Antonio Nunes de Souza*
Dentre
os sentimentos que são nutridos dentro da sociedade, talvez o mais nefasto,
vergonhoso e abusivo seja, sem que tenhamos nenhuma dúvida, o repugnante “preconceito’!
Tem-se
a mania absurda de dizer que não existe preconceito exagerado, mas,
seguramente, é o que mais existe com relação a cores, credos, crenças e classes
sociais.
Geralmente
as pessoas discriminam os negros, mulatos, pardos e até os morenos claros. Estas
classes somente são aceitas quando são desportistas, cantores, ou atores
famosos. Mas, simplesmente, são toleradas (nunca aceitas) e convidadas para
festas e grandes eventos, em função das suas famas que, consequentemente, dão
status nos acontecimentos, valorizando a festa, provocam divulgações abundantes
nas mídias, colunas sociais ou até comercialmente!
Pensam
que eles não sentem esse preconceito velado? Claro que sentem. Porém, também
pensando em se valorizar, aceitam os convites e, muitos deles, até se vangloriam
que foram a uma festa de milionário da alta sociedade, coisas que jamais
fizeram na vida. Curioso é que normalmente acontece, uma “lourinha” que
querendo também aparecer nas manchetes das mídias, começar a dar “mole” para
eles, com o pensamento de fazer um casamento ou agregamento, obtendo bons
resultados financeiros e fama. Ela pensando no dinheiro e na gloria e ele
pensando em melhorar a raça e, tranquilamente, fazer pose em ter uma loura ao
seu lado. Uma troca de interesses comum, feia, ridícula e repugnante!
Suponho
que esse fato seja uma coisa mundial, porém, o mais lamentável é que isso
ocorra em demasia em nosso Brasil, país que tem, aproximadamente, 68% de pretos
e mestiços, e foi construído graças as forças guerreiras da etnia negra africana!
Estamos
atualmente vendo a etnia negra saltar bravamente em todas as vertentes. Nas
televisões, cinemas, passarelas e, principalmente, nas publicidades, não tem
uma que não apresente um negro ou negra, anunciando produtos, ou serviços. Mas,
mesmo assim com essa desenvoltura, na surdina não deixa de existir a crítica
dos cabelos e penteados, achando-os estranhos e horrorosos!
Infelizmente,
esse “preconceito disfarçado” existe numa quantidade exagerada, mesmo os
preconceituosos achando que ele é velado. Isso faz parte da hipócrita sociedade,
que só faz olhar para seus próprios umbigos e “cagando” para os excluídos!
Infelizmente, na sociedade a falsidade é uma constante eterna!
*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um
dos Membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!
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