Antonio Nunes de Souza*
Acontecem
fatos em nossas vidas que, posteriormente, depois de passadas as sensações e
prazeres, paramos para pensar e, inacreditavelmente, achamos até que foi um
sonho, ou ficção pelos desejos reprimidos!
Esse
caso que vou contar, expondo uma passagem (?) da minha vida (a interrogação é
para realmente demonstrar as minhas dúvidas) é para desabafar isso que trago na
mente há alguns anos, guardando como um segredo e mistério, que Deus ou o
demônio me proporcionou. Um prêmio, ou um grande pecado. Não consigo
diferenciar a qualificação. Pois, se foi um prêmio foi maravilhoso e se foi
pecado foi divino!
Sou
casada há vinte anos, hoje tenho quarenta e dois, muito feliz, com três filhos lindos e adolescentes,
além de uma marido legal, carinhoso e muito bom para a família. Nesse período
todo, nunca tive nada para que tivéssemos tido um aborrecimento maior, além dos
probleminhas básicos e normais de qualquer casal. Alguns anos atrás,
precisamente, dez anos, fomos conhecer Porto Seguro e adjacências, locais bastantes
badalados mundialmente e, nós como brasileiros, não poderíamos desconhecer onde
Cabral aportou e começou toda essa maravilha cheia de alegrias e problemas!
Ficamos
no melhor hotel indicado pela agência que providenciou passagens e reservas,
que na verdade tinha tudo que se pudesse desejar em termos de conforto e bons
serviços. Foi aí que aconteceu o inesperado, pois, estávamos na piscina e,
enquanto meu marido nadava atravessando-a várias vezes, como um exercício,
passou por mim, no deck, um homem lindo, com um corpo perfeito e um sorriso de
derrubar montanhas. Olhou-me demoradamente e eu, instintivamente, fiz o mesmo,
enquanto ele atravessava a piscina indo para uma mesa que estavam alguns dos
seus amigos. Meu marido voltou contando sua façanha de ter dado 10 voltas e
alguns distantes mergulhos, demonstrando ainda ser aquele belo atleta do
passado. O fato acontecido do encontro do hóspede, foi esquecido normalmente,
voltamos para o apartamento, tomamos uma chuveirada e fomos almoçar. E como é
normal, após as refeições bate sempre aquela moleza e um soninho gostoso e
revitalizador. E foi o que fizemos: deitamos e dormimos!
As
quinze e trinta acordei, e enquanto Marcelo dormia, resolvi ir a sauna para
purificar a minha pele e me livrar completamente dos resíduos dos protetores
solares. Aí, quando estava com meu biquíni relativamente sumário, sozinha na
parte feminina, começando a sentir aquele calor gostoso e escaldante pelo meu
corpo, entra, calmamente, o homem que eu vi na piscina e, sem nada falar, me
pega pela cintura, puxa para os seus braços e me beija na boca longamente, não
me dando oportunidade de dizer não, mas, curiosamente, dando-me o desejo de
dizer sim, pois, ele sabia beijar e me hipnotizou com seu corpo, olhar,
carícias e o apoio do seu membro enrijecido e quente pelo sexo, esfregando em
minhas coxas aliado ao calor infernal do ambiente!
Extasiada,
ele fechou o ferrolho por dentro da sauna, e não precisa dizer que, sem ação,
mas, também desejando tudo, tirei meu biquíni, ele a sua sunga, começamos uma
sessão de sexo de invejar o Kama Sutra, gosando de todas as maneiras conhecidas
e desconhecidas sem as tolas restrições.
Rolávamos no grande e macio banco de madeira forrado com estufado,
sentindo orgasmos múltiplos e deliciosos, sem ser dita uma única palavra, a não
ser os gemidos de prazer!
Terminada
essa aventura inacreditável e completamente inesperada, ele assim como entrou,
saiu sem dizer uma única sílaba, apenas olhando para mim e dando um lindo
sorriso como agradecimento pelo ocorrido. Tomei uma banho com água fria, como é
recomendado, vesti o biquíni e voltei pra meu apartamento e meu marido ainda
dormia. Dei-lhe um beijo e o acordei, pois, já passava das 17 horas.
Aproveitamos e vimos um filme interessante, fazendo horário para irmos ao show
em um dos maravilhosos bares do complexo hoteleiro, onde seríamos brindados com
a voz e presença de Djavan!
Olhei
no evento para ver se via o homem, mas nada vi e nunca mais soube dessa pessoa,
pois, nem o seu nome cheguei a saber. Voltamos três dias depois e, já refeita
do inusitado e estranho fato ocorrido, no carro, enquanto Marcelo dirigia,
fechei os olhos e comecei a pensar se realmente tudo aquilo aconteceu de verdade,
ou não passou de uma ilusão!
O
certo é que continuo feliz com minha família, principalmente com meu querido
marido, pois, de modo algum, esse acontecimento afetou nossa vida. Apenas, além
da dúvida que tenho do existido, ou não, fez com que eu visse também, que nessa
vida louca estamos passivos de tudo inesperadamente!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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