Antonio Nunes de Souza*
É
bastante comum acontecerem influências familiares, que, infelizmente, cheias de
boas intenções, levam seus filhos a situações vexatórias e decepcionantes no
futuro, pois, seguindo as influências constantes, terminam fazendo uma trilha
que não seria a desejada, tornando-os no futuro, profissionais desqualificados,
desiludidos e cheios de complexos, inclusive, até decepcionando os seus pais,
que esperavam deles os sucessos que tinham traçados em suas cabeças de
provedores e conselheiros!
Um
dos mais marcantes que citarei é com relação a formação universitária, que os
pais sempre induzem seus filhos para que sejam seus seguidores, sempre alegando
que já terão uma carteira de clientes que serão canalizados por eles, além de os
herdarem no futuro, como também no sentido de traçar uma linhagem profissional
familiar. Na Europa acontece muitíssimo isso (bisavô, avô, pai e filho todos
médicos, e mesmos seguimentos também em outras profissões). Isso é muito
admirável e bonito, porém, devemos respeitar os desejos e vontades dos jovens,
para que, ao seguir esses conselhos, não se tornem pessoas frustradas e
infelizes com o que fazem no seu dia a dia, já que suas tendências, gostos e
inclinações seriam par outra vertente profissional, que bem melhor se sentiria
realizado. Pois, é sabido por todos, que “quem faz o que gosta, não trabalha”.
Isso quer dizer, com mais clareza, que se você está desempenhando uma função
que gosta, apenas está feliz e se divertindo, nunca encarando como se fosse
trabalho, inclusive, dando sempre o seu potencial máximo, para melhor se sentir
feliz!
Geralmente
existe a influências daqueles que não conseguiram seus intentos e, aproveitando
possibilidade de se realizar através do filho, sugere e joga suas frustrações
encima deles, procurando compensar o que não conseguiu ser na sua vida
profissional. Nesses casos os riscos são maiores, os prejuízos mais intensos,
pois, sempre acontecem os filhos deixarem as formações nos caminhos, procurando
trabalhar em qualquer área, no sentido de se libertar de uma insistência velada
ou veemente, nada agradável!
Muitos
casos também encontramos, com relação a áreas que estão em evidências,
prometendo bons ganhos, carências no mercado e empregos em abundância. Essas
sugestões são mais aplicadas nas classes médias, que estão conhecendo o que é
ter dinheiro e, infelizmente, procuram sempre ganha-lo para passar a condição
de ricos. Na classe pobre, infelizmente, qualquer emprego a felicidade é
grande, e os pais falam com o maior orgulho: Meu filho está trabalhando com
“carteira assinada”, graças a Deus e em nome de Jesus!
Já
que falei em Jesus, vi que é interessante também na parte religiosa, que vem
sendo repetida milenarmente em nossos ouvidos, esses direcionamentos de crenças
deveriam ser menos abusivos, forçados e obrigatórios. O certo seria dar
liberdade aos filhos para que, depois de adultos, cientes e conhecedores das
histórias que nos foram e são impostas, escolherem qual deveria seguir, ou,
inclusive, nenhuma. Lembro-me que, na minha infância, se eu não fosse a missa
no domingo, não ganharia o dinheiro para ir ao cinema à tarde, e eu ia super
revoltado, tudo que lá se passava eu nem sabia a razão, apenas cumpria como um
castigo. Somente aos doze anos, que fui internado no Colégio Maristas em
Salvador, que fui saber o que era que se tratava na missa, cheguei a ajudar nas
celebrações, e juro que deu até vontade de ser Irmão Marista. Não sei se foi
pela religiosidade, ou pela boa vida que eles tinham nas alimentações e
acomodações bem melhores que as nossas, e as viagens seguidas para a Europa. Já
como adulto, vi que eram as viagens, pois, as fiz e adorei muito, não deixando
de ir ver de perto a Notredame e a Capela Sistina, além de outros maravilhosos
templos!
Claro
que existe outras influências que são desastrosas. As sogras gozam de uma
péssima fama, exatamente, porque mete-se demais nas vidas matrimoniais dos
filhos e nas criações dos netos. Atitudes que parecem maravilhosas, porém,
transmitem suas frustrações mentais, profissionais e de lazer, para as pobres
criancinhas. Principalmente as que estão passando por problemas inerentes à
idade, que, logicamente, devem ser afastadas das crianças, pois, com certeza
absoluta, passam, sorrateiramente, seus traumas mesmo sem sentir!
Se
você está em algum dos casos citados, procure corrigir seu comportamental, dê
liberdade aos jovens que eles merecem e tem todo direito de ter suas opções em
todas vertentes, até na mais combatida injustamente, que é a sexual!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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