Antonio Nunes de Souza*
Primeiro
de junho, mês da alegria, festas, músicas e rezas diárias, namoros, esfregações
e sacanagens, comilanças, licores e bebidas outras. Todos os ingredientes necessários
para que tenhamos noites agradáveis, inesquecíveis e prazerosas. Do altar de
Santo Antonio depois de rezar a novena durante os nove dias, passando por essas
artimanhas citadas, as idas para uma cama dar uma ótima transada é “daqui pra
ali”, de um pulinho só!
Por
mais que você procure, não tem dança mais excitante que o forró, uma vez que,
quem inteligentemente inventou, ensinou logo as mulheres que eles deveriam,
além de mexer bem, esfregar a xoxota em nossas coxas e no dito cujo, de modo
que, ambas as partes sexuais fiquem bem acolhidas, endurecidas e molhadas, sem
que estivéssemos fazendo nada em excesso, apenas, acompanhando os movimentos e
os sonos das sanfonas, pandeiros, triângulos e zabumbas!
Seguindo
essas regras cheias de inocentes malícias, podemos dizer que, seguramente, a
putaria está completa e de uma maneira, totalmente respeitosa, já que todos
estão seguindo as regras ditadas pela dança típica, que poderia ser também
chamada de “te pica”, pois, esse modesto instrumento é bastante utilizado e
indispensável para as realizações juninas!
Sem
nenhum medo de errar, tenho certeza que, mesmo com aquelas gadanhadas todas, rolagens
pelo chão, agarramentos, bebidas, nudez e drogas, no Funk fode-se muito menos
que nas nossas noitadas juninas, que, conscientemente, começamos com nossos
gostosos licores, beijos e abraços de amores, terminando com orgasmos e
sabores!
Não
posso deixar de dizer que, no meio das pulações de fogueiras, brincando de
comadre e compadre, comendo milhos cozidos e pamonhas, fiz altas sacanagens
pelos cantos, nos carros e motéis durante esse mês santificado e pecaminoso,
que satisfaz quem não é idiota e sabe aproveitar a vida!
Recebo
meu querido junho de braços abertos, não mais com as ferocidades do passado, já
que minha idade não mais permite, porém, ao ver alguns casais dançando,
lembro-me dos meus velhos e bons tempos, ficando ainda assanhado “meia boca”,
morrendo de saudades da minha juventude querida, que os anos não trazem mais.
Porém, ao mesmo tempo fico cheio de alegria, quando relembro que já fui muito bom
em tudo isso!
Viva Santo Antonio, São João e São Pedro!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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