sábado, 19 de dezembro de 2015

Ano Novo em Salvador!

Antonio Nunes de Souza*

Querida amiga Larissa,

Embora estejamos sempre nos comunicando pelas redes, como é uma situação mais delicada, resolvi lhe fazer esse e-mail mais detalhado, no sentido que você compreendesse melhor as razões que me levam a essa minha solicitação!

Como você bem sabe, fui criada numa rigidez incrível por meus pais, colocando em minha mente a doutrina evangélica, enchendo-me de proibições, temores, inibições e, principalmente, tolhendo-me dos grandes prazeres da vida, que venho vendo em todas as pessoas normais de outras religiosidades. E, tudo isso, que praticamente aceitei durante esses 21 anos de minha vida, agora que me formei, vou começar uma vida profissional, ter alguma independência financeira, etc., achei justo, claro e óbvio que, mesmo que seja apenas uma experiência, quero desfrutar de tudo que até agora, para mim foi mostrado como pecaminoso e desprezível!

Será algo como um estudo laboratorial, para que eu saiba realmente, os motivos que essas pessoas pecadoras se deixam levar por instintos tão impuros e bestiais. Então, como você eu sei, e mesmo sempre repete que é muito liberal, gostaria de ser sua hóspede no Ano Novo, passar aí uma semana saindo com você e suas amigas, usando de todas as liberdades possíveis!

Posso contar com você querida? Ficarei agradecida para sempre e, quando retornar, nos cultos evangélicos farei muitas orações para todas vocês!

Beijos e abraços e aqui fico no aguardo da sua resposta, acreditando que seja positiva. Sua amiga querida,

Silvana

Assim, Larissa, prontamente respondeu a sua querida amiga, dando-lhe toda liberdade para que viesse o dia que desejasse, pois o quarto de hóspede do seu AP estava as suas ordens e, com relação aos festejos e programas maravilhosos, certamente ela pensaria que estava em outro mundo, quando conhecesse a galera e as divertidas noites cheias de alegrias e prazeres!

Silvana, cheia de felicidades, sem nada falar com os pais sobre seus planos, pegou uma boa quantia de dinheiro que vinha economizando, já que não gastava com nada, fazia apenas orações, e, no dia 26 de dezembro de 2014, seguiu para Salvador. Chegando lá foi recepcionada por Silvana e algumas amigas que, se assustaram completamente, com as roupas de Silvana: Vestido no meio da canela, mangas compridas, abotoadas até o pescoço e um cabelo totalmente fora de moda, além de zero em pinturas. Parecia, realmente, uma figura interiorana, digna de uma cidade pequena do interior, porém, ainda reforçada pelos horríveis hábitos da sua radical religião.

Quando chegaram no AP, Larissa falou logo que a primeira coisa a fazer era ir a rua comprar algumas roupas dentro do modismo atual, fazer o cabelo, unhas, etc., para que tivesse condições de encarar os ambientes onde as coisas acontecem. Silvana concordou, disse que tinha uma boa grana e que, a partir daquele momento, estava completamente as suas ordens!

Dia seguinte, depois das compras e salão de beleza, foram a praia para que Silvana pegasse uma “corzinha”, pois estava mais branca que propaganda de sabão Omo. Mesmo branquela, Larissa e as amigas não tinham notado que, por baixo daqueles horrorosos vestidos, estivesse um corpo escultural, belíssimo, como ela estava mostrando naquele momento, enfiada em um micro biquíni!

No fim da tarde, se deslumbraram com o pôr do sol no Porto da Barra, voltando deram uma parada no Rio Vermelho para tomar uma cervejinha e comer o famoso acarajé da Dinha! Logicamente, também dar uma paquerada, já que lá é um lugar cheio de gente bonita parecendo ser uma tribo de Canibais (um querendo comer o outro, logicamente, todos crus).

Larissa e suas amigas, já experientes e conhecedoras dos locais mais badalados, que “bombam” diariamente nas noites soteropolitanas, pegaram o carro de Marília (uma das amigas que era médica) e sairam caçando, entretanto, suas vontades eram serem caçadas, abatidas e comidas!

Entraram numa casa noturna que estava saindo gente até pelo “ladrão”, no meio da rua dezenas de casais se agarravam e dançavam, mesmo fora do ambiente, como se fosse um prolongamento da casa, numa esfregação provocada pelo Funk que explodia nas caixas de som dos carros estacionados. Silvana completamente apavorada, mas, ao mesmo tempo, achando uma maravilha a nova experiência que estava começando a acontecer em sua vida. Lá dentro, pegaram uns drinques no balcão e, sem cerimônia, entraram no salão, acompanhando uma enorme fila que mandavam ver nos requebrados dos Funk, e, talvez pela primeira vez, Larissa sentiu um cacete duro esfregando sem dó nem piedade, na regada de sua bunda. No princípio ficou tímida chegando para frente, mas, com o passar do tempo, começou a gostar dessa nova sensação e, sem fazer “docinho”, as vezes virava de frente para ver a sensação frontal do encontro dos sexos. Curioso é que, com a rotação no salão, sempre mudava o esfregador, mas, sem exceção todos tinham seus membros duros, rígidos e sabiam como usá-los entre as mulheres. Percebe-se que suas primeiras lições estavam sendo bem apreciadas e aceitas. As outras meninas olhavam e riam pela maneira rápida que a amiga estava procedendo e encarando a nova realidade. Para nós homens, com anos de “janela”, sabemos que: “uma boa putaria, faz abandonar a Bíblia e a Sacristia”!

Como era a primeira noite, voltaram as três horas da madrugada por estarem cansadas, também, para não assustar a visita. Ninguém se armou, mas, apareceram convites, porém, deixaram para depois, em outra noite, para que não amedrontarem a tímida Silvana.

Dia seguinte, acordaram, tomaram café e, como estavam todas de férias, se arrumaram em seus biquínis e foram novamente para o Porto, pois, entra ano e sai ano, nunca deixa de ser um pedacinho de praia super bem frequentado e passivo de acontecer tudo de sacanagem existente na vida. Podemos dizer que é um paraíso, sem precisar nem de serpente nem de maçã para a sacanagem aflorar. Basta querer a zorra funciona no ritmo que o diabo gosta e Deus fecha os olhos e pensa: “Se eu deu o livre arbítrio, então, deixe o coro comer solto”!

Duas delas fumavam e deram um cigarro para ela experimentar, ensinando aos poucos como tragar. Ela tossiu algumas vezes, ficou um pouco enjoada, mas, segurou a barra, pois, seu desejo era curtir, rigorosamente, todos os vícios normais que são comuns nas baladas e ambientes modernos. Compraram umas latinhas de cerveja, ostras com limão e, degustando e bebendo, começaram a dar “mole” para os caras malhados barrigas de tanquinhos, que se exibem, cotidianamente, somente para pegar gatinhas gostosas e coroas ricas generosas, da cidade ou turistas. Não tardou dois se aproximarem, com aquele velho papo de “jacaré”, muita “farofa” e, em alguns minutos já estavam sentados ao lado, sorrindo e brincando como se fossem amigos de infância. Se prontificaram a ir buscar mais dois amigos e os casais iriam para o sítio de um deles (o mais feio, porém tinha muita grana), curtir uma boa piscina, almoçar lá pelo fim da tarde, e depois, “o futuro sempre é a Deus que pertence”! E foi o que aconteceu: beberam, se agarraram, queimaram um “fuminho”, que deixou a visita muito doida, já totalmente liberada, sorrindo o tempo todo e não saía do colo do seu parceiro, ao mesmo tempo que o beijava freneticamente. Depois seguiram para seus quartos para completar o festival de loucuras deliciosas que são possíveis nos proporcionar. Nesse momento, a médica comentou: como será que ela vai reagir, se ainda é virgem? As meninas responderam imediatamente: Vai adorar uma rola e ficar retada por ter perdido anos de pica por causa do pai e da religião. Todas caíram na risada e entraram em seus quartos já sabendo que a sacanagem seria total!

Transaram gostoso, tiraram um bom cochilo, depois tomaram banho e colocaram suas bermudinhas sedutoras e foram para o deck da piscina, embaixo de um grande sombreiro, tomar um suco de laranja e comer alguns salgadinhos, preparados pela competente empregada. A última a aparecer foi nossa visita evangélica, nos deixando um pouco preocupadas. Mas, naquele instante, surge ela com um sorriso que vinha de orelha a orelha, fumando um cigarro e, na outra mão, um copo cheio de caipirinha. As amigas caíram na gargalhada e viram quanto uma sacanagem faz bem para a saúde!

Por incrível que pareça, bastaram essas duas noites, para que Silvana conhecesse as noções básicas de uma vida liberal e, relativamente, profana, porém, desfrutando prazeres que somente esse comportamento proporciona! Seguindo esse ritual, com algumas variações de parceiros, ambientes e comportamentos, menos ou mais devassos, todas curtiam, quer sejam nas casas noturnas ou nos ensaios do blocos famosos, onde a concentração de avidez peniana e vaginal é cultuada com tapete vermelho! Silvana irradiava uma felicidade impressionante e, exageradamente, toda hora agradecia a sua amiga pelo que estava lhe proporcionando, fazendo com que ela visse de perto e vivencia-se as deliciosas maravilhas de uma vida, que, para ela, já considerava, super normal!

Chegado o dia 31 de dezembro de 2014, Silvana já comprometida com um dos caras, combinaram ir passar no Morro de S. Paulo, local onde o pai do rapaz tinha uma pousada. E foi o que fizeram. Pularam ondas, deram presentes para Iemanjá e, principalmente, transaram em todas as posições apontadas pelo Kama sutra, colocando algumas variações inovadoras e prazerosas. Silvana ao voltar para Salvador no dia dois de janeiro, estava tão feliz e alegre que chegava a chorar de contentamento.

Pegou seu notebook e fez o seguinte e-mail para a família: Meus queridos pais,

Resolvi, já que me formei, procurar um emprego aqui, fazer um concurso ou montar meu consultório de psicóloga. Estou decidida, categoricamente, já sabendo o que desejo, tendo a certeza que serei muito feliz. Breve irei aí apanhar algumas coisas, mas, minhas roupas o senhor pode dar ao pastor para distribuir com as pessoas que precisam. Aqui na capital o vestuário é um pouco diferente. Beijos e abraços saudosos e, até conseguir alugar um AP, ficarei hospedada com minha querida amiga que, seguramente, está me dando um tratamento de rainha!

Sua filha, Silvana

Para finalizar, digo para vocês que hoje, praticamente, véspera do Ano Novo de 2015, as quatro amigas já estão com seus esquemas montados, Silvana nunca mais foi a um culto evangélico, fuma, bebe, transa, rebola pra caralho nos bailes Funks da moda e sua religião, primordial é a sacanagem franciscana. Ou seja: É dando que se recebe!!!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com









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