Antonio
Nunes de Souza*
Quando
ouvi pela primeira vez essa expressão, assustei-me imaginando que estava sendo
espionado nas minhas peregrinações nos finais das tardes, para admirar alguém
merecedora e cheia de méritos!
Mas,
depois de ouvir e ver o restante do noticiário percebi que se tratava de algo
nada abonador, crime, atitude condenável e desqualificada. Bem diferente das
minhas belíssimas e agradáveis intenções.
Para
que seja compreendido com maior clareza, se faz necessário que explique o fato
com maior desenvoltura, justificando minhas razões.
Como
todos sabem, os bancos comerciais, usando da astúcia peculiar das grandes
empresas, colocam uma gama selecionada de moças bonitas, simpáticas e inteligentes
para que procedam aos atendimentos dos clientes, conquistando assim uma melhor
captação de depósitos e operações financeiras que, constantemente, abundam os
seus preciosos e nababescos balanços. E essa tática funciona muito bem, quando
o departamento de recursos humanos pratica essa norma com atenções redobradas.
E no meu banco (um dos que me atende) não é diferente, pois tenho o privilégio
de ser gentilmente atendido, com paciência e carinho, por uma menina/mulher
cheia de graça, alta, bonita, simpática e com um sorriso tão encantador, que
mesmo ao meu contra gosto, me faz esquecer a taxa mensal que ele me cobra,
talvez como sendo o ingresso pelo lindo espetáculo que me proporciona quando
vou a agência fazer alguma operação nas suas benditas (ou malditas) máquinas
eletrônicas. Às vezes, me faço de desconhecedor, somente para ser socorrido
pela minha bonita e amável atendente, aproveitando para me deleitar por alguns
minutos com atenções especiais.
Com
o que declarei acima, justifica que eu seja um praticante da tal ”saidinha
bancária” do bem, ocasião que, no happy hour, na penumbra do cair da noite, me
posto perto do banco e, a uma distância razoável, acompanho a saída da minha
querida atendente, elegantemente, dirigindo-se para a faculdade ou para sua
casa.
Mas,
quem sabe se um dia não tomarei coragem e armado com a flecha do cupido,
chegarei a sua frente e, sem pestanejar gritarei ameaçadoramente: É um assalto!
Passe-me o seu coração, se não eu me matarei!
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL (Blog Vida Louca) – antoniodaagral26@hotmail.com
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