Antonio Nunes de Souza*
No mês de junho comemorou-se (?) o dia do meio ambiente com tanta simplicidade nacional que, pelo visto, parece que ninguém está percebendo os prejuízos causados pelas mudanças radicais dos climas, hecatombes em todos os Estados, alagamentos e secas assustadoras nos lugares menos esperados, acidentes com centenas de mortes e desaparecimentos, nevascas, ventanias avassaladoras e chuvas torrenciais de granizos destruindo casas, enfim, tantas notícias e acontecimentos assustadores, e as pessoas apenas comentam, colocam as culpas somente nos governos, mas, não têm a preocupação de fazer uma reflexão que, pouco ou muito, todos nós temos nossa dose de culpa, principalmente, os omissos que representam a grande maioria da população!
Em todos os lugares que chegamos, nos noticiários e nas reuniões de clubes de serviços, associações de classes e até nos eventos sociais, esse tema é sempre falado, mas, de uma maneira tão velada, apenas queixas das dificuldades de andar nas ruas, dirigir seus carros, frequentar suas praias, seus veraneios e festas de largo, sem observar que esses fenômenos estão acontecendo, graças ao comportamento absurdo e grotesco dos homens!
Uma verdadeira lástima que, nosso país, para comemorar uma partida de futebol, a saída de um jogador, ou chegada, carnaval, parada gay, show de artistas nacionais e estrangeiros muitas vezes inexpressivos e idiotas, aglomeram milhares de seguidores, não tendo o discernimento de olhar com o carinho e a seriedade para esse fato assustador que vem se alongando de tal forma, que os cientistas e estudiosos já estão fazendo premonições de um futuro desastroso e triste para o nosso planeta, muitíssimo em breve!
Sem querer ser saudosista, mas, obrigado a me lembrar, que no modesto dia da árvore, todos os colégios da cidade desfilavam pelas ruas, os alunos carregando mudas de plantas, e terminavam as manifestações com uma série de plantios e cânticos de hinos, homenageando o grande simbolismo da data!
Hoje, o que vemos com tristeza e sofrimento, é o desmatamento desordenado das nossas florestas Amazônica e Atlântica de uma maneira cruel e absurda, sem que os governos, principalmente o atual, que permite milhares de garimpeiros de ouro e pedras preciosas, principalmente nas terras indígenas. E isso a mídia brada cotidianamente e, mesmo tendo todo apoio das forças armadas, nosso incompetente presidente não toma nenhuma providência enérgica para acabar esse nefasto e prejudicial abuso, que ainda provoca matanças em diversas tribos!
Segundo as pesquisas feitas pela imprensa investigativa, os grandes desmatamentos e devastações, são feitos por grandes madeireiros, famosos garimpeiros e importantes criadores de gado, que recebem esse benefício, através de polpudas propinas, constituindo mais uma grande vergonha desse governo que, cinicamente, se diz contra a corrupção!
Diz o adágio popular que: “Nós colhemos o que plantamos!”, mas, no caso é paradoxalmente ao contrário, pois, estaremos colhendo o que não plantamos, e o que desmatamos. Uma triste e penosa ironia. Infelizmente, o meio ambiente é cheio de todo interesse financeiro dos magnatas!
É claro e evidente que pobre não desmata, não cria gado e nem tem mineradoras. Mas, as consequências desses atos, seguramente, vão para as costas do povo!
*Escritor – Historiador - Membro da academia Grapiúna da Letras – antoniodagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com
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