Antonio Nunes de Souza*
O
título é de um clássico do cinema, nada tendo com o assunto, mas, espelha uma
verdade que somente os românticos não se dão conta. Acordo e leio um poema de
Carlos Drummond de Andrade, alusivo ao labor durante o ano e as necessidades
das recuperações para um recomeçar cheio de esperanças e êxitos, nos futuros
sonhos. Recebi de uma virtual e gentil amiga e, curiosamente, talvez tenha sido
apenas a gota d’água para dar a tesão literária necessária, para me expressar
sobre uma vertente delicada. Pois, estaremos batendo de frente com uma massa de
hipocrisia gigantesca, que já faz parte do currículo da nossa decadente
humanidade. E, como imagina que não é interessante para ninguém alguma mudança,
o comportamento continua fluindo por trás de expostos sorrisos amarelos, e
invisíveis (?) pensamentos negros.
O alvo
que direcionamos as “flechadas” é exatamente a falsidade e hipocrisia que o
homem pratica cotidianamente, preocupado, exclusivamente, com sua melhoria
financeira, profissional e social e, como faz parte dessa caminhada aparentar
generosidade através de ajudas e doações, esses procedimentos são executados já
contabilizando os custos/benefícios. Por outro lado, alguns desses fatos são
também vistos por uma questão de demonstrar religiosidade e, pelo sim pelo não,
garantir, divinamente, as subidas dos degraus do sucesso ou, quem sabe, até um
lugarzinho no céu após a morte. Mas, infelizmente, não passa de um
comportamento grotesco e nada humano essa maneira egoísta e singularizada que o
homem tomou como padrão comportamental moderno: Primeiro eu, segundo eu,
terceiro eu! Até o mais tolo dos tolos percebe essa mutação dentro de todos
ambientes, ampliada nas comunidades mundiais, porém, como nada pode-se fazer
para mudar, acha mais prático entrar nessa ciranda, também se beneficiando
entre os mais fracos que eles. É o tal efeito cascata que, seguramente, está
provocando uma tsunami gigantesca que atingirá a todos sem dó nem piedade.
Aliás, já estamos vendo efeitos em escalas progressivas e seus crescimentos com
passos largos.
Pode parecer
que sou um cético, de mal com a vida, ódio do mundo, radical, etc., mas, não é
nada disso. Sou apenas um observador mais detalhista que consegue captar as
nuances deixadas passar pelos menos preocupados em esconder a realidade. Não
sou dono da verdade, mas não consigo ser indiferente com a mentira, e também
creio que existam, obviamente, exceções. Pena que em número bem restrito!
Então,
depois de mais um ano de lobos querendo engolir lobos, engrossam os jornais,
revistas, televisões, cartões, e-mails, brindes, etc., acompanhados de
mensagens criadas por agências e profissionais que também fazem partes do jogo,
cheias de doçuras e bondades, apelando para as divindades e religiosidades que,
infelizmente, são esquecidas durante o ano que transcorreu!
É uma
pena que o verdadeiro espírito da solidariedade esteja desaparecendo na
humanidade, imperando a singularidade nos homens, supondo que esse procedimento
possa levá-lo a algum lugar seguro e benéfico. Infelizmente, estamos nos
tornando uns solitários convivendo no meio de uma multidão. Um paradoxo
bastante triste!
Lamentavelmente, “assim caminha a humanidade!”
*Escritor-Membro
da Academia Grapiúna de
Letras-AGRAL-antoniodaagral226@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário