Antonio Nunes de Souza*
Aproveitei
o gancho da “queda da bastilha”, que será comemorada em 14 de julho, como a
revolução francesa, para chamar a atenção de todos sobre o movimento que não
tardará acontecer, em função dos novos comportamentos que exigem mudanças
radicais com relação a diversas regras, hábitos, costumes e determinações sem
maiores sentidos que, nos dias de hoje, não deixam de ser obsoletas e
demonstração de atrasos, levando a transtornos bem mais absurdos e
imperdoáveis. Os tradicionalistas certamente acharão que sou um herege, pecador
profundo, profano e cheio de idéias maledicentes. Mas, não é nada disso, pois
estou apenas vislumbrando algo que já vem acontecendo sutilmente e, sem dúvida,
acontecerá numa proporção que não se poderá mais deixar de mudar as regras
descabidas do jogo!
Estamos
no ano de 2051, nas ruas e avenidas encontram-se várias passeatas
reivindicadoras, pois, isso jamais parará de acontecer, atrofiando o trânsito
que, enfrentando buzinas e apitos, continua parado sem poder andar. Dentre as
passeatas havia uma que se destacava pela cor preta das suas vestes e a
organização criteriosa e educada, mesmo com suas faixas, bandeiras e cartazes,
com pedidos que batiam de testa com a Igreja e o Vaticano, mas, com objetivos bem
claros nos seus desejos de mudanças. Aprendi na faculdade que o juramento de
castidade (celibato) foi criado e instituído por um Papa (não lembro o nome),
para que os padres quando morressem, não tivessem herdeiros, e os seus bens
ficariam diretamente para a Igreja!
Naquela
época já era um absurdo, mas, como a igreja era parceira dos reis e tinha um
poder de mando sensacional, ser padre, mesmo com esse sacrifício, valia a pena
pelo estatus que lhe davam exercer essa honrosa e santificada função. Não posso
afirmar se essa é a verdade, assim como, não sei se essa determinação vaticana,
ainda está em vigor por essa razão de herança!
Via-se,
mesmo de longe, que dentre todas as reivindicações dos padres, a mais
veementemente solicitada era a liberdade de terem o direito de se casarem,
constituir famílias, dando-lhes a liberdade de viverem como cidadãos comuns com
direitos de igualdade aos demais homens, pois, curiosamente, a igreja católica
é uma das raríssimas no mundo que não permite o casamento dos seus ministros. As
faixas e cartazes eram claros e objetivos: Queremos ter o prazer com uma
mulher! – Basta de provocar o homossexualismo! – Vamos oficializar nossas
amantes escondidas! – O casamento não nos fará deixar de sermos padres! –
Precisamos de padres, mas, essa condição espanta os homens! E assim por diante,
todos caminhando para a Catedral, vizinha a casa do Bispo, onde farão uma
manifestação com discursos fortes e exigentes, com promessas de abandono das
batinas (já pouco usadas) e procurarem uma nova atividade que lhe qualifique
como um homem dentro da igualdade social. Bem na frente do cortejo estava o
Padre Zezinho bem velhinho, com um retrato da neta de Anita de biquíni numa mãos
e na outra mão um megafone, cantando o Funk “Poderosa, Cachorrona...etc, enquanto
os Padres Marcelo e Fábio de Mello ao seu lado dançava Hip-hop!
Parece
uma loucura da minha cabeça essa premonição, mas, tenham certeza que,
possivelmente, esse fato ocorrerá até lá. Ou quem sabe, pode ser até que aconteça
bem antes disso!
O
curioso é que, lá no fim da passeata, havia um grupo de freiras, com uma faixa
onde se lia: “Nós também queremos essa liberdade seu Bispo, chega de lesbianismo
e de transar escondido com os frades capuchinhos!”
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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