domingo, 2 de fevereiro de 2025

EPARREI, MINHA MÃE IANSÃ! (Clique e eleia)

 

Antonio Nunes de Souza*

Essa respeitosa saudação é dirigida a mais bela e vaidosa, Rainha do mar e de todas as águas, a amada e reverenciada em todo Brasil: IEMANJÁ!

E dois de fevereiro, sendo seu dia, certamente milhões de brasileiros estarão curtindo essa divindade, intitulada com esse belíssimo nome pelas religiões afro-brasileiras, que, na verdade, trata-se de Nossa Senhora, Maria, Mãe de Jesus!

Na minha cidade de Santo Amaro, ela é a padroeira e tem como nome de batismo “Nossa Senhora da Purificação”. Nos dez últimos dias de janeiro, anualmente cultua-se umas novenas com muitas religiosidades e festividades, culminando com uma majestosa procissão com mais de cem andores de Santos, que vem de todas as cidades circunvizinhas, para participar dessa abençoada manifestação. É impressionante ver de perto as saídas da matriz dos andores carregados pelo povo, que, incrivelmente, quando o último está saindo, os primeiros depois de desfilarem por toda cidade, já estão retornando a igreja! Uma beleza e demonstração de uma maravilhosa fé pouco vista!

No nosso país, podemos dizer que não existe na verdade, religião que seja um padrão e tenha seus princípios respeitados, seguindo as linhas determinadas por suas igrejas, crenças, vertentes religiosas, como judaica, maometana, budista, católica, espírita e evangélica, candomblé, umbanda, todos comemoram, participam efetivamente, principalmente em função de todas elas terem em seus costumes, comidas, músicas, danças, cânticos, manifestações de artes e, os menos ligados a regras, tomam suas bebidinhas dando o toque profano, que o brasileiro não dispensa de forma alguma em qualquer celebração!

Em Salvador, além de “dia santo”, comércio fechado e beirando o carnaval, o bairro do Rio Vermelho recebe milhares de turistas e nativos, que vão curtir tudo que tem direito, levar pequenos presentes e flores para a gloriosa e vaidosa Rainha das águas. Tenho até uma querido e estimado amigo em Salvador, Marcos Benjamim, que no passado fechava a rua onde situava sua empresa, e organizava uma festa de arromba, com danças, shows, alegrias e agarrações, reunindo centenas de amigos, tinha um chamado Hiltinho, que recebi um “santo” e dançava igual a uma Pomba Gira. E por todas essas muitas peripécias, deixava Iemanjá de queixo caído e gritando: Saravá meu Pai!

A festa, anualmente, culmina com uma procissão marítima, com barcos, escunas, jangadas, canoas e lanchas de vários escalões, enfeitadas e muitas delas com bandas e charangas, idolatrando a soberana!

Eparrei Sarava Iemanjá!

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos fundadores da Academia Grapiúna de Letras!

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