Antonio Nunes de Souza*
Criado
em cidade de interior, desde a infância que via e ouvia as festividades
públicas e políticas como as maiores concentrações dos estudantes, moradores,
empresários e fazendeiros, que com suas roupas novas, sapatos e botas
brilhando, preparavam-se para receber com honras e glórias, os vereadores,
deputados, prefeitos, senadores e, raramente, um presidente ou candidato a esse
suntuoso e importante cargo!
Era
um reboliço sem comparação, pois, para o povo da cidade, representava prestígio
estar ao lado daquelas figuras, que, cinicamente, a grande maioria estava ali
para se beneficiar da boa vontade de alguns, a sabedoria de muitos e os
interesses dos oportunistas intermediários dos corruptos e corruptores. Um
verdadeiro espetáculo circense festivo, onde quem mais “dança” é o povo que não
se tocou ainda, não deixando a ficha cair, se conscientizando que, na verdade,
o mais importante nesses eventos é ele, e que essas figuras são, simplesmente,
servidoras públicas, nossos empregados, nós é que pagamos seus salários e
mordomias, nós é que os elegemos para defender nossos interesses, e nós é que
somos, literalmente, os patrões. Ao contrário do que ocorre quando milhares de
pessoas ficam com suadores nas mãos, nervosos porque vão cumprimentar um
político, quando o correto seria ele ficar nervoso por não estar cumprindo seus
deveres e ter que enfrentar os seus eleitores e verdadeiros patrões. Mas, isso
só pode acontecer, se você passar a ter a consciência e deliberação da sua
condição, se respeitar como cidadão e ter a coragem de ser um defensor da sua
comunidade, mostrando para eles, que acabou a triste época dos “cordeirinhos e
currais eleitorais”, quando você não tinha a liberdade de escolher.
Com
o passar dos anos, tristemente e atentamente, que o que descrevi acima, lastimo
muito, que mesmo apanhando constantemente, o povo não sabe utilizar os seus
direitos e valores, colocando esses políticos em seus devidos lugares,
expurgando os enganadores, abrindo os olhos dos novos que estão chegando e,
principalmente, mostrando para eles que você é que é o patrão, e exija um
comportamento qualitativo, produtivo, adequado e honesto!
Vamos
mudar esse comportamental já enraizado como se fosse o normal, não votem em
partidos, pois, todos são iguais com suas armações para ganhar o poder, mostre que
já estamos mais educados, senhores dos nossos direitos e deveres com a pátria,
sabendo escolher melhor os nossos empregados, para que sejamos bem servidos e
seja construído um presente promissor para nós, e um futuro invejável para
nossos descendentes!
“Acorda
meu amigo, lembre-se de quando seu patrão lhe chama no escritório, que você vai
cheio de preocupações, pois, faça com que ele sinta essas mesmas sensações, e nunca
se esqueça que nos países livres democráticos o patrão é o povo!”
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
Nenhum comentário:
Postar um comentário