sábado, 9 de janeiro de 2021

MEU RETRATO!

 

                                                            Antonio Nunes de Souza*

Desde menino que gosto de escrever sobre todas as coisas que aparecem em minha frente, leio, me contam e, principalmente, as que imagino os desfechos, sempre de uma maneira hilária e bonachona, não preocupando-me com posturas acadêmicas, português casto e puro, citações de Prost, Dante, Beauvoir e um bocado de ícones da literatura mundial. Jamais tive a tolice de procurar demonstrar que tenho conhecimentos profundos e alisei os bancos da ciência com essa bunda que a terra há de comer.

 

Meu maior interesse baseou-se e baseia-se em transmitir o que sinto de uma maneira bem simples e degustável, utilizando um linguajar usual do dia-a-dia, expressões idiomáticas e gírias regionais muitas vezes intercaladas com palavrões chulos, propondo fazer chegar ao povo algo comum ao seu cotidiano.

Jamais, tempo algum, tive a preocupação de ser um escritor que marcasse época ou fosse citado como alguém que acrescentou algo a literatura brasileira (mundial nem pensar). Quando muito, acontecendo acidentalmente alguém se lembrar de mim, certamente dirá: Aquilo era um porralouca!

 

E essa expressão será honrosa para mim, pois minha intenção sempre foi essa mesma. Escrever para momentos agradáveis e descomprometidos, oferecendo algo que fizesse aflorar sorrisos aos leitores menos exigentes. Nada de perpetuação de textos, nem utilizações em vestibulares ou debates. Comparo meus escritos a uma iguaria, que o chef prepara utilizando seus melhores temperos e a imaginação e, quando você come, sente aquele prazer momentâneo, mas, vinte e quatro horas depois, tudo vira merda. Juro que meu ego vai lá pra casa do caralho! Se não posso deixar exemplos para serem estudados e discutidos pelos letrados, prefiro ver minha obra descendo freneticamente numa privada, embalada por uma majestosa e poderosa descarga Hidra.

 

Vou aproveitar para confessar algo que algumas vezes passa pela minha louca cabeça, que é tentar escrever coisas sérias. Mas, mesmo procurando, literalmente, dominar-me ao extremo, na segunda linha já estou voltado para minha fútil base cultural, reconhecendo minha parca capacidade para tanto. Sinto até um largo orgasmo, por reconhecer, dignamente, que sou o ápice do chão!

 

Pois é, minha meia dúzia de leitores. É assim que me retrato, classificando-me numa classe desclassificada, onde, certamente, tenho um lugar de honra na fila da contra cultura.

 

*Escritor (?)-Historiador-Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL- – antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com

 

 

 

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