terça-feira, 26 de julho de 2011

Desabafo de uma mãe!

                                                                               Antonio Nunes de Souza*

Por que será que eu errei meu Deus?
Cuidei de minha filhinha com o maior amor, desde pequenininha que lhe dava muito carinho, coloquei em uma boa escola, como ela gostava de dançar ensinei a dança da galinha, da manivela, o tititi, samba de roda, etc., e a danadinha, já com 10 anos, sabia requebrar e se pintava que parecia uma mocinha. Eu adorava vê-la dançando e me orgulhava mostrando as minhas amigas, como ela era sedutora, bonita e sensual.
Agora, com 15 anos, nem precisei ensinar a dança do rebolation, uma vez que ela já sabia rebolar mais que uma dançarina do ventre e, usando suas calças e saías curtas e rebaixadas na frente aparecendo às penugens do púbis, era uma gracinha e todos adoravam e aplaudiam minha querida Vera, que é uma verdadeira capetinha cheia de sedução. Como é desenvolvida para a idade, tem o porte de uma mulher feita, já com os seios pronunciados e, talvez devido aos requebrados desde infância, seu bumbum é lindo e empinadinho. Uma gracinha de moça!
Porém, nesse último carnaval, que estourou o “rebolation” ( para ela não era novidade), surgiu também trazida da África, a tal de dança do Kuduro e aí é que foi a minha desgraça! A danada da menina saiu nos blocos e ficou foi com a xoxota mole. Passou a dar para todo mundo, tornando-se uma “piriguete” de primeira, não mais me obedecendo, deixando os estudos de lado, chegando em casa somente de madrugada e, muitas vezes, dormindo fora dizendo que estava nas casas das amigas.
Nesse momento estou aqui na maternidade esperando terminar o seu parto, recebendo o presente de um neto, que ela nem sabe quem é o pai.
Esse meu desabafo é para chamar a atenção das mães que criam suas filhas estimulando, ainda criancinhas, nas danças de Madona, Lady Gaga, Shakira e outras, pensando que está fazendo o bem e, inadvertidamente, estão na verdade despertando uma sexualidade fora de época e perigosa.
Eu mesmo fui uma vítima disso, quando anos atrás, com 15 anos minha mãe me ensinou a dança da garrafa. Foi a conta para eu desandar e terminei arranjando Verinha numa produção independente. Mas, não tive os cuidados necessários que devia e o resultado foi assistir a reprize do filme da minha vida!

*Escritor (Blog  Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com -ansouza_ba@hotmail.com)

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