sábado, 24 de agosto de 2019

ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE1

 Antonio Nunes de Souza*

O título é de um clássico do cinema, nada tendo com o assunto, mas, espelha uma verdade que somente os românticos não se dão conta. Acordo e leio um poema de Carlos Drummond de Andrade, alusivo ao labor durante o ano e as necessidades das recuperações para um recomeçar cheio de esperanças e êxitos, nos futuros sonhos. Recebi de uma virtual e gentil amiga e, curiosamente, talvez tenha sido apenas a gota d’água para dar a tesão literária necessária, para me expressar sobre uma vertente delicada. Pois, estaremos batendo de frente com uma massa de hipocrisia gigantesca, que já faz parte do currículo da nossa decadente humanidade. E, como imagina que não é interessante para ninguém alguma mudança, o comportamento continua fluindo por trás de expostos sorrisos amarelos, e invisíveis (?) pensamentos negros.
O alvo que direcionamos as “flechadas” é exatamente a falsidade e hipocrisia que o homem pratica cotidianamente, preocupado, exclusivamente, com sua melhoria financeira, profissional e social e, como faz parte dessa caminhada aparentar generosidade através de ajudas e doações, esses procedimentos são executados já contabilizando os custos/benefícios. Por outro lado, alguns desses fatos são também vistos por uma questão de demonstrar religiosidade e, pelo sim pelo não, garantir, divinamente, as subidas dos degraus do sucesso ou, quem sabe, até um lugarzinho no céu após a morte. Mas, infelizmente, não passa de um comportamento grotesco e nada humano essa maneira egoísta e singularizada que o homem tomou como padrão comportamental moderno: Primeiro eu, segundo eu, terceiro eu! Até o mais tolo dos tolos percebe essa mutação dentro de todos ambientes, ampliada nas comunidades mundiais, porém, como nada pode-se fazer para mudar, acha mais prático entrar nessa ciranda, também se beneficiando entre os mais fracos que eles. É o tal efeito cascata que, seguramente, está provocando uma tsunami gigantesca que atingirá a todos sem dó nem piedade. Aliás, já estamos vendo efeitos em escalas progressivas e seus crescimentos com passos largos.
Pode parecer que sou um cético, de mal com a vida, ódio do mundo, radical, etc., mas, não é nada disso. Sou apenas um observador mais detalhista que consegue captar as nuances deixadas passar pelos menos preocupados em esconder a realidade. Não sou dono da verdade, mas não consigo ser indiferente com a mentira, e também creio que existam, obviamente, exceções. Pena que em número bem restrito!
Então, depois de mais um ano de lobos querendo engolir lobos, engrossam os jornais, revistas, televisões, cartões, e-mails, brindes, etc., acompanhados de mensagens criadas por agências e profissionais que também fazem partes do jogo, cheias de doçuras e bondades, apelando para as divindades e religiosidades que, infelizmente, são esquecidas durante o ano que transcorreu!
É uma pena que o verdadeiro espírito da solidariedade esteja desaparecendo na humanidade, imperando a singularidade nos homens, supondo que esse procedimento possa levá-lo a algum lugar seguro e benéfico. Infelizmente, estamos nos tornando uns solitários convivendo no meio de uma multidão. Um paradoxo bastante triste!
Lamentavelmente, “assim caminha a humanidade!” 
     
*Escritor-Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL-antoniodaagral226@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com























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