quarta-feira, 21 de agosto de 2019

LIBERDADE DEMAIS!

Antonio Nunes de Souza*

Dizer que ela era sapeca, seria uma bondade!
A mulher era uma tremenda galinha, transava com gatos e cachorros e, além de tudo, não tinha restrições para posições e maneiras de fazer sexo. Era, simplesmente, uma prostituta das piores que, chama-la de puta, era como se fosse um elogio!
Mas, poderíamos dizer que foi uma má criação que ela teve. E foi uma realidade mermão. Ela era de família rica, poderosa e bem conceituada. Porém, seus pais inventaram de manda-la estudar no Rio de Janeiro, alugaram uma quitinete e mandavam a mesada correspondente a alimentação e as outras despesas, tendo ela ainda um cartão de crédito, para as suas compras pessoais.
Imagine vocês que liberdade filha da puta, para uma moça do interior de Pernambuco. A verdade é que ela “desbundou” completamente com as maravilhas cariocas, as colegas de universidades, os barzinhos notívagos, os bailes Funks, pagodes e até as festas nas lajes dos morros e favelas!
E, além de começar beber e fumar, logo cedo partiu pra maconha e, como queria experimentar tudo, meteu o nariz na “coca” e ficava doidona e sem dono. Acabando sempre na cama de alguém ou até no banco traseiro de algum carro!
Tudo isso aconteceu durante cinco anos, que era o tempo dela se formar na faculdade. Mas, o pior de tudo é que, quando seus pais vieram imaginando ser a formatura, encontrou ela na maior merda possível, magra pra caralho, olheiras enormes e os braços cheios de picos de drogas. Com relação aos estudos, ela não conseguiu sair do primeiro ano na escola de medicina!
Os pobres pais, preocupados com seu estado, levaram-na a um hospital, deixando-a internada, solicitando que fossem feitos todos os exames possíveis, no sentido de reabilita-la.
Lamentavelmente, quatro dias depois, seus pais foram comunicados que ela era HIV positivo, porém já em estado bastante avançado que, infelizmente, os remédios existentes, nem o milagroso coquetel, teria condições de cura-la, pois, seu corpo, estava completamente sem imunização!
Essa notícia deixou a família completamente desnorteada, optando ficar mais um mês no Rio, acompanhando o tratamento, mas, cientes que a cura era inviável.
E foi o que aconteceu. Com vinte e seis dias, Maria Helena faleceu em função de uma bruta pneumonia!
A história de Maria Helena já aconteceu com muitas outras moças e rapazes, tudo porque suas famílias não acompanham seus filhos quando estes estão afastados e, tristemente, muitos se entregam aos grandes prazeres enganadores dos vícios!

*Escritor-Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL-antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.bblogspot.com


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