Antonio
Nunes de Souza*
Me
chamo Walter Barreto, trabalho numa grande loja de artigos femininos,
praticamente sou o gerente pelo meu tempo de serviço, experiência comprovada e,
para selar meu prestígio, sou muito bem apessoado, elegante, competente e uma
figura simpática!
Com
esses predicados, sou agraciado pelas minhas colegas de trabalho (excetuando o
dono, sou o único funcionário homem) e, consequentemente, pelas freguesas,
clientela de bom gosto e gabarito. A grande maioria é composta de classe alta e
média expressiva.
Muito
bem remunerado em virtude de meu bom salário e uma pequena participação em
todas as vendas!
Debulhei
o meu cadastro para que vocês fiquem sabendo como vive bem um ainda jovem de 36
anos, solteiro convicto e grande amante das mulheres!
Sendo
o único homem, normalmente as clientes menos inibidas, pediam a minha opinião
com relação as suas compras de roupas íntimas, para ver se agradariam aos seus
maridos ou amantes. Logicamente, nesses contatos de canto de “balcão”, sempre
se davam vários flertes e “bandeiras”, que eu percebia e logicamente avançava
um pouco o papo, aproveitando o mole que estava sendo dado. E, naturalmente, em
muitas ocasiões, ousadamente algumas me diziam de cara: Qual lingerie desses
você gostaria de me ver que lhe causaria desejo?
Com
essa sedutora pergunta cheia de malícias, eu entrava logo de sola e, sem perda
de tempo, era a certeza de uma boa transa com distinção e louvor! Pode parecer
um aproveitamento da minha posição no Magazine, mas, não era nada disso,
apenas, estávamos juntando a fome com a vontade de comer.
Esses
contatos sexuais, pareciam que corriam de boa a boca, não sei em verdade, mas,
sem querer exagerar, não havia uma semana que eu não “traçasse” uma cliente das
mais bonitas e gostosas, com seus aromas de bons perfumes franceses!
Já
com as minhas colegas de trabalho, algumas vezes eu fugia a regra trabalhista:
“Onde se ganha o pão, não se come a carne!”, porém, que Deus me perdoe, fugi
muitas vezes essa tola regra!
Posso
me considerar um rapaz feliz, tranquilo e bem servido de lindas e vaidosas
mulheres, e sempre ampliando a clientela na nossa loja. Tranquei minha
matrícula no terceiro ano de direito e pretendo uma hora dessa voltar para
terminar o meu curso pensando num futuro diferente, lidando com viúvas fazendo
seus inventários e, quem sabe, talvez entre as mais novas apareçam boas
candidatas que queiram matar as saudades dos seus maridos mortos!
Existem
muitas maneiras de ser feliz, a minha é interessante, agradável e cheia de
prazeres. Acho que sou um privilegiado!
*Escritor-Membro
da Academia Grapiúna de
Letras-AGRAL-antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com
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