Antonio Nunes de Souza*
Quando falamos “casa do prazer”, pode-se pensar de imediato que estamos nos referindo a um bom teatro, cinema, restaurante, etc., mas, no caso em pauta, trata-se, exatamente, da casa do prazer sexual. Ou puteiro, mangue, cabaré e outras nomenclaturas batizadas pelo povo, principalmente seus frequentadores inveterados!
Era uma dessas casas, que Angélica tinha e explorava, já por longos anos, depois de se aposentar como prostituta de luxo, dando-se ao privilégio de viver das comissões de suas pupilas, seu bar e restaurante de quitutes para seus clientes abonados, fora eventuais programas, que ainda fazia não só por prazer, como atendendo algumas propostas irrecusáveis!
Para ela sua casa era, naturalmente, um cabaré de luxo, onde somente eram encontradas mulheres jovens, bonitas e de procedências boas!
Porém, como Deus não protege as coisas eradas, e o diabo trabalha para complicar o que está, mesmo fora dos trilhos, com bom andamento, aconteceu que, numa noite de sábado, movimento dos melhores, Angélica viu sua casa invadida pela polícia federal, para prender três perigosos bandidos, assaltantes, criminosos e distribuidores de drogas que, numa ação provocada por uma telefonema anônima, estavam se deleitando no “Prazeres e Sonhos”, nome oficial da casa!
Assim que descobriram que estavam cercados, os três homens sacaram suas armas, começando um tiroteio violento, no meio do pânico e correrias da clientela. Infelizmente, como sempre ocorre nesses episódios, alguns inocentes são gravemente feridos, alguns inclusive, chegando a óbito. E aí não foi diferente. Angélica foi arrastada pelos cabelos por um dos bandidos que, com a arma em riste em sua cabeça, ameaçava atirar se não o deixasse fugir. Um atirador de elite, armado com um fuzil de precisão milimétrica, já instalado no telhado vizinho apontou para cabeça do marginal e, sem medo de errar, atirou certeiramente. Mas, mesmo antes de cair morto, ele atirou na cabeça de Angélica, também morta junto ao bandido, já que sua arma era de grosso calibre, não dando oportunidade de atendimento médico!
A casa foi fechada encerrando suas atividades, hoje Angélica é apenas uma grande lembrança pela velha guarda, sempre se referindo a ela com carinho e admiração, como uma mulher de “cama, mesa e banho”, que quer dizer: boa na cama, ótimo papo na mesa e asseadíssima pelos seus banhos com ervas!
*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL-antoniomanteiga.blogspot.com-antoniodaagral26@hotmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário