sexta-feira, 1 de julho de 2022

UMA NOVA VIROSE ( Ficção)

 

Antonio Nunes de Souza*

Numa pesquisa minuciosa os maiores arqueólogos do mundo, descobriram alguns ovos de dinossauros com milhares de anos, completamente intactos e conservados, já que foram localizados nas geleiras do polo norte!

Essa descoberta ficou em sigilo absoluto por muitos anos, até que um estagiário do Museu Mesopotâmio Privativo dos Estados Unidos, desastrosamente, deixou cair um dos ovos, que se espatifou no chão. Ele, preocupado com as consequências, resolveu pegar um balde, vassoura e panos e, rapidamente começou a fazer uma limpeza geral e cuidadosa, deixando o local limpo e brilhando, sem nenhum vestígio do seu desastre!

Em seguida, pegou todo material colhido no chão, colocou numa lata. Levou para o seu carro e, logo foi parar na beira do rio Hudson, jogando tudo dentro d’agua, vendo a lata afundar, dando-lhe uma tranquilidade, já que haviam vários ovos no museu, e demorariam muito para que percebessem a falta de apenas um!

Isso ocorreu no ano de 2066 e, como os ovos ficaram muitos anos hibernados nas geleiras, foram criados em seu interior uns perigosos vírus, que em contato com as águas do rio, sofreram uma grande degeneração genética e, sem que ninguém esperasse, ou imaginasse, começaram a circular através do ar, assim como aconteceu em 2019 com a virose da Covid-19 e suas variações. Começaram a aparecer alguns sintomas bastante interessantes, e curiosamente somente nas mulheres, inclusive alastrando-se aos poucos por todo mundo, já que essas contaminações são violentas e perigosas como todas elas que apareceram no passado (sarampo, poliomielite, tuberculose, gripe, Covid, dengue, malária, etc.).

Obviamente, cientistas do mundo inteiro começaram a estudar uma imediata vacina, porém, até aquele momento não se atinava de onde partiram tais vírus, pois, até o estagiário que provocou tudo isso, nem imaginava que sua distração no trabalho, tenha sido a causa de tal assustador e nocivo problema!

Como disse acima, somente as mulheres estavam sendo contaminadas, e os sintomas eram estranhíssimos, sendo a mais impressionante e curiosa, era na área anal que começava a se desenvolver uma formação similar a uma cloaca e, mais absurdamente, muitas começaram a pôr ovos, dando uma impressão, que de uma hora para outras, as mulheres que pegavam o vírus, estavam se transformando em ovíparas, fazendo com que acreditassem que os vírus estavam vindo das galinhas. Mas, essa possibilidade foi logo anulada através de rápidos e criteriosos estudos!

Porém, criou-se uma celeuma mundial, com milhares de mulheres pondo ovos, muitas ficando em seus quartos chocando seus ovos, e os cientistas eram proibidos de quebrar algum ovo para ver o que tinha dentro, pois, poderia ser uma criança, e seria ele condenado por ter provocado um “ovorto” (aborto de ovo)!

Passado um mês do ataque da terrível virose, que foi batizada de “Galinha Poedeira” temporariamente, até que se descobrisse a origem, mas, como transformavam as mulheres em grandes poedeiras, tinha algum sentido essa nomenclatura. Aí começaram a nascer os seres dos ovos chocados. E, pasmem vocês, que a primeira ninhada foi no Texas, que uma mulher de origem mexicana, teve doze filhotes bem pequeninos, porém, todos embora minúsculos, com bastante saúde. Claro que a mídia mundial baixou lá para fazer a cobertura de algo jamais concebido ou imaginado. E assim como os pintos, as criancinhas já nasciam andando, emitidos sons e esperto para procurar suas alimentações, pois, não tinha a capacidade de mamar, mas, a mãe colocava o leite materno no prato e a turma se acabava de beber e aproveitar para tomar um banho como se fosse uma piscina!

Daí pra frente começaram a aparecer novos nascimentos, as mulheres apavoradas e botando ovos a torno e a direita, micros crianças nascendo, os homens preocupados porque tinha mulheres que chocavam até quinze ovos de uma vez, aumentando estupidamente a família, muito embora os meninos, temporariamente comiam pouco, mas, com a continuação, seria uma barra fazer feira para essa turma!

Como precaução para não haver um aumento assustador da população, o Ministério da Saúde determinou que os homens não tivessem relações sexuais com suas mulheres, ou outras qualquer, evitando assim que as mulheres pusessem ovos “galados”, e aí, consequentemente, os ovos só teriam clara e gema, servindo de alimentação familiar, ou até juntar grupos e criar várias granjas como empreendimento, tendo todo apoio logístico do SEBRAI!

Essa ideia foi maravilhosa para as mulheres, principalmente para as que já eram verdadeiras “galinhas” e para tanto, só faltava botar ovos, e agora não faltava mais nada, apenas as penas. Porém, houve uma passeata dos homens, reclamando como eles iriam conviver sem ter relações sexuais?

Depois de estudos e reflexões sobre a reivindicação, o Supremo Tribunal Federal liberou para pudessem praticar o “coito interrompido”, que vem a ser: Na hora de gozar, você tira e ejacula nas coxas. Não é lá boa coisa, mas, já servia para um paliativo temporário, até a fabricação de uma vacina eficiente!

Com essa situação bastante constrangedora, curiosamente aconteceu alguém quebrar um outro dos ovos do museu, e os cientistas que estavam na hora, examinaram o conteúdo no microscópio e perceberam a semelhança do vírus existente, com o vírus da doença “galinha poedeira”!

Foi um corre-corre tremendo, rapidamente observaram que estava faltando mais um ovo, o estagiário vendo o vexame, confessou ter quebrado e jogado no rio todo conteúdo, que consequentemente, deve ter provocado a contaminação mundial!

Ainda não fizeram uma vacina eficiente, mas continuam trabalhando, enquanto as mulheres, alegres e felizes continuam pondo seus ovos e ganhando muito dinheiro, fornecendo para os supermercados!

-Antonio acorda cara! Você está dormindo morrendo de rir, e com as duas mãos apertando o saco e os ovos!

-Rapaz, eu me sentei para escrever, e cansado adormeci, e estava tendo um sonho doido e bem engraçado. Que merda cara, você me acordou, antes d’eu saber como iria terminar a história!

*Escritor – Historiador e poeta!

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