Antonio Nunes de Souza*
Findam
os dois primeiros meses de 2025, tão rápidos quanto um raio, parecendo que o tempo
quer pregar uma peça nos dizendo que, como as coisas estão, não se pode esperar
a banda passar cantando coisas de amor, como disse o Chico Buarque de Holanda
em sua maravilhosa canção!
Certamente, zangado por lhe culparem de todas as
coisas que acontecem, o tempo resolveu agir com rapidez, aumentando a
aceleração, esperando que os homens tenham uma noção mais inteligente,
percebendo que ele é apenas uma medida de vida e não de destinos ou
ocorrências. Essas são estritamente ditadas pelos próprios homens, que com o
uso do discernimento e bom senso, podem qualificá-lo com adjetivos melhores e
bem mais justos e adequados!
Embora ele seja algo abstrato e, seguramente, mais
que passageiro, com toda razão, ele julga-se importante bastante para ser
respeitado, principalmente pela oportunidade que dá para todos que sabem usá-lo
com sabedoria e de uma maneira proveitosa e racional.
Desses, com certeza você sempre ouve comentários
mais plausíveis que o envaidece e o deixa lisonjeado: O tempo está ótimo! Tive
tempo de fazer tudo! Felizmente tive tempo bastante para curtir, e ainda sobrou
tempo para eu fazer outras coisas interessantes!
Mas, a grande maioria dos homens já estabeleceu em
suas condenáveis mentes, a idéia nada justa de rotular o tempo, como o culpado
de suas falhas sociais, comerciais e afetivas, usando expressões injustas e
descabidas: Desculpe, mas não fui porque não tive tempo! O dia foi curto e não tive tempo de fazer
nada e nem fui à reunião da diretoria!
Oh! Meu bem, não tenho aparecido porque não tenho tido tempo pra nada!
Quando menos espero o tempo já passou!
Para esses o tempo não passa de um vilão que
atrapalha significativamente suas vidas e, consequentemente, as vidas de muitas
outras pessoas que dependem e confiam neles.
Em nenhuma circunstância o tempo pode ser
considerado um vilão ou agente negativo e provocador de arbitrariedades. Ele é
uma disponibilidade que nos dá a oportunidade de arquitetar, construir, colorir
e embelezar nossas vidas, desde que saibamos utiliza-lo racionalmente, tendo a
consciência de que ele jamais voltará atrás, ou parará para esperá-lo, se seus
passos estiverem lentos demais e fora do compasso.
Por essas razões é que muitos chegam ao destino de
suas caminhadas, traçadas racionalmente dentro do tempo certo, alcançando seus
objetivos, e ainda têm tempo de sobra para desfrutar dos resultados obtidos.
Enquanto outros, céticos e desajustados, ficam pelo caminho, culpando que não
tiveram tempo para realizar seus sonhos. Terminam dizendo que o tempo passou
tão rápido, que quando percebeu já era tarde demais!
Para esses últimos, só posso dar um conselho
sábio: Corram que ainda existe muito tempo, para vocês mudarem os finais de
suas histórias. Tempo não é dinheiro. Tempo é uma medida de realização pessoal.
Meu sábio avô sempre me dizia: Meu netinho, “Tempo é uma
questão de preferência!” E eu com o tempo comprovei, que quando é de nossa “preferência”,
sempre arranjamos um tempo!
*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos
membros fundadores da Academia de Letras!
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