Antonio Nunes de Souza*
Parece
até que eu estou exagerando no que disse acima, mas, de modo algum estou
querendo colocar essa pecha em meus queridos companheiros de luta por um Brasil
melhor, menos canalhas ávidos de poderes, que entrem na política para consertar
e não para desmoraliza-la mais ainda do que anda, numa carruagem de rodas
quadradas, e cachorros, lobos e urubus correndo atrás, querendo seus quinhões financeiros
também. Continuamos como no passado: “Mudam as moscas, mas, a merda continua a
mesma! Sistemas iguais, aplicados de
formas diferenciadas. Um lado que só faz morder e outro que morde e assopra.
Esse talvez seja o maior exagero brasileiro, pois, indubitavelmente, mexe com
todos os outros diretamente!
Em
seguida, sem a menor dúvida, são as comemorações de nossas festividades, pois,
nenhuma delas restringem-se somente ao dia oficial, pois, para nós, não tem
nenhum sentido comemorar Carnaval somente nos três ridículos dias que foram
determinados, já que precisamos de meses de ensaios de blocos, Bandas, Afoxés,
micaretas, ossos do carnaval, etc., nessa área, somos até, para alguns,
bastantes parcimoniosos!
Teria
cabimento um festival de verão que não
emendasse com o do inverno, e que não passasse todo tempo se cantando e
dançando? Seria ridículo mermão! E, logicamente, não se pode considerar que o
festival do inverno foi do caralho, se não começar no dia dos namorados, entrar
pelo Santo Antonio, enveredar pelo São João e, obviamente, estourar a boca do
balão como diziam antigamente, com um São Pedro arrojado, que as viúvas merecem
festejar bem seu protetor querido, invadindo o outuno, que contenta-se com seus
festivais de modas!
Querer
dizer que lavamos demais as igrejas, aí já é sacanagem com os santos. Porra
bicho, só na Bahia temos em torno de duas mil igrejas. E se é para deixa-las
limpas, estamos prontos para tomar umas e outras, pular, sambar, transar, e as
baianas fazerem suas lavações dos degraus. Se for por falta desse ato
religioso, todo mundo vai para o céu, pois, cumprimos religiosamente!
Até
em novembro, dia dois, dedicado aos finados, fazemos uma boa festa, principalmente
quando cai num fim de semana, que vira um feriadão. Aí Mermão, nem vamos ao
cemitério. Os mortos interessados que se quiserem velas e flores, que vá buscar
lá em nossas casas!
Já
chegando em dezembro é aí que o couro come. Desde o dia primeiro que as lojas
abrem a noite para compras de presentes, espalham uma cacetada de “Friday” pra
tomar nossa graninha do décimo, todo mundo quer começar o ano numa boa,
curtindo o numa praia um Réveillon bem acasalado!
Até
a coitada da semana Santa, que fica espremida nessas exageradas comemorações,
todo mundo enche a cara de vinho, comem muito peixe, caruru, vatapá, etc., e
nem se lembram que estão comemorando a morte do seu maior ídolo religioso. Nada
de bancar os otários da “Terra Santa”, que ficam lá se matando por poder,
dinheiro e terras!
Tem
mais coisas, porém, vou parar que já está longa demais. O fato é que a putada
dos outros estados, ficam todos encabulados, se perguntando: Quais são os dias
que os baianos trabalham?
Não
atinam eles, que fazer essas merdas todas não dá um puto trabalho, que nos
deixam eternamente cansados, não dando nem tempo para tirarmos umas merecidas férias!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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