sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

OS PERIGOS DO CARNAVAL!

                                Antonio Nunes de Souza*

Não podemos negar que na ocasião do carnaval quase a totalidade dos brasileiros soltam a franga, esquecem as inibições, mandam seus hábitos pudicos as favas, praticam atos que assustam até os diabos de plantão. Mas, tudo isso é tão repetido todos os anos, cada vez mais intenso, que, os mais sérios e conservadores, já climatizados aos costumes, apenas esperam para ver o que de novidade acontecerá, a coleção de letras musicais ridículas, mistura de ritmos com batidas das mais lentas até as mais rápidas, provocando e estimulando novas ou repetidas formas de danças que, sempre são concentradas no requebrar das bundas, movimentos dos braços e cabeças, num exercício físico capaz de levar um pobre coitado novo na arte e folia, em um cliente urgente de um fisioterapeuta para fazê-lo voltar a dar alguns modestos passos no quarto do hospital!

Brincar carnaval em Salvador, por exemplo, não depende somente da alegria, precisa, literalmente, que você tenha uma forma física qualificada para resistir uma caminhada atrás de um bloco, cercado de milhares de componentes, aprisionado por cordas e cordeiros, recebendo tombos, cotoveladas pisadas de pés, bafos de bebidas, catingas dos sovacos suados e banhos de cerveja oferecidos pelos idiotas que acham lindo esse comportamento. Aliás, para alguém com o juízo no lugar, jamais poderá considerar que essa aventura possa ser chamada de “brincar”!
Sem nenhuma dúvida, trata-se de uma transloucada aventura que, com todos esses acontecimentos, proporciona dezenas de prazeres mundanos, compensando os sacrifícios de uma semana de atividades físicas e os gastos com abadás. Sempre encontramos uma parceira boa, bonita e carente que, mascando chicletes como se fosse uma vaca ruminando, prontifica-se a lhe dar e proporcionar um fim de noite cheio de emoções e orgasmos. Claro que se você tiver resistência no raiar do dia de enfrentar uma transa. Pois, normalmente, você chega como se fosse um CD (comer e dormir), mas depois de tomar um banho, se transforma em um DVD (deita, vira e dorme). Esse fiasco é decepcionante e uma perda de oportunidade, muitas vezes irrecuperável, fora o desgaste do seu conceito na roda feminina!
Embora tenha essa conceituação da animada e famosa festa do Rei Momo, mesmo sendo cheia de agonias e agitações, já estou a noventa dias fazendo exercícios na academia, matriculei-me numa escola de dança, fiz um check-up total, estou tomando fortificantes e, com fé em Deus, estarei nos blocos da Ivete, Timbalada, Armandinho, Olodum e Daniela.

Como amigo, sugiro que você coloque em dia seu plano de saúde e parta para as folias momescas, enfrentando os gostosos perigos do carnaval!
Não consigo me controlar, pois, gosto de viver perigosamente!

*Escritor–Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL- antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com)

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

OS HOMENS TAMBÉM SÃO ROTULADOS!

                                        Antonio Nunes de Souza*

 Assim como se tornou modismo as nomenclaturas dadas pela mídia televisiva a uma série de mulheres (melancia, melão, samambaia e outras mais), fiquei matutando qual a razão que as mulheres têm esse privilégio de serem divulgadas, elogiosamente, pelos seus avantajados e provocantes bumbuns e seios e os homens apenas com as simples adjetivações de horríveis, feios, simpáticos e bonitos. Imaginei logo que seria justo e correto, também fazer uma classificação masculina, não só elogiosa para aqueles que são merecedores, como também crítica para alertar aqueles que não honram a classe e ficam denegrindo nossa imagem, já bastante desgastada pelos maus usos! Vou iniciar pelos mais perniciosos e, posteriormente, os qualificados.

Não poderia deixar de começar pelo mais conhecido e suponho ser o mais comum encontrado em abundância: o homem “banana”. Esse, inegavelmente, é a vergonha masculina, manobrado pelas mulheres, amigos e patrões, sendo sua maior característica a falta de firmeza nos posicionamentos, se deixando levar por todos, terminam carregando uma série de decepções durante a vida, que os transformam em verdadeiros focos de chacotas e exemplos de idiotas e tolos. Mas, no fundo, são pessoas puras que acreditam nas palavras dos seres humanos e, por mais que sofram, não mudam seus comportamentos. Provavelmente, estão fadados ao reino dos céus para seguir a carreira de arcanjos! Embora exista uma grande variação de bananas (prata, d’água, nanica, terra, etc.), esses tipos servem apenas para parâmetro dos tamanhos dos pintos, pois os comportamentos são idênticos em todas as circunstâncias. Quando se diz: fulano é um banana! Não precisa maiores explicações comportamentais, entretanto, aqui no norte/nordeste este ser também tem a alcunha junina de “pamonha”!
Já o homem “abacaxi”, que hoje está lutando pela predominância quantitativa, é aquele que tem uma aparência curiosa e digna de atenção. É casca grossa, mal educado, egoísta, mal informado e, mesmo sendo portador de uma doçura interna, seus comportamentos não estimulam a ter que aturá-los como companhia. Geralmente, quem se atreve a descascar um homem abacaxi, termina se ferindo nos espinhos da sua coroa. Esse tipo já deveria ter nascido em compotas que seria melhor digerível! Porém, quando um abacaxi se apaixona e a mulher sabe manipulá-lo direitinho, ele se transforma em verdadeiro banana. Come na palminha da mão! O pior de todos é o abacaxi/cafajeste que adora palitar os dentes e ainda sai do restaurante, entra no carro e vai dirigindo com um palito na boca (uma grossura imperdoável só comparável a ter que agüentar uma mulher mascando chicletes como se fosse uma vaca ruminando).

O homem “pepino”, conhecido nacionalmente como um problemático e perigosíssimo, tem uma característica atraente pelo seu porte, geralmente com boa aparência, grande poder de convencimento, simpatia e a cara de sincero, sabendo ser camaleônico nas mais diversas ocasiões que seja preciso para alcançar seus objetivos. São sempre enganadores e conseguem dobrar suas parceiras nas mais diversas situações, criando problemas no presente e, muitas vezes, no futuro. Normalmente, deixam seqüelas irreparáveis e inesquecíveis. Esse, até na salada não é digestivo!
Poderia falar também nos sarados, bombados, barrigas de tanquinhos e os cocô-boys que ficam com seus equipamentos de sons com milhares de decibéis desfilando pelas ruas ou nas lojas de conveniências, acreditando que estão abafando. Estes, seguramente, serão os futuros abacaxis, pepinos e bananas!

Vou me ater apenas a esses poucos exemplos dos menos classificados, que são os mais acentuados, mas não posso deixar de dizer que existem homens maravilhosos, educados, bom gosto, refinados, cultos, românticos, sinceros, honestos e solidários que, na próxima oportunidade, citarei com carinho e atenção, defendendo essa parte da casta que me honra ser um participante. Estou pensando até chamá-los de homem manga, pois têm a pele lisa e macia, são doces e servem para se comer e chupar, proporcionando prazeres inesquecíveis.

*Escritor Vida Louca-Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL-antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blobspot.com


terça-feira, 28 de janeiro de 2020

ONDE ANDARÁ?

                             Antonio Nunes de Souza*

Onde andará aquele humano ser,
Esculpido com tanto prazer,
Pela maior divindade?
Observando o que está acontecendo,
Parece que está morrendo,
Resultado da sua própria maldade!

Onde andará aquele humano ser,
Que com carinho se fez merecer,
Ser a imagem e semelhança?
A cada minuto que passa,
Sua mente se desgraça,
E age com discrepância!

Onde andará aquele humano ser
Que não desejava o poder,
E emanava calor humano?
Por que será que preferiu a maldade,
De proceder sem piedade,
Transformando-se em um monstro profano?


Os céticos e ateus desesperados,
Boatam para todos os lados,
Dando a Deus uma má fama!
Que o homem não foi feito de barro,
Foi obra de um escarro,
Ou esculpido com lama!

É lamentável o que está ocorrendo,
De desgosto estamos morrendo,
Vendo esse ser andando para traz!
Será que não foi obra santificada,
Foi uma grande trapalhada,
Do Tinhoso Satanás?
               *Escritor Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna – antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga;blogspot.com