domingo, 2 de junho de 2024

MEU INESQUECÍVEL DIA DOS NAMORADOS!

 

Antonio Nunes de Souza*        

Logo cedo, como sempre faço, sentei-me em frente do meu companheiro computador, imaginando o que iria escrever. Mas, anormalmente, nada me veio à cabeça em termos de inventividade. Porém, quando olhei o calendário, lembrei-me que estamos pertinho do dia dos namorados e, como jamais esqueci, veio à mente, esse acontecido dia em 2022, que marcou, profundamente, em minha vida, valendo a pena reconta-lo!

Acordei já eufórico, uma vez que comecei essa semana a namorar com Virginia, uma mulher gatíssima, que eu vinha vislumbrando há bastante tempo e, somente agora, ela me deu um “mole’ em aceitar minhas eventuais investidas!

Já saímos algumas vezes, muitos beijos e esfregações, carícias e dengos, mas, espertamente, vinha me segurando para o bote final, numa ocasião mais propícia e, com certeza, ontem, com a comemoração dessa data, era um dia mais que especial, para depois de uma saída divertida, com um bom perfume como presente, poderíamos terminar a noite numa maravilhosa e confortável cama!

Liguei para ela dando um bom dia cheio de meiguice, bem meloso e característico de quem está apaixonado, recebendo em resposta uns gostosos beijos nos lugares que eu desejasse.  Não nego que fiquei logo excitado imaginando meus lugares preferidos, presumindo uma noite daquelas que Cleópatra tinha com Marco Antonio, logicamente: enlouquecedora e inesquecível!

Preferimos ficar o dia todo a vontade, para fazermos nossos afazeres normais, e nos encontrar a noite para jantar num restaurante de luxo, que eu já havia reservado uma mesa, depois, uma ida a uma danceteria, alguns drinks, danças com rostinhos colados e, quando o clima estivesse no ponto, iríamos para um motel de classe, e selaríamos o nosso “dia nos namorados” gostosamente acasalados!

Tudo aconteceu exatamente como pensei, porém, até certo ponto, pois: Saímos, jantamos, fomos para uma danceteria que estava “bombando” no momento, rodopiamos na pista e até rebolamos no Funk, tomamos vinhos e drinks diversos, Virginia eufórica e excitada, nem se incomodou, quando sem falar nada, eu me dirigi e entrei com o carro em um tremendo motel!

Pedi a chave da suíte presidencial, Virgínia sorriu e perguntou em meu ouvido: Você é presidente Lula ou Bolsonaro? Rs rs rs

Dei uma risada e disse: Sou Lula minha querida!

Entrei no box, parei o carro, saltamos e entramos na tal suíte presidencial, que era lindíssima, teto todo espelhado, piscina térmica, músicas de clássica a sertaneja, cama redonda com sistema giratório, sanitário todo em mármore com uma banheira de hidromassagem, frigobar com todos tipos de bebidas, em cima da mesa vários tipos de chocolates e guloseimas e, na mesa central, um balde cheio de gelo com uma champanhe francesa e duas taças de cristal. As paredes todas forradas com cortinas de seda e pingentes gregos pendurados. Ficamos os dois de boca aberta e abismados. Ela pela suntuosidade que talvez nunca tenha visto, e eu pensando na conta que teria que me lascar para pagar o cartão de crédito depois!

Mas, para uma boa transa com Virgínia, qualquer sacrifício valeria a pena. E, para não perder tempo, mudei o som clássico da sinfonia de Chopim, colocando uma sofrência bem amorosa, e peguei Virgínia nos braços e começamos a dançar. E, ao tempo que íamos dando os passos, um ia tirando a roupa do outro, como se fosse uma Strip-tease dublê, numa cadência bem romântica e sexy. Com alguns minutos, já estávamos os dois completamente nus, Virgínia com um corpo exuberante, seios lindos, duros e empinados, uma barriga inexistente, pernas torneadíssimas e uma bunda linda, firme e sedutoramente arredondada!

E foi aí que aconteceu o desastre: Fiquei tão embevecido e deslumbrado que, absurdamente, minha tesão sumiu completamente. Notei que enquanto estávamos dançando meu membro estava super rígido, e Virgínia se esfregava com a maior volúpia, me deixando enlouquecido. Mas, quando nos separamos que pude vê-la completamente nua, uma estátua grega deslumbrante, toda minha masculinidade foi para o brejo. Disfarcei um pouco, fui ao sanitário, lá tentei me masturbar para ver se haveria uma reação, mas, nada acontecia. A merda estava mais mole que pudim!

Voltei e me deitei na cama, na esperança que me esfregando novamente com ela a tesão pudesse voltar, pois, tinha apenas trinta e oito anos, e isso nunca me aconteceu. Deitamos, Virgínia subiu em mim e começou a me beijar na testa, foi descendo para minha boca, queixo, peito, umbigo e, carinhosamente, pegou aquela merda mole e colocou na boca enchendo de carícias linguais, e eu suando pra zorra, mesmo com o frio e o ar condicionado, com uma tremenda e puta vergonha do que estava acontecendo!

Virgínia, logicamente, percebeu a merda que seria a sua também esperada noite e, levantando-se puta da vida, disse sorrindo para minha cara: “Você disse que era presidente Lula e quando chega na cama, na hora de trabalhar, procede como Bolsonaro, que esbraveja e não faz porra nenhuma. Vista sua roupa e vamos embora!”

-Me desculpe querida! Nunca me aconteceu uma coisa dessa comigo. Deve ter sido as emoções!

-E você é Roberto Carlos para ter tantas emoções?

-Gostaria que você me desse uma nova chance!

-Que nada meu filho. Você já teve sua chance, e não soube ser o homem que eu esperava. Vamos para o carro e me leve para casa. Disse ela já se vestindo!

Saímos calados e assim nos conservamos por todo caminho, eu, logicamente, puto e envergonhado. Deixei-a em casa, nem um beijinho no rosto me deu de despedida, fui para meu apartamento puto da vida, não consegui dormir durante todo resto da noite, esperando dar oito horas, para ir ao consultório de um amigo que é psicanalista, para saber a razão dessa tragédia. Fui fazer as contas das despesas, que com perfume, jantar, danceteria e motel deu a bagatela de quase dois mil reais. Pensei que ia transar e terminei transado e no prejuízo financeiro!

Tenho visto Virgínia de longe em alguns lugares, já que moramos perto, porém, apenas nos cumprimentamos. Mas, estou querendo convida-la esse ano para sairmos no próximo dia dos namorados, para me redimir do vexame que passei, porém, juro que estou com medo não só dela dizer que não, como também dela aceitar e a merda se repetir. Uma dúvida terrível na cabeça!

Como tenho dez dias pela frente, vou pensar direito esse assunto, antes de me arriscar!

Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!

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