Antonio Nunes de Souza*
Considerada
a doença psíquica da moda ou, para dar um cunho de maior seriedade não a
tratando como modismo, podemos dizer que é uma manifestação cerebral causada
pelas circunstâncias que cerca o homem moderno!
Nos
atuais dias, por mais que queiramos levar uma vida dentro da normalidade,
desfrutando de tudo que temos direito, quer seja através da natureza, como
também dos lazeres públicos e privados, não deixam de ser uma coletânea de
possíveis pânicos, graças ao comportamento humano que se animalizou de tal
forma, assombrando o mais destemido dos guerreiros e trabalhadores urbanos. Se
por acaso você, corajosamente, resolve ir ao cinema, comer uma pizza e depois
dar uma esticada num lugar para dançar um pouco, se prepare que você é um
grande candidato a sofrer uma série de problemas, pois, seu modesto roteiro de
prazer é nada mais nada menos, que um pacote de “lazer radical”!
Você
acha que estou exagerando? Que sou um depressivo assustado?
Nada
disso meu irmão! Sou apenas um ser humano coerente que, acompanhando os fatos e
acontecimentos diários, sendo um sobrevivente urbano, tenta chamar a atenção
dos mais distraídos e confiantes, para que tenham suas precauções. Inclusive
deixem seus testamentos prontos, para evitar brigas familiares sérias
posteriormente, já que você pode retornar para casa com uma lamentável rigidez
cadavérica!
Vale
a pena que eu dê um exemplo comum, apenas para ilustrar, e colocar seus miolos
para analisar e sentir que não sou um exagerado de plantão:
Na
hora de tirar o carro da sua garagem, geralmente tem um carro de um idiota que
não respeita a marcação no chão e o nome estampado de “GARAGEM” no portão.
Temos que esperar e tentar descobrir onde anda o transgressor e, o primeiro
aborrecimento, pois você não pode nem ser rígido, que está sujeito a tomar
porrada ou ainda ouvir um “vá à porra que a rua não é sua”. Você já sai meio
cabreiro e constrangido. Em seguida vai enfrentar um trânsito horrível e
desorganizados, infestados de motociclistas mal educados e imprudentes e, ao
chegar ao cinema não encontra onde estacionar e tem que ser explorado pelo
flanelinha que não toma conta coisa nenhuma do seu veículo. Depois disso você
pega uma longa fila na bilheteria, outra para entrar e, finalmente, senta-se e
começa a ver o seu filme escolhido. Observe que você já escapou de tomar uns
tapas do cara da garagem, magistralmente encarou e venceu o trânsito, tomou sua
raiva calada com o flanelinha, participou de duas filas, mas, já estava sentado
e acomodado. Só precisando rezar para que não aparecesse um louco atirando em
todo mundo como já aconteceu várias vezes. Na saída do cinema você vai com os
dedos cruzados para o estacionamento, pedindo a Deus que não tenham roubado o
seu carro e, se aconteceu, que tenha sido um ladrão principiante que tenha
levado apenas o som. Seguindo para a pizzaria você volta a se bater com outro
flanelinha (que praga desgraçada) e paga novamente uma baba, para eles mesmo
não roubarem seu patrimônio! Pede uma calabresa, sua mulher uma quatro queijos
e, enquanto aguardam dois chopes bem geladinhos. Porém, nada de tranquilidade.
Você tem que ficar atento e preparado para um arrastão de menores, mesclado de
maiores que, com violência, levam tudo que podem e matam sem a mínima
cerimônia. Essa espera da pizza é foda e tensa, mas, inevitável. Aí paga a
conta, sai cheio de expectativa se vai encontrar o carro ou não, que
felizmente, está lá parado sem ninguém estar olhando nada. Agora, depois de
passar por uma série de testes e situações e escapar ileso (um sobrevivente
felizardo), chega em casa com o fiofó no ponto, com medo de saltar para abrir a
garagem e dois ladrões aparecerem de moto e lhe assaltarem, ainda levar sua
mulher para estuprá-la, fazer um sequestro relâmpago, saque no Pix, e usar o
seu carro para vários assaltos levando sua mulher no porta malas. Abriu o
portão, entrou, parou o carro, fechou a porta respirando aliviado! Depois de
rezarem agradecendo a Deus estarem vivos, deitam e tentam dormir para enfrentar
mais um dia de tensão ao amanhecer!
Ao
acordar, liga a TV para ver os noticiários e, parecendo uma repetição de
notícias, o que vê e ouve, são assassinatos, roubos, assaltos, acidentes,
brigas, estupros dentro das famílias, fugas de presídios, etc. Se você for ler
um jornal, nada será diferente a não ser as notícias das corrupções e
peculatos. Essa é a merda de vida que temos, graças aos canalhas políticos que
nunca cuidaram da educação do povo, cultuam umas leis caóticas e obsoletas, uma
justiça que deixa a desejar em termos de operosidade, fazendo com que a
necessidade e revolta popular, transforme o mundo numa grande depreciação que,
lamentavelmente, levam todos a uma famigerada depressão!
Essa
gestão atual é o protótipo de tudo isso ao quadrado, pois, estamos com um
desclassificado desmoralizando e destruindo o nosso querido país, com
inoperâncias, mentiras e bravatas!
*Escritor
– Historiador e poeta!
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