terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

AS VEZES A SORTE PODE TRAZER O AZAR! (Clique e leia)

Antonio Nunes de Souza*

Por mais que tenhamos visto coisas nessa terra de meu Deus, sempre acontece algo completamente estranho e irônico, que nos surpreende bastante pelas suas características, completamente fora de todos os contextos!

Esse caso ocorrido com Rafael Padilha da Cruz é um exemplo dos mais verdadeiros, curiosos e interessantes, que tive a felicidade ou infelicidade de acompanhar de perto, tanto o seu começo como o resultado final!

Rapha como era chamado em toda cidade, homem próspero, trabalhador, dono de uma boa serraria, especializada na confecção de diversos tipos de urnas funerárias (caixão de defunto) e, logo depois como complemento, montou uma majestosa capela para velórios, pois, com essas duas atividades, todos os enterros tinham que passar pelas suas mãos, consequentemente, trazendo bons faturamentos.

Como tratava-se de uma cidade de porte médio, os óbitos eram poucos e a empresa começou a sentir enfraquecimentos. Então... Rapha na preocupação financeira, passou a fazer promessas para que ampliasse mais os óbitos na cidades e região, para que ele tivesse uma clientela em maior para estabilizar suas finanças. Vejam vocês que pedido FDP ele estava fazendo, sem pensar na saúde dos outros. Acendia velas daquelas gigantes diariamente para os santos, e fazia suas orações noturnas, acompanhadas do seu pretensioso pedido.

Aí, algum Santo nada humanitário, querendo ser bom, inesperadamente, enviou essa epidemia da coronavírus, que aliada à dengue e outras variações, e sem que esperássemos, começou a morrer gente as dezenas em toda região, e Raphael teve que ampliar os negócios, colocar mais funcionários, fabricar até caixões de papelão e outros materiais. Ao mesmo tempo que trabalhava bastante, sorrindo internamente de ver a entrada de dinheiro, não só dos parentes e amigos que perdiam seus entes queridos, como das administrações governamentais. Sua vida passou a ser de casa para a serraria, idas aos hospitais, cemitérios, capela de velórios, etc., deixando sua linda esposa solitária em casa, criando logicamente, uma revolta e arrependimento desse casamento. Mas, segurava a barra para ver até que ponto aguentaria.

O fato que a serraria passou até a exportar urnas para diversos estados, os faturamentos quadruplicando diariamente e, para simplificar, infelizmente, nosso querido Rapha se contagiou, foi acometido da doença, e não resistindo, depois de 30 dias veio a falecer, deixando uma verdadeira fortuna para sua esposa que, posteriormente, com a calmaria da situação pela vacinação, mudou a empresa para fabricação de móveis, vendeu a capela de velórios, deixando completamente para trás, qualquer lembrança das coisas fúnebres!

Hoje Maria da Penha está morando com um garotão que dirige a serraria, vivem viajando pelo Brasil, Europa, Estados Unidos e América Latina, e o pobre Rapha coitado, deve estar junto com seus clientes em algum lugar. Tomara, que pelo menos seja no céu!

Essas são as grandes ironias do destino, pois, para Maria da Penha, a epidemia, mesmo sendo trágica, foi uma coisa maravilhosa. Tenha cuidado com suas promessas e pedidos as Santidades, pois, os resultados poderão não ser como você imaginou em sua mente!

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!


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