sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Manhã do dia 25 de dezembro!

Antonio Nunes de Souza*
Pelas expectativas de ver Papai Noel, muitas crianças se recusaram a ir para cama nos horários habituais, ou mesmo depois do jantar especial, onde o peru ou porco tiveram seus lugares de preferências como iguarias seletas para a ocasião. Tender e frutas selecionadas, logicamente, faziam parte dessa comemoração religiosa e gulosa ao mesmo tempo, que, obviamente, era regada com um vinho ou espumante champanhe! Sem que precise maiores explicações, percebe-se que estou descrevendo uma comemoração de família classe média e privilegiada, pois, a maioria das pobres crianças, tenho certeza, comeram o “pão que o diabo amassou”, acompanhado de uma modesta guaraná ou refresco de limão!
Essas crianças acima (as privilegiadas), terminaram dormindo nos sofás das salas, colos das mães, etc., e, colocadas em suas camas, seus pais, começaram a colocar os presentes solicitados em seus sapatos, para que na manhã seguinte, cada um desfrutasse da sua alegria, agradecendo ao Papai Noel pela bondade de atendê-los! Ao acordarem, rapidamente olham para os lados das suas camas, pulam rapidamente pegando seus pacotes e, sem paciência, vão rasgando os lindos papeis coloridos, desatando os laços e, com alegria, seguram seus lindos presentes, ganhos pelas graças de Deus e os sacrifícios financeiros dos pais! Toda essa beleza e maravilha, infelizmente, faz parte apenas de uma gama mínima, que, agraciadas ou merecidamente por oportunidades e trabalhos, conseguiram esse status invejável dentro da sociedade!
Já a outra parte, que nos faz doer o coração, nem consegui dormir direito em função das goteiras em seus barracos, seus jantares foram, como sempre, os restos do meio dia, ou, se muito conseguiram, um frango com uma simples farofa, acompanhado de água, nem sempre limpa e tratada. Seus pedidos para Papai Noel, infelizmente, são esquecidos, pois sabem que o bom velhinho, normalmente, não sobe os morros e nem visita favelas. As esperanças dessas pobres crianças, são como em quase todos os anos acontece, algumas pessoas solidarias e humanas, arrecadam dos abastados brinquedos usados ou poucos novos, e aparecem distribuindo, fazendo uma modesta, mas eficaz alegria!
O fato é que é uma manhã que poderia ser de total alegria, mas, ironicamente, graças ao brutal egoísmo dessa imperdoável “sociedade organizada”, que, cegamente, acha um absurdo praticar atos humanitários através de uma distribuição de rendas mais justas, que, seguramente, não afetaria seus patrimônios, preferem ser intolerantes e plantarem o ódio, inveja, dor, constrangimento, abandono, desprezos e discriminações, não enxergando que, com essas atitudes, estão criando “monstrinhos” revoltados que, seguramente, serão os bandidos de amanhã.
Não fiquem se escudando nas desculpas que “pagam seus impostos, etc.), que a culpa é do governo. Todos, sem exceção, pagam impostos (ricos e pobres) e, se o governo não está dando conta, vamos ajudar para que não sejamos as vítimas do futuro, como já estamos sendo as vítimas do presente!
Que esse próximo ano, reflitam e minimizem esse sórdido egoísmo reinado em seus corações. Todos merecem desfrutar da felicidade!
*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com

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