Antonio
Nunes de Souza*
Não
constitui nenhuma novidade que Itabuna, desde o tempo dos coronéis, sempre
desejou estar na frente em todas as coisas, tendo sempre um grupo de
prepotentes e arrogantes que se achavam superiores em seus estatus financeiros
e, obviamente, com importâncias privilegiadas. Imagine vocês que há quarenta
anos o jornalista Arthur Brandão, debochadamente, dizia que Itabuna tinha mais
jornais que Nova Yorque, pois, todo mundo que podia ter uma máquina impressora,
fazia circular seu diário, semanário, mensal ou eventual jornal,
aproveitando-se da vaidade dos tolos da época, representados por uma gama de
coronéis, seus filhos e mulheres dondocas que, para alimentarem suas cabeças cheias
de idéias vazias se deslumbravam em ver suas fotos e as ridículas frases
elogiosas aos seus respeitos!
E,
mesmo com o tempo passando, ainda perdura esse hábito tolo alimentador de
revistas e colunas sociais dedicadas a explorar essa ainda rica fatia. São, sem
sobras de dúvidas, os males necessários para os egos dos pobres de espírito.
Toda
essa explanação nada agradável aos olhos de muitos, mas, de uma verdade
incontestável, que entro no assunto principal desse artigo ou crônica bastante
interessante, mostrando como continuamos tratando com a prepotência e
arrogância de pessoas que se acham superiores em suas qualificações e,
tolamente, procedem de uma maneira infantil e nada enriquecedora para a cultura
regional.
Hoje, imitando o passado jornalístico quantitativo, por uma questão
de bobas vaidades, uma academia de letras que seria fundada, terminou na
fundação de outra, pois, os vaidosos dissidentes, não se conformaram em não
serem os manda-chuvas ou presidente, impondo seus desejos e suas únicas idéias
e orientações. Daí, como uma série de outras instituições (Rotary, Lions,
Clubes sociais, Igrejas, cooperativas, agremiações, sindicatos, etc.), esses
prepotentes e supostos donos das verdades, acharam por bem criarem outra
academia que, ridiculamente, por alguns dos seus membros (felizmente poucos e
com as suas honrosas exceções de praxe) se rotularam de mais importantes, mais
qualificados, mais agraciados com prêmios e, obviamente, as grandes cabeças
premiadas dentro da literatura. Juro que sinto pena e lamento tanta
infantilidade. Na cultura e literatura não existem primeira nem segunda classe,
nós não somos trens, navios, aviões ou outros tipos de transportes, apenas
divulgamos a cultura por diversos ângulos, quer sejam acadêmicos ou primitivos,
mas, jamais deixam de serem enriquecedores para muitas pessoas, principalmente
estimulando a um povo que não é muito fadado a ler, ainda mais quando os textos
e palavras estão acima dos seus conhecimentos.
Eu
escrevo desde menino e nunca tive nenhuma pretensão de entrar em academias.
Quando jovem freqüentei a academia de capoeira de mestre Bimba e, algumas
vezes, fui a uma academia de ginástica para equilibrar meu corpo. Fazer parte
de uma academia de letras, seja ela qual for não fará de mim um grande
escritor, não quero ganhar prêmios Jabutis e, quando tiver de administrar,
demonstrar que sou lento como um cágado!
Deixemos
essa arrogância sem sentido de lado, respeitem uma entidade que luta para
engrandecer a cultura e educação, mesmo não tendo em seu bojo uma constelação
de estrelas vaidosas e, quem sabe? Talvez até cadentes! O que se espera dos
verdadeiros acadêmicos, e em todas elas há uma grande maioria, é que umas
respeitem as outras, não só no aspecto institucional, mas também no seu caráter
de entidades voltadas para o saber e conhecimento.
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL– antoniodaagral26@hotmail.com-antpniomanteiga.blogspot.com
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