Antonio Nunes de Souza*
Embora
com uma demora bastante longa, o hábito do beijo no rosto, ou na testa, entre
pessoas masculinas, finalmente, quebrou um tabu machista de centenas de anos,
pois, na verdade, não passava de um preconceito ridículo, que se fosse
realizado, estariam demonstrando uma falta de vergonha, ou o mais usual,
características de homossexualismo!
Aqueles
que ajudaram a quebrar esse tabu, infelizmente, foram taxados de bichas,
viados, gays e depravados. Creio que esse hábito nasceu, primeiramente, no meio
artístico, onde se concentra uma grande maioria de intelectuais e qualificados
que, vanguardistas, veem esse ato ou costume, como um simbólico de educação, amizade,
carinho e civilidade!
E
na verdade é isso mesmo, pois, o beijo é uma manifestação de apreço, admiração
e afetividade, que, tranquilamente, praticamos com nossos familiares,
principalmente pais, filhos, netos, irmãos, etc., sem que isso demonstre, em
nenhuma hipótese, falta de vergonha. Ao contrário, pois, todos que presenciam,
elogiam a meiguice da ação, como um amor bem estampado. Muitas vezes até tendo
inveja, por não ser usado esse mesmo hábito nas suas famílias!
Com
o tempo, que é nosso maior professor, a coisa foi evoluindo e habituando como
algo comum e simples, que, curiosamente, nas lutas de box, futebol e outros
esportes super radicais, as saudações de beijos passaram a fazer parte como uma
atitude normalíssima, demonstrando carinho, ou agradecimento aos adversários!
Eu
por exemplo, tenho muitos amigos que cumprimento com um beijo na face,
demonstrando quanto essas pessoas são importantes para mim, e merecem o meu
carinho e afeto como se fossemos parentes. Obviamente, somente cometo esse
gesto com amigos que pensam como eu. Pois, tenho amigos que, se eu fizer isso,
imediatamente vão me dar uma porrada e dizer: Qualé bicho. Tá me estranhando?
Suponho
que, com a expansão dessa atitude estar sendo divulgada diariamente pelas
televisões e redes, uma grande maioria já aceita com naturalidade.
Curiosamente, dois meses atrás o grande ex campeão mundial de box, Mike Tyson,
uma verdadeira máquina de dar porrada, voltando ao ringue, após a luta, beijou
várias vezes o seu adversário, numa atitude de carinho, respeito e admiração!
É
bom lembrar que entre as mulheres esse tratamento é super comum, e nem por
isso, passa a ser encarado como um gesto de lesbianismo. Esse ridículo
preconceito é somente entre homens, não sabendo eles que em vários países do
mundo isso é naturalíssimo. Na Índia por exemplo, os rapazes andam nas ruas de
mãos dadas, muitas vezes abraçados, demonstrando para todos, que são parentes
ou excelentes amigos!
Creio
que não estou escrevendo nada incomum, ou absurdo. Trata-se apenas de realçar
esse hábito de alguns anos para cá que, sem sobras de dúvidas, demonstra, nada
mais nada menos que uma civilidade, nesse mundo que muitos teimam em torna-lo
desumano!
Lógico
que tem os exagerados beijos das novelas da Globo, que são verdadeiros atos
sexuais orais, onde as línguas como verdadeiras serpentes, fazem verdadeiros
malabarismos, indo do céu da boca até a laringe e a faringe, parecendo duas
feras, uma querendo engolir a outra. Eu com minha idade, fico imaginando que se
uma dessas atrizes me pegar e me der um beijo desses, quando ela enfiar a
língua, minha dentadura vai voar para minha goela, que cairei sufocado com
falta de ar, que se não chamarem o SAMU rápido eu morrerei. Imagino também, que
se eu morrer, no meu atestado de óbito do IML, constará como causa da morte: Um
simples beijo Global!
Não
me envergonho de confessar, que na minha juventude nos anos cinquenta, o beijo
na boca era um comum ajuntamento das bocas, hoje chamada de “bitoca”, que para
nós eram denominadas excitantemente de “coladas”. Vejam como éramos puros e
inocentes!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
Nenhum comentário:
Postar um comentário