinha. Eu estou é com um tesão incrível e já fazem dois meses que estamos saindo e você não quer me dar.
-Eu sou toda sua. Meu coração e minha alma. Mas, meu corpo somente será seu, para o resto da vida, quando o matrimônio for sacramentado.
-O que você está dizendo, em pleno século XXI, é um verdadeiro absurdo! E não existe nenhum homem, atualmente, que vai perder tempo na noite de núpcias disvirginando. Essa intimidade deve ser começada durante o namoro, para que no dia você tenha a certeza que casou com a pessoa certa pra cama, mesa e banho. Já pensou o que é você casar com um cara e na lua de mel ele não for de nada?
-Ah! Mas isso não vai acontecer com você, pois, quando às vezes eu deixo você encostar em mim, sinto que não falharás.
-Você devia sentir é a dor que sinto no saco quando vou embora. Depois de lhe beijar, abraçar e algumas esfregadinhas, ele fica em tempo de explodir. É isso que você me deseja?
-Meu amor, isso é uma provação divina!
Pra mim isso é uma sacanagem da sua parte. Sou obrigado a cair na mão grande para poder dormir com tranqüilidade ou então, demoro de dormir e tenho polução noturna.
-Você está sendo tão vulgar nas suas palavras, Pedrinho! Calma! Você parece que está possuído.
-Eu não estou possuído! O que quero é lhe possuir, minha filha!
Poxa, meu bem. Você era tão mais meigo.
Claro! No começo do namoro agente vai segurando a barra, muito carinho e afeto, mas, com o tempo, é preciso saber viver...
-Você me fez lembrar de Roberto Carlos. Falou Ritinha com um sorriso nos lábios.
-Então larga essa droga de caretice e vamos sentir muitas emoções. Eu e você, Café na cama, Os botões da blusa, etc., vai ser maravilhoso, meu amor.
-Infelizmente não posso! Você pensa que eu também não sinto algum desejo? Mas, eu penso na Bíblia e esqueço logo.
-Você precisa nessas horas é pensar no kamasutra!
-Meu Deus, como você é pecador! Sinceramente, estou ficando decepcionada depois desse diálogo. Imaginava que você fosse mais compreensivo e religioso.
Oh! Meu bem, me desculpe. Mas, eu não consigo me segurar mais. Tenho tanta vontade de você, que o sangue além de ir para a parte baixa, ainda vai para a cabeça. E, falar em cabeça vai fazer o seguinte: Deixe somente a cabecinha, certo?
-Não! Minha mãe disse que se alguém falar que vai ser a cabecinha só, para eu não deixar porque pinto não tem ombros e termina entrando o corpo inteiro.
-Então, se é assim eu desisto e está tudo acabado entre nós. Professamos a mesma religião, mas falamos línguas diferentes. Meu livro sagrado é de uma edição mais nova e atualizado. Adeus irmã e seja feliz.
-Sinto muito Pedro, mas, seja feliz em nome de Jesús!
*Poeta e escritor (Vida Louca –ansouza_ba@hotmail.com)

Nossa seleção foi de “Dungas moles”?

Nossa seleção foi de “Dungas moles”?
Antonio Nunes de Souza*

Sinceramente, tenho algumas dúvidas!
Os jogadores selecionados jogam nos melhores times do mundo, considerados o que existe de melhor no esporte bretão, mais bem pagos e prestigiados pela mídia mundial.
Mas, o que faltou então?
Talvez uma competência técnica, já que a Branca de Neve da FIFA em vez de escolher o anão Feliz, entregou o esquadrão ao Dunga que, sem muita experiência no cargo, ainda procedeu como se fosse o Zangado, brigando com todos e impondo um comportamento quer não condiz com a nossa cultura futebolística?
Concordo até com a austeridade, mudança de rótulos e atletas acrobáticos como presenciamos no passado: quadrado mágico, triângulo amoroso, fenômenos e fabulosos.
Nós somos na verdade uma seleção de futebol e não o Cirque de Soleil, para fazermos malabarismos com a bola e perdermos as partidas, como já aconteceu algumas vezes. Temos que, acima de tudo, ser competitivo e que essa turma faça jus aos milhões de euros que ganham nos seus times e nos comerciais. Colocar um pouco mais de patriotismo e, além de vestir a camisa, suar bastante pelo seu país.
Se eles jogaram bem?
Claro que sim! Mas, os outros foram bem melhores, mais qualificados, não deitaram nos louros e nem estavam acomodados pelas recheadas contas bancárias e contratos milionários. Não se deixaram influenciar pelas premonições mundiais de quem disputaria a final com o Brasil, pois, sem bairrismos, somos respeitados na habilidade com a bola, que a fatídica Jabulani, infelizmente, nos tirou do sério. Mas, nos esportes, vencem aqueles que melhores se apresentam!
Para nosso consolo, estamos voltando para casa junto com a Itália, França, Argentina e Portugal, seleções também bastante cotadas para o título mundial.
Uma curiosidade que não podemos deixar de citar é a façanha maravilhosa do Paraguai, que brilhou como nunca em sua história de copas do mundo. Mas, pela sua fama nada abonadora, se fizerem um DNA nos seus jogadores, está sujeito a serem todos falsificados.
Estamos todos amargando essa triste e inesperada derrota antecipada, trazendo enorme prejuízo para o comércio e indústria, que se aparelharam com milhares de roupas e adereços verde/amarelo, esperando vendas maravilhosas com o desenrolar dos jogos.
Só nos resta agora esperar nossa copa em 2014, tomar como lição os erros ocorridos e, que nosso próximo técnico não seja anão no nome nem nos conhecimentos e não selecione jogadores “Dungas Moles”!
Como a copa está sendo realizada na África, podemos dizer sem medo de errar, a seguinte frase: “A Seleção do Brasil en...Gana!”

*Escritor (Vida Louca – ansousa_ba@hotmail.com)

A Rainha da Escola de Samba!

Antonio Nunes de Souza*

-E agora, em primeiríssimo lugar, a vencedora do concurso para Rainha da Bateria da Estação Primeira de Realengo é... Maria Cleópatra do Espírito Santo! Palmas para ela!
Depois desse anúncio do apresentador, gritos, palmas e rufar de tambores faziam uma zoada ensurdecedora nos ouvidos de todos, enquanto no palco, ladeando a rainha que entrava triunfante, dezenas de moças choravam de tristeza amargando a derrota.
Mas, ninguém tinha o mínimo direito de reclamar ou por em dúvida à escolha. A mulher era uma gata pra nem Michelangelo, que era perfeccionista ao extremo, botar algum defeito escultural. Ela tinha um corpo divino e seu rosto era um conjunto de olhos, boca, nariz, dentes e bochechas que formavam uma máscara de beleza de uma sensualidade maliciosa e angelical que, só em encará-la a excitação fluía. Suas pernas, a começar pelos delicados pés sobre o altar de saltos bem altos, seguindo até a virilha como se tivessem sido torneadas mecanicamente por um exímio escultor, nem se conseguia ver se existiam joelhos de tão perfeitas que eram. Aquela penugem dourada quase invisível, você sabe, aquela que quando você basta olhar de perto para fazer o dito cujo latejar de desejo.
Sua bunda, ah meu Deus! Não sei se posso chamar aquela formosura simplesmente de bunda. Pode parecer até um xingamento! Era tão redondinha empinada para cima, fazendo um perfil perfeito de casa de pobre: Não é grande, mas bastante acolhedora. Recebe uma visita com carinho que ela não se queixará jamais. Seus seios viam-se logo que não existia silicone, pois eram de tamanhos medianos e pontudos como se estivessem apontando para os nossos olhos gulosos, querendo furá-los pelas focalizações maliciosas difíceis de disfarçar.
Eu era o presidente de honra do júri e, na minha cabeça só veio uma expressão; Tenho que comer essa mulher! Usei a expressão chula de “comer”, pois, ela era um prato cheio. Aliás, prato cheio uma ova! Ela era um verdadeiro banquete.
A bateria começou a tocar o samba da escola, e ela, como uma carrapeta que mais parecia o capeta, deslizava sambando pelo palco e pela passarela com uma graça e sensualidade que me deixou tremendamente excitado, fazendo com que meus propósitos aumentassem cada vez mais.
Terminada a cerimônia, colocação de faixa, premiação, etc., a festa continuou na quadra e eu fui ao camarim para cumprimentá-la e. logicamente, convida-la para jantar e comemorar sua vitória.
-Meus parabéns Cleópatra, você esteve maravilhosa! (Eu já me sentia Marco Antonio e com a cobra pronta para dar uma picada).
-Muito obrigada! Hoje é o dia mais feliz da minha vida.
Eu logo pensei: Tomara que seja o meu também!
Como presidente de honra da comissão julgadora, quero presentear-lhe com um jantar para que marque com chave de ouro essa sua felicidade.
-Oh! Não tenho como lhe agradecer, pois meus tios viriam me buscar e aconteceu um imprevisto e acabaram de ligar dizendo que eu tomasse um táxi na hora de retornar para casa.
Só pode ter sido o Espírito Santo que arranjou esse imprevisto para me favorecer. Eu também sou filho de Deus! Pensei com um sorriso nos lábios e as esperanças cresceram, acompanhando uma parte especial do meu corpo.
Aguardei alguns minutos enquanto ela se arrumava trocando de roupa, se despediu da diretoria da escola, marcaram o primeiro ensaio e saímos em direção ao carro. Juro por todos os santos que a mulher era mais linda ainda metida em uma calça e uma mini blusa que deixam o umbigo e uma parte do púbis encarando a gente.
Um casal ainda se acercou de nós e perguntou: Pra que lado vocês vão?
-Vocês vão pra zona norte ou zona sul? Falei logo antes que ela dissesse alguma coisa.
-Vamos para o norte.
Oh! Que pena, vamos para a zona sul. (cortei logo barato, pois isso é hora de dar carona a ninguém?).
Seguimos no carro conversando abobrinhas sobre o concurso e dirigi-me a um restaurante na Lagoa Rodrigues de Freitas, já que um bom visual ajuda bastante para que as coisas se desenrolem a contento.
Fiz a minha média deixando transparecer nas entrelinhas que tinha influenciado os jurados para que ela fosse escolhida, mas, sempre salientando que ela é que realmente merecia, procurando encher ao máximo a sua bola e fosse estourar mais tarde em meus braços. Nessas horas, infelizmente, temos que ser um pouco cafajeste.
Ela pegou em minha mão e disse meigamente: Estou lhe devendo essa gentileza que me fez muito feliz. Assim sendo, coloco-me a sua disposição para retribuir suas atenções.
Ouvir isso foi como se fosse: Pode pedir que eu dou! Cheguei a tremer de emoção e, cinicamente, disse: De modo algum, o que fiz foi porque realmente você tem todos os méritos (como somos canalhas nas horas das conquistas).
Tomamos duas garrafas de vinho, jantamos e continuamos trocando idéias por um longo tempo, pois eu estava preocupado em fazer a digestão para não ter uma indisposição caso acontecesse o “vamos ver”.
Passado algum e bastante tempo, depois de termos tomado a terceira garrafa de vinho, ela olhou para o relógio e disse: Poxa! Já são três e meia da manhã, vamos embora?
-Vamos, mas tem uma condição, para que a noite seja também inesquecível para mim, vamos terminá-la juntos. Combinado?
Ela olhou pra mim com um olhar matreiro e bem safadinho e disse: Eu estou hoje em suas mãos e sei que você só me fará o bem.
Paguei a conta, saímos já de mãos dadas e entramos no carro e ela, meio sonolenta, colocou a cabeça em meu ombro enquanto eu me dirigia para o motel mais próximo, pois já não agüentava mais de tanta ansiedade.
Entramos para a suíte presidencial e, lá chegando, pedi uma garrafa de Champangne safra e marca especial, e ela virou-se pra mim e disse com o semblante sério: Tenho algo para lhe contar e é melhor que seja agora.
-Pode falar meu bem, respondi dando-lhe um gostoso beijo na boca e tirando a camisa jogando-a para o lado.
-Não fique chocado, mas, eu não sou mulher. Sou travesti e entrei nesse concurso porque minhas amigas disseram que eu tinha chance de ganhar e foi o que aconteceu. Quero desfilar no carnaval e não desejo que ninguém saiba antes ou até depois da apresentação da escola.
Pensam que tomei algum susto e a tesão caiu? Nada meus amigos, aquela altura da noite e da vida e do jeito que eu estava, ela podia dizer que era até o corcunda de Notredame que eu ia transar de qualquer maneira.
Botei a mão em sua boca e disse: Não fale mais nada meu bem, venha logo deitar que não temos tempo a perder.
Não precisa tecer detalhes de todas as misérias que fizemos, o importante é que cumpri a minha promessa de transar com a maravilhosa Rainha da Bateria. Naquele momento o que estava valendo era o título e isso ela (ou ele) tinha com honras e méritos.
Levei-a para casa, nos despedimos e fui pensando e me perguntando: Será que fiz a coisa certa? Será que deveria ter pulado fora?
Aí, meu subconsciente falou firme: Deixa de bobagem cara! Quem come carne de vaca, também come carne de boi. O importante é se alimentar!
Dei uma gargalhada por essa minha primeira experiência bovina, botei o carro na garagem, caí na cama e dormi com um sorriso vitorioso nos lábios.
*Escritor (Vida Louca - ansouza_ba@hotmail.com - antoniomanteiga.blogspot.com)