Antonio
Nunes de Souza*
Explicar
o que significa a palavra “delivery”, creio ser desnecessário, pois, trata-se
de um anglicismo já incorporado completamente ao português, porém, nada custa
dizer que refere-se a nossa “entrega em domicílio”. E, minha adjetivação de
“franciscana”, é baseando-me na oração do velho e querido S. Francisco que
enfatiza com sabedoria a sentença: “É dando que se recebe!”. Sendo assim,
trata-se de uma permuta lucrativa para as partes envolvidas!
E,
nosso querido Roberto Paulo, rapaz de classe média alta, seu pai dono que uma
famosa pizzaria e restaurante italiano, dava-lhe condições de estudar em sua
faculdade de educação física, ter o seu carro novo e não precisar trabalhar.
Porém, como frequentava diariamente o estabelecimento para fazer suas
refeições, tornou-se grande amigo da rapaziada de motoboys entregadores, que um
dia resolveu pedir para fazer uma entrega, como se fosse uma nova e
interessante experiência. Não só pelo cara que ele era, como por ser filho do patrão,
tranquilamente foi atendido por um que estava querendo folgar. Apareceu logo um
pedido para a Pituba e, tranquilamente, foi entregue a Roberto Paulo tal
façanha. Ele pegou a moto, abriu a mala trazeira colocou a pizza e o refri
dentro e seguiu para o destino programado!
Tendo
seus cuidados habituais e como não estava ganhando nada pelo trabalho, foi
tranquilo, sem carreiras, obedecendo todas as leis do trânsito. Jovem com seus
24 anos, mas, a cabeça no lugar. O relógio marcava 21:30 horas quando ele subiu
o elevador, depois que a moradora autorizou sua entrada ao porteiro. Chegando
ao apartamento 512, tocou a campainha e, com alguns segundos, aparece na porta
uma mulher vestindo um robe de seda, com aproximadamente uns 40 anos de idade,
porém bonita e com o corpo bem cuidado. Sua vestimenta praticamente
transparente, mostrava suas bonitas pernas e seus seios ainda apontando para
cima. E, simplesmente, sem se preocupar em recompor-se mandou que ele entrasse,
sentasse um pouco, pois estava chateada, muito só e queria conversar com
alguém. Paulinho, como normalmente era tratado, era um rapaz malhado,
principalmente em função do seu curso de educação física já findando, além de
ser, relativamente, bonito!
Como
para ele não havia a questão de pressa, pois nada estava ganhando, como também
queria sentir de perto como funcionava tal profissão de entregador, Sentou-se calado,
e a mulher agradecida, acomodou-se ao seu lado e começaram a conversar. Entretanto,
mais falava ela, queixando-se do marido executivo de uma grande empresa
multinacional, que vivia sempre viajando ou em reuniões de negócios. E, naquela
noite, antes do seu pedido para comer algo, tinha tomado uma garrafa de vinho,
e essa, lhe colocou mais carente ainda. Nisso, de uma maneira tranquila,
abraçou Paulinho começou a beijá-lo, deixando ele pasmo, inibido, mas, com a
maior tesão completamente inesperada. Não se faz necessário dizer que, enquanto
a pizza esfriava na mesa, as coisas esquentavam no sofá, entre gozos, lamúrias
e espanto do entregador experimental. Quando já estavam saciados sexualmente,
ele olhou para a mulher nua ao seu lado que, tranquilamente, estava dormindo,
talvez satisfeita, pois, na verdade, o que desejava não era uma pizza e sim
algo com o nome parecido!
Levantou-se
calmamente, vestiu sua roupa e fechando a porta com cuidado, desceu o elevador,
pegou a moto e voltou para a pizzaria. Lá chegando, já estavam fechando, mandou
que colocasse a conta da pizza em seu nome, dizendo que havia deixado cair na
rua. Não fez comentários sobre a ocorrência, mas, passou a fazer mais algumas
entregas eventualmente e, por incrível que pareça, várias vezes se deu bem, por
sacanagens de mulheres que moram sozinhas ou estudantes universitárias, porém,
a grande maioria era de mulheres, verdadeiramente, carentes!
A
titularidade de “delivery franciscana”, combina perfeitamente, pois no caso, “É
dando que se recebe”!
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com
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