sábado, 21 de junho de 2025

BOAS RECORDAÇÕES DO SÃO JOÃO! (Clique e leia)

 

Antonio Nunes de Souza*

Rememorando os tempos de outrora, gostosos folguedos nas cidades interioranas do recôncavo, não poderia esquecer de fatos e personagens que marcaram a minha saudosa e doce juventude, já quase beirando a idade adulta!

Desde os dias de S. Antonio, meu padroeiro, costumávamos tomar os nossos licores, com festinhas após as novenas e trezenas, barracas nas praças principais, onde o “couro comia” com sambas de rodas e forró do bom, oportunidade que tínhamos de fazer nossas adoráveis esfregações, mesmo tendo que enfrentar umas anáguas engomadas, que evitava um contato mais gostoso dos nossos tesudos e ávidos corpos. Mas, naquele tempo, bastava colar o rosto, trocar olhares pecaminosos, que algumas vezes chegávamos as doçuras dos prazeres!

Ah! Que tempo bom. Nós precisávamos de pouco para se divertir muito. Hoje a coisa está tão banalizada, que a juventude prefere beber e estar agarrada na Net, que forrozar e dar uma boa e gostosa transa depois, com requintes juninos e românticos!

Mas, mesmo com essa inocente pureza e as poucas chances do passado, sempre existe alguém que, sorrateiramente, dribla a vigilância e faz suas estripulias. Esse era o caso de Renata! Que com seus 18 anos, já conhecia todos os pecados capitais, até os que existem além do Equador, como diz Ney Matogrosso em sua canção. Seu apelido na roda da malandragem era: Fogueira. Simplesmente, porque quanto mais lenha ela recebia, mais seu fogo aumentava entre as pernas. Virava a cada dia um vulcão em erupção, com sua maneira liberal de ser, mesmo as escondidas, seus quase diários encontros amorosos, eram com rapazes diferentes e eróticas e variadas posições. Poderia também ser chamada de “Renata Machado”, pois, não podia ver um pau em pé que ela derrubava!

Eu, por ser muito jovem, mesmo sem ter desfrutado dessa maravilhosa serventia, babando de inveja dos meus amigos mais velhos agraciados, para não deixar passar em branco, fazia as escondidas minhas habilidosas manipulações prazerosas, sempre dedicando nos pensamentos a adorável Renata Fogueira!

São João continua sendo uma festa primorosa, hoje até mais cheia de “Renatas Fogueiras”, porém, conforme chegam aos meus ouvidos, falta lenha para queimar na floresta masculina. Não sei se os jovens estão vacilando e mudando de gosto, ou se é uma proibição do IBAMA!

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!

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