Menos fantasias, mais coerências!

Antonio Nunes de Souza*

 

Já estamos tão habituados a usar o chavão anual que perdura por anos em nossas vidas, que, sempre repetimos numa atitude mecânica, mesmo sabendo que estamos dizendo algo um tanto ou bastante fora da realidade. Precisamos sim, adequar os nossos desejos e exclamações para uma provável realidade, que, obviamente, as coisas estão andando e as perspectivas indicam como acontecerão muitas modificações que, infelizmente, não espelhará os nossos anseios!

Como estamos, praticamente, na véspera do Ano Novo, o que ouvimos, falamos, mandamos e recebemos através de mensagens é o tradicional e super manjado “Feliz Ano Novo”, mesmo que dentro de nós estejam traçadas sinuosas linhas, apontando que isso jamais acontecerá, em função das consequências daninhas do pobre e enganador Ano Velho! 

Esse esperado ano que entra, certamente cheio de turbulências, mudanças políticas, possibilidades de golpe contra o governo, uma câmara mais que corrompida apoiando um presidente corrupto e cheio de processos pelas mentiras e cinismo, a expectativa de termos um novo presidente que, pelas investigações, não existe substituto a altura com a dignidade precisa. Prisões de homens que, há pouco tempo eram considerados os expoentes das indústrias, comercio, política, justiça e altos funcionários governamentais!

Como podemos, numa simplicidade ímpar, ficar repetindo tranquilamente, uns para os outros, que será um ano feliz? Temos a obrigação de sermos mais coerentes, sinceros, honestos e, pelo menos, desejar que as turbulências sejam resolvidas a contento, os culpados, castigados e punidos, as leis modificadas e modernizadas, acabar com as mordomias decretadas em governos passados e atuais e, acima de tudo, mais respeito pelo e com o povo!

E, infelizmente, esse ano conturbado que entra, não terá o tempo satisfatório para organizar essas vergonhas e nem temos no momento homens confiáveis para que isso seja feito. Fatalmente e, infelizmente, não teremos um “FELIZ ANO NOVO” como merecemos e queremos. Vamos continuar desejando saúde, educação, segurança, respeito, moradia, saneamento e, principalmente, um combate rigoroso contra esse novo e trágico inimigo, que é esse micro mosquito, causador de macros estragos!

Portanto, para que sejamos realmente sinceros e honestos conosco, vamos, com muita fé em Deus, desejar que o próximo ano seja um ano de renovações de muitas dessas vertentes, nos preparando de melhor maneira, para que possamos dizer em 2017 com menos fantasias e mais coerências: “FELIZ ANO NOVO PARA TODOS”!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letra – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com

Segunda opinião é importante!

Antonio Nunes de Souza*

Abdias, homem comum, profissão pedreiro de mão cheia que, com sua experiência de mais de 20 anos, é capaz de, sozinho, levantar uma casa, inclusive a parte hidráulica, elétrica e pintura! Cidadão pouco letrado, mas, super qualificado e reconhecido na comunidade que vive. Podia-se dizer, sem medo de errar, que ele é um cara “retado de bom”!

Com sua vida pacata, uma mulher e duas filhas, tendo como transporte uma velha, mas bem cuidada bicicleta, que o levava para seus locais de trabalho e seus eventuais passeios. Um homem tranquilo, morando numa cidade pequena e tranquila, ainda livre das loucuras dos grandes centros.

Certa manhã, acordou com dores na barriga, tão agudas que, mesmo com seu forte corpo, não conseguiu ir trabalhar e, aconselhado pela esposa, foi ao posto médico do sus, para que fosse medicado. Lá chegando, curtiu a espera habitual e, com a ajuda de uma enfermeira que ele tinha feito a reforma da sua casa, foi atendido com maior presteza. O médico fez um exame minucioso, colheu sangue para exames, fez outros exames mais sofisticados em função da recomendação e, sem lhe dar nenhuma medicação especial, recomendou repouso absoluto, até os resultados dos exames que seriam feitos, que poderia ir buscar dois dias após!

Abdias saiu, ainda claudicante, sentindo as dores na parte baixa do abdome, que, chegando em casa, foi direto ao sanitário, quando foi cometido de uma disenteria daquelas fortes e volumosas, além de bastante mal cheirosa! Logo ele imaginou que sua doença era, simplesmente, um distúrbio intestinal, pois, assim que evacuou, sentiu um grande alivio. Deu graças a Deus, mas, mesmo assim, depois de tomar um chá dado pela esposa, resolveu descansar e nõo ir trabalhar!

Passados dois dias, voltou ao posto médico e, sem que esperasse, foi recebido com um carinho especial no balcão, onde a atendente, com rosto tristonho, passou para ele uma sequência de exames, contando que ele estava com um câncer, já em estado adiantado na região intestinal. Para ele foi um choque imenso e inesperado, pois achou que tinha apenas sido atingido com uma dessas eventuais dores de barriga em função de alguma alimentação. Saiu Abdias, que poderia ter mudado seu nome para “abnoites” de tantas nuvens pretas que pairavam em sua mente. A enfermeira sua amiga, querendo ser sincera com ele, disse-lhe que, pelos resultados dos exames, não cabia mais nem cirurgia ou aplicações de quimioterapia, radioterapia ou até Teveterapia se existisse.

Foi para casa super cabisbaixo, imaginando como dizer para sua mulher e sua filha de 15 anos, semelhante acontecimento, para quem tinha uma vida modesta, mas, bastante feliz! Chamou as duas para a sala e, com a voz chorosa e o coração partido de dor, mostrou os exames e falou sobre os diagnósticos. Foi um pranto só, todos abraçados, sofrendo o impacto da notícia. Porém, mesmo sem querer acreditar no que estava acontecendo, todos se restringiram a pensar que providências deveriam tomar, até esperar o anunciado e provável óbito em breves dias!

Abdias não foi mais trabalhar, ficando em casa apenas sofrendo e perguntando a Deus a razão de ser acometido, tão jovem e sadio de uma doença tão surpreendente e inesperada. Aí, como as esposas gostam de saber maiores detalhes, voltou ao posto médico a procura do doutor que o havia examinado, para, pelo menos, oferecer a Abdias um menor sofrimento durante seu período terminal. O médico, infelizmente, estava de férias e ela foi atendida por outro que, lendo todos os relatórios, achou estranho fato e, mais que depressa, abriu o programa do computador na ficha de Abdias e, para alegria e felicidade, tinha vizinho um outro Abdias e a moça da secretaria tinha por engano, dado um falso diagnóstico, que seria o do outro, para o nosso querido e trabalhador Abdias! O que ele estava sofrendo mesmo era uma disenteria ou, como é dito no interior, uma temporal CAGANEIRA!

A mulher, nem teve tempo de se aborrecer com o erro, voltou às pressas para casa, deu para ele seus reais resultados, já levando um frasco de “limonada purgativa”, para sanear o intestino assustador!

Pois é amigos, em todas as questões de nossas vidas, vale a pena ouvir uma segunda opinião!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com

Táticas dos pré candidatos!

Antonio Nunes de Souza*

Procuro evitar escrever sobre política, dedicando-me as minhas fantasiosas crônicas divertidas e, muitas vezes, bastante picantes e vaginantes. Mas, como posso ver as coisas andarem nas direções contrárias as que devem, repetindo ações insipidas e interesseiras e, como uma normalidade, encaradas pelos políticos de maiores capacidades e possibilidades, como atitudes bastante normais?     Há  dezenas e mais dezenas de anos, os micros partidos, ou até alguns medianos, mesmo tendo a convicção que seus candidatos jamais serão vencedores pela falta de apoios, verbas publicitárias, prestígios e conhecimentos pessoais, etc., mesmo assim, fazem suas festinhas de divulgação na mídia, pois, com isso, os prováveis candidatos que, realmente, são possível de se elegerem, procurá-los para que desistam das enganosas e espertas ideias, dando seus apoios, tempos de TV, rádios, etc. e, em troca, alguns cargos, muitas vezes até de secretarias, dependendo das “balas na agulha” que tenha tais figuras ou representatividades dos seus partidos!

Muito embora achando essa atitude oportunista e mais mercantil que pensando nos benefícios do povo, podemos até suportar, já que está tão sedimentada e enraizada no contesto público e político, que excluí-la, somente com o tempo e, quando tivermos uma leva de políticos com mais caráter e interesses, que os atuais. Porém, que pelo menos, numa atitude corajosa e para o bem da comunidade, cidade ou estado que vai dirigir e administrar, esses cargos sejam combinados que serão preenchidos por pessoas técnicas, qualificadas, competentes comprovadamente e dignas para ocuparem suas funções. Que esse OK seja, categoricamente exigido, deixando fora as nomeações de esposas, filhos, amantes, genros, amigos, ou partidários sem qualificação, apenas para oferecer um bom salário e o povo ser, pessimamente, mal servido!

Precisamos dizer a esses “partidos de Aluguel” que não somos donos de locadoras. Somos moradores de comunidades que precisamos de pessoas comprometidas com as nossas necessidades e não as suas particulares! Que aqueles que, realmente, vão ter possibilidades de serem candidatos, com viabilidades de serem eleitos, façam seus acordos insípidos, mas, colocando a observação da escolha nas nomeações. Podem ficar tranquilos que eles aceitam, pois, de cuias nas mãos, precisam se projetarem para o futuro e, colocando pessoas qualificadas representando suas siglas, aumentará seus cabedais eleitoreiros para as próximas eleições.

Vamos acompanhar durante o ano esse jogo de interesses, ver e analisar aqueles que melhor poderão cumprir suas promessas, serem mais rígidos nas escolhas dos seus segundos e terceiros escalões e, orando muito, pedir a Deus que as coisas melhorem!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGAL – antoniodaagral26@hotmail.com