Antonio Nunes de Souza*
Saí de um divórcio há 5 anos, com um casamento de apenas durou dois,
com um marido que conhecia menino, fomos namorados desde a infância, e casamos
assim que nos formamos. Éramos somente um para o outro, com juras de amor todos
estantes e uma vida sexual além de intensa, super aprazível e deliciosa!
Aí, sem eu esperar, o cachorro do meu marido Maurício conheceu uma tal
de Maciele, mulher exibida e cheia de tretas, e o desgraçado apaixonou-se
completamente!
Vou contar como aconteceu: No início eu passei a acha-lo meio
estranho, sempre me tapeando com presentes, chegando mais tarde do trabalho,
transando menos comigo, etc., até que um dia ele foi tomar banho e a cachorra
ligou para ele, eu atendi o celular e, antes que eu falasse, ela disse: Meu
amor, vou lhe esperar daqui há uma hora no apartamento. Tomei um puto susto,
mas, antes de perguntar quem era, ela disse: tchau querido! Eu ainda falei: Alô,
Alô, mas, já havia desligado. Mesmo tensa matutei que poderia ser uma ligação
errada, mas, mediante aos acontecimentos sutis, resolvi ficar calada e observar
se ele sairia. Voltou do banheiro todo barbeado e perfumado, que já me deixou
em suspense. Logo depois ele pegou o celular e viu que tinha uma chamada e,
meio desconfiado, perguntou se eu tinha atendido alguma chamada, eu disse que
não, ele então disse Adalmir ligou aqui pra mim, vou ligar para saber o que ele
quer. Com isso eu tremi dos pés a cabeça, mas, controlada pra cacete, segurei
minha barra, esperando o resultado. Ele fez a ligação em minha vista e falou:
Oi você queria algo comigo? Ela deve ter estranhado, mas, burra, achou que
tinha ligado errado, e deduzo que voltou a combinar. Ele logo falou que Adalmir
estava com um problema, e queria falar urgente com ele e que fosse lá em uma
hora. Quando o sacana falou isso, me deu vontade de mata-lo, mas, como sou
contra feminicídio, não vou também cometer homicídio. Fiquei calada e disse me
roendo por dentro: Tá legal, vá atender seu grande amigo!
Jantamos ouvimos um pedaço do jornal nacional, ele sempre olhando para
o relógio, até que disse: Vou lá ver meu amigo, não sei que hora volto, pois,
não imagino o que se trata e pode demorar. A esse altura eu já estava puta da
vida e preparada para ir atrás. Com a chave de meu carro na mão, que ficava
fora da garagem e pensei em segui-lo e pega-lo no flagrante. Ele levantou-se, foi para porta e saiu. Olhei
pela greta da porta entreaberta, vi ele entrar no elevador e logo fui atrás.
Fiquei esperando o elevador voltar na maior ansiedade. Mas, o desgraço ainda
parou no quinto andar, fazendo que a volta demorasse mais. Pensei na escada,
mas, seria foda descer onze andares e ele já teria partido. Com a maior raiva,
o elevador voltou parecendo horas, mas, mesmo assim resolvi descer. E para
minha surpresa o seu carro estava parado na nossa vaga do edifício. Juro que
fiquei pirada. Não é possível que ele tenha ido de ônibus ou táxi. Aí me deu um
estalo e me lembrei da parada do elevador no quinto andar. Voltei voando para a
portaria e perguntei ao seu Rommel quais eram os moradores do quinto. Aí ele
disse tem dois apartamentos um para vender, outro para alugar, e o terceiro
mora dona Maciele, uma moça bonitona que é modelo e manequim! Suas palavras foi
como um golpe mortal em meu coração, porém, mesmo completamente azoada e puta
da vida, agradeci e, imediatamente, peguei o elevador, cheguei no destino e
toquei a campainha. Um minuto depois ouvi uma voz feminina dizer: Deve ser o
homem da pizza que eu pedi, e abriu a porta com um roupão de seda bem
transparente e tomou um susto terrível, pois, eu não a conhecia, mas ela devia
me conhecer. Tentou fechar a porta, coloquei o pé impedindo e empurrei com
força, vendo ele totalmente desnorteado sentado num sofá!
Como não sou barraqueira,
apenas disse que ele não voltasse para casa e que, a partir daquele momento,
ele somente falaria com meu advogado. Dei meia volta e chorando muito pela
decepção, fui direto para cama!
Talvez por estar traumatizada, dormi imediatamente, somente acordando
no dia seguinte as 9 da manhã. Não fui para meu escritório de arquitetura, e
liguei para um amigo advogado (que não era amigo dele) e marcamos nos encontrar
para conversar!
O resultado é que nos separamos, o canalha até hoje continua com a
modelo Maciele, e mudaram do edifício! Eu, com meus 30 anos, independente,
nunca mais quis saber de casar ou morar com homem nenhum, namoro muito, transo
bastante, chegando a comprovar que o canalha nem era bom de cama, pois, já
conheci vários homens bem melhores. Me sinto feliz, viajo, passeio, não perco a
chance de transar principalmente no exterior, e vivo na maior tranquilidade, e juro
que nem me lembro do “meu primeiro amor”. Lembrei agora por estar vendendo o
apartamento que morei com ele por 5 anos!
*Escritor, Historiador, Cronista e Poeta!
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