Andrezinho e o indulto natalino!

Andrezinho e o indulto natalino!

Antonio Nunes de Souza*

Fato acontecido dias atrás, que, por uma questão de consideração familiar, poupei de fazer comentários na ocasião, mas, agora depois que fiz uma reflexão sobre o assunto, vi que é importante que todos tomem conhecimento das tentativas do nosso cientista Andrezinho Nogueira, homem que, insistentemente, procura amenizar o mundo de sofrimentos, oferecendo seus serviços para a melhoria da humanidade, vi a importância de todos saberem, quanto ele se preocupa com o bem estar mundial!

Andrezinho não vive como presidiário, apenas detido na federal, apenas para refrear seus instintos de “professor Pardal”, evitando certas experiências que podem dar erradas, como em alguns casos passados. Assim, no começo do mês, foi indultado para passar novembro e dezembro em casa, como um presente natalino, porém sendo agraciado com uma tornozeleira eletrônica para que seja controlada sua localização. Apenas uma precaução!

Então, assim que chegou em seu laboratório particular, ligou urgente para seu parceiro de execução das suas ideias, Professor Theodoro, que, imediatamente, correu ao seu encontro e, entre saudosos abraços, sentaram para que Andrezinho falasse qual era seu plano de ação nesse final de ano, aproveitando a liberdade!

-Théo, tenho duas ideias fantásticas e lucrativas que, certamente, revolucionará o mundo, uma com relação a alimentação básica e redução de doenças, e outra que solucionará o problema da seca em todo planeta, com custos baratos e eficiência garantida.

-Cara, fantástico! Vá logo desembuchando, pois fiquei super curioso!

A primeira é com o mosquito da dengue. Li e ouvi palestras que a femea põe mil ovos cada uma, então, vamos fazer uma mistura com glóbulos brancos e vermelhos, gens, células trocos e outros detalhes técnicos e científicos, colocaremos incrustrados nos úteros das galinhas, e estas passarão a pôr mil ovos e a “mosquita” colocará apenas um ovo. Com isso minimizará a praga e as doenças, e haverá ovos em abundância para alimentar o povo. Ele falava para Theodoro, segurando uma galinha sobre a mesa, que com certeza, ouvindo isso, deve ter pensado: “não vai ter cu de galinha que aguente!” Aí, Theodoro, parecendo até que leu o pensamento da ave, passou a dar sua opinião: Seria genial, mas, vamos precisar de uma indústria que nos forneça um anel de metal que seja flexível, para colocar nas cloacas das aves, no sentido de reforçar e dar mais conforto nas posturas, sem que as galinhas produtoras sejam torturadas e mortas ao desempenhar suas novas e valiosas funções!

-Verdade companheiro e amigo. Me esqueci do velho proverbio, que cabe bem nesse fato: “Pimenta no cu dos outros é refresco”, mesmo sendo no das galinhas! Então, vamos a minha segunda ideia, deixando essa para o futuro, ou em breve, se essa segunda opção der certo, o que espero, com certeza, talvez ganhar um novo Nobel que criarão somente para mim: Prêmio Nobel aquático!

-Trata-se do seguinte: devido as condições climáticas estarem enlouquecidas em função das ações desordenadas dos homens, estamos vendo e sofrendo com as bárbaras secas em milhares de cidades brasileiras. Então, estalou em minha mente a genial ideia de, tranquilamente, utilizar a abundância de águas vivas existentes na costa marítima brasileira e de outros países da América Latina (isso por enquanto), arrecadando-as por preços módicos na mão dos pescadores, que estão precisando de reforçar suas rendas e, com um grande avião 737, que já pesquisei e o Ministério da Aeronáutica se predispõe a ceder, desde quando eu tenha os contratos assinados pelas cidades e consiga um piloto para operar o equipamento. Os contratos em já tenho centenas em mãos, que consegui através do meu site lá na detenção e o piloto penso contar com meu amigo Washington Setenta, por ser qualificado e homem que também deseja melhorar esse mundo. Pagaremos aos pescadores 50 centavos por água viva tamanho adulto e, para os municípios receberemos um real. Lucro de 100% que, tirando as despesas, ficará livre 38%. Resultado: Acabaremos a seca, limparemos as praias, ajudaremos os pescadores e ganharemos uma “baba”, passando como heróis! Que tal esse plano B?

Genial cara! Você é realmente um grande cientista que, pelas fatalidades e acidentes de percursos, ainda não explodiu no mundo da ciência! Topo a parada imediatamente. Mande chamar Washington, comece a mandar ele fazer as viagens de arrecadação e, com sua precisão aérea, ele sai fazendo voos rasantes e jogando águas em todo norte nordeste!

Todas as providencias foram tomadas, pela rapidez que o projeto exigia e, um uma semana, Washington já havia dado “setenta” viagens. Mas, como sempre tem acontecido com nosso cientista e equipe, ele se esqueceu que a água viva tem um veneno que provoca uma coceira terrível e uma vermelhidão na pele com dores e inflamações. E foi o que aconteceu pelo desleixo de Andrezinho e Theodoro, com a pressa, não atentaram para esse detalhe básico. O fato é que quando Washington voltou a dar novos voos rasantes, o povo revoltado, gritava e atirava na nave em represália ao que estava ocorrendo. Nisso, nosso piloto vendo a coisa preta, manipulou o manche, aumentou a altitude e foi embora guardar o avião num hangar escondido, e se picou pra casa, comunicando o fato a Andrezinho pelo celular!

Logo veio a ordem da federal para paralisar toda operação, Andrezinho se apresentar imediatamente, juntamente com seu colega de aventuras Theodoro, levando inclusive o piloto da operação. Chegando lá todos foram ouvidos, sendo que os dois foram liberados por responsabilidades limitadas e, o pobre Andrezinho, mais uma vez, perdeu o indulto natalino, fazendo sua mulher e filho terem que levar um pedaço de peru e tender no dia da “noite feliz”!

Eu, sinceramente, boto fé nesse homem, que um dia ainda vai brilhar e também levar Teodoro ao pódio!!!

Escritor - Membro da Academia Grapiúna de Letras – Agral antoniodaagral26@hotmail.com