Antonio Nunes de Souza
Embora exista inúmeras Ongs na defesa dos direitos
humanos, leis, decretos, etc., acredito que jamais vamos conseguir extinguir
esse sentimento torpe que entranhou dentro dos seres vivos. Digo vivos, pois
até no reino animal, este é comprovado cientificamente!
No nosso país, onde o coquetel de cores é de uma
riqueza esplendorosa, encontramos em todas as camadas sociais, empresariais e
econômicas, uma discriminação tão evidente e clara como a luz solar, porém, com
cinismo hipócrita de doer!
Nas grandes festas e comemorações, as pessoas de
cor são agraciadas com convites, sempre com as expressões ridículas e
consideradas normais: Vamos chamá-lo que ele é um preto muito importante e
diretor da Simpson Companny, ela é uma negra lindíssima e atriz de tv, é um
cara de muita classe e rico que nem parece que é preto, ele é preto e um pouco
casca grossa, mas é um grande jogador de futebol e vai abrilhantar a festa. E
assim sucessivamente, dizendo com a maior simplicidade e naturalidade às
escondidas, esses sórdidos chavões grotescos, querendo separar o joio do trigo,
quando na verdade somos todos um monte de joios metidos a trigo!
As empresas no recrutamento de funcionários, sem
dúvida nenhuma, quando se referem a “boa aparência”, querem dizer nada mais
nada menos, que preto ou mulato, só se for muito bonito e extremamente
competente. E, podem observar através das atrizes e modelos, que os negros
aproveitados nessa área, são os que têm características faciais brancas.
Secretárias e vendedoras então, raramente nos batemos com uma feia ou de cor.
Não conheço nenhum negro (a) considerado bonito que tenha suas características
faciais normais predominantes da sua etnia (Narizes chatos, lábios grandes e
grossos, testas largas, cabelos “pimenta do reino” e queixos pronunciados). Não
falo dos dentes, pois nesse particular eles são imbatíveis. No setor
comercial/empresarial ainda existe, além do preconceito racial na admissão, a
evidente discriminação de salários entre os “coloredes” e os pseudos brancos.
Esses últimos, sempre são melhores remunerados e ocupam os melhores cargos.
Atualmente foi assinada uma leia de paridade salarial, mas, vamos ver se vai
funcionar a contento!
Não é que esse fétido mal seja genético, mas, é
uma tradição colonial que enraizou em nossas entranhas através de vários
séculos que, infelizmente, hoje se consegue disfarçar, às vezes até muito bem,
mas nunca elimina-lo totalmente. Talvez, com a miscigenação desenfreada que
campeia no mundo, daqui a alguns milhares de anos, quando fatalmente seremos
todos pretos e mulatos (pela força poderosa da etnia negra), possamos comemorar
uma igualdade de cor e direitos. Mesmo assim ainda correremos o perigo de algum
mulato metido a besta, que por seu tataravô ter sido irlandês, queira se achar
com direitos especiais!
Devem todos os farsantes hipócritas, tirar suas
máscaras de defensores dos direitos humanos e, em vez de punições tolas que não
corrigem o problema, apenas faz com que as pessoas reprimam as palavras, mas
não os pensamentos, o importante é educar as crianças desde o maternal (e
muitos pais também), para que aprendam desde cedo que nós somos seres humanos iguais,
apenas com características diferentes!
No âmbito geral o fato é também digno de atenções,
pois num país onde se bate no peito e diz que não existe preconceitos de cor,
raça e credo, diariamente você ouve as expressões mais absurdas contra essas
pessoas e crenças. Por exemplo: Quando alguém de cor comete um lapso: “Só podia
ser coisa de preto!”. Se for estrangeiro: “Esse gringo branquelo pensa que está
na terra dele”. Se for índio ou descendente: “Lugar de índio é no mato!”. Com as
religiões o procedimento é levado para a chacota: Se você não é farrista é
“crente”. Se alguém tem manias é “macumbeiro”. Se a moça não quer ficar é
“freira”. E assim, sucessivamente, existem milhares de exemplos que
caracterizam claramente o sentimento preconceituoso e nada velado do povo
brasileiro!
Essa semana, cruelmente, assassinaram a Babalorixá
administradora de um Quilombola em Salvador!
Em vez de tantos órgãos para defender (?) os
direitos humanos, muito mais importante seria um investimento maciço na
educação, ensinando veementemente, o que é respeito humano!
*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e Um dos Membros
Fundadores da Academia Grapiúna de Letras - AGRAL
Nenhum comentário:
Postar um comentário