FICÇÃO - O TERROR HIDROGRÁFICO! (Clique e leia)

Antonio Nunes de Souza*

Ao ligar meu receptor da TV mundial e universal, já que somente temos uma única estação de transmissão via satélite, com tradução simultânea para todos os idiomas e dialetos terrestres, pude ver em quarta dimensão, uma notícia que, pela sua repetição, vinha assombrando todos os países da terra e alguns planetas já habitados, sem que a polícia internacional, juntamente com a universal, tivesse condições de amenizar esse tipo de prática criminosa. Estou referindo-me aos roubos arquitetados por quadrilhas das galáxias das mais altas periculosidades, especialistas em roubos de valorizadíssimas cargas de água potável!

Estamos no ano de 2081, mas, desde os anos de 2035, que já aconteciam fatos que davam para se prever, que dentro em breve, isso se tornaria uma rotina, deixando em perigo a população, pois, já nessa época, os marginais já assaltavam os meninos que iam para as escolas, tomando suas doses de um copo de água, para sanarem as suas sedes diárias. Diga-se de passagem, que essa modesta dose, era ofertada pelo governo, já que a água que eventualmente e raramente, corria nas torneiras, não tinha mais condições de serem recuperadas em função da alta poluição de mercúrio, outros metais nocivos, coniformes fecais, e sujeiras provocadas pelos comportamentos normal dos homens gananciosos, em nome do grande (?) progresso no passado!

Naquele exato momento, aparecia ao vivo na TV, uma quadrilha de andróides fabricados para esse fim, utilizando metralhadoras a laser e, à direita da nave-tanque pousada, outra nave com uma mangueira fina e eficaz, que sugava toda água para seu recipiente, enquanto a polícia responsável pela fiscalização da distribuição na cidade, tentava combater esse terrorismo urbano, com trocas de disparos mortíferos. E, essa modesta, mas, preciosa carga, estava acabando de chegar de um aproveitamento de um restante de geleiras do pólo norte, custando uma fortuna aos cofres públicos, em termos de valores de importação, já que o polo norte pertence atualmente a um grupo de chineses, que cobram os olhos da cara por litro!

Fiquei bastante triste e estarrecido ao ver essa reportagem, fui tomar o meu banho genérico no chuveiro de raios ultra limpex e, recordando meu tempo de criança, lembrei-me dos maravilhosos banhos que tomava no meu querido rio cachoeira, que hoje, assim como a grande maioria dos rios no mundo, não mais existe!

“Trata-se de uma visão ficcionista, porém, se continuarem com os atuais comportamentos, certamente tudo isso poderá vir a acontecer, ou talvez, bem pior até antes do tempo previsto!”

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!