quarta-feira, 2 de julho de 2025

SALVE DOIS DE JULHO! (Clique e leia)

 

Antonio Nunes de Souza*

Acordar, sentar-se em frente ao computador, abrir a tela para escrever algo sem que nada tenha na mente é um maravilhoso desafio para um escritor, que honrosamente, tenho me batido e me saído relativamente bem, ou pelo menos, fazendo algo que dá para o gasto!

Ao chegar ao fim desse preâmbulo desafiador, já surgiu a ideia de falar sobre o feriado de 2 de julho (Vou logo colocar o título), Independência da Bahia, que de conformidade, conveniências das leis e administradores, será comemorado hoje, com seus festejos, apenas para registrar repetidamente, o já conhecido feriado, que, literalmente, atende mais aos abastados e ricos que tem suas casas nas cidades praianas, seus carrões e podem se deslocar das áreas urbanas, usufruindo, três ou quatro dias de liberdade. Pois, o coitado do povo, com feriado antecipado ou não, tem que ficar dentro de suas casas e barracos, cantando a música de Raul Seixas: “...esperando a morte chegar!”

Lamento muito essa absurda situação, principalmente como ex morador de 25 anos em minha adorada e maravilhosa cidade Santo Amaro da Purificação, conhecedor profundo das litorâneas cidades circunvizinhas do recôncavo (Saubara, Itapema, Cabussú, Bom Jesus dos pobres, Acupe, etc.), saía acompanhando centenas de baianas, grupos de samba de roda com seus afiados músicos. Indo todos para Cachoeira e São Felix, onde a festa tem suas raízes e, magistralmente, depois dos desgastados discursos, foguetórios e a missa solene, o couro comia solto, com a tranquilidade já convencionada em nossa cultura de festas, por mais religiosas ou cívicas que sejam, as partes profanas tem seu grande e delicioso espaço, que dá um colorido de alegria aos turistas e aos nativos.

Já sambei muito deslizando sorrateiramente os meus pés, dei meus remelexos no corpo, as umbigadas das boas, além jogar capoeira nas rodas de berimbau, demonstrando minhas grandes habilidades, aprendidas com o grandioso Mestre Bimba.

Grupos de índios, verdadeiros e falsos, fazem parte do evento, uma vez que, essa etnia, ajudou veementemente na luta da nossa aguerrida independência.

Depois que fui para faculdade e fiz licenciatura em História, ampliei mais meus conhecimentos, pois, me ajudariam na literatura, e pude aprender mais amiúde sobre esse evento de grande significação, não só para a Bahia como para o Brasil!

Infelizmente, mesmo com essa independência, nosso povo ainda vive sob uma nublada escravidão e uma brilhante discriminação, juntamente com uma bruta falta de solidariedade, humanismo e reconhecimento nacional!

Mesmo assim, nós orgulhosos baianos, temos que estufar bem o peito e gritar: SALVE DOIS DE JULHO!

Amanhã vou me contatar com algum amigo que foi, e vou ver se dá para contar como transcorreu o evento!

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!

Nenhum comentário: