terça-feira, 26 de julho de 2011

É um mal necessário?

                                                                       Antonio Nunes de Souza*

Essa pergunta, totalmente paradoxal, cabe perfeitamente a uma série de coisas que acontecem por esse mundo afora, já que em algumas situações as soluções são complicadas perante as leis, entretanto, as necessidades e circunstâncias obrigam que sejam tomadas medidas conciliadoras, favorecendo os beneficiados de ambas as partes envolvidas, pelo menos, temporariamente.
No caso, estamos nos referindo a atuação desenfreada de “moto-táxis” na região, principalmente em nossa cidade que, seguramente, atende a uma grande parte da população dos bairros, facilitando seus deslocamentos nas suas tarefas diárias, com preços inferiores aos táxis, já que o município não conta com a quantidade necessária de transportes urbanos para cobrir essa lacuna.
Então, mesmo não havendo uma regulamentação oficial, pois o assunto é bastante controvertido e combatido por diversas camadas, mediante a necessidade imperiosa de atender essa faixa de usuários, fecha-se os olhos e tudo transcorre com certa normalidade, passando a ser, sem dar uma conotação pejorativa, um mal bastante necessário.
Porém, queiramos ou não a solução/problema existe, sendo de bom alvitre procurar dar um cunho mais fiscalizador, determinar um traje condizente para o condutor, capacete com cor padronizada para ambos ocupantes, registro do veículo regularizado, limitação de velocidade, respeito nas faixas e sinais e, principalmente, atestado de bons antecedentes.
Supomos que, com boa vontade e interesse de ver as coisas fluírem com melhor qualidade e segurança, o Departamento Municipal de Trânsito poderia fazer esse trabalho de cadastramento informatizado (inclusive com fotos) e que em seus coletes constassem em tamanho legível o número do seu cadastro para melhor identificação em casos de infrações. E, obviamente, fará com que o trânsito se torne menos caótico e perigoso. Após o cadastramento bastante essencial, seria dado um prazo para que sejam cumpridas as determinações, que poderia até ser um desfile no dia do aniversário da cidade, como um presente aos sofredores munícipes.
Que é necessário não temos dúvidas! Mas, que funcione de uma maneira adequada e racional, sem condutores de bermudas, chinelos, camisetas, sem habilitação, fazendo pontos aleatoriamente que incomodam no comércio e em algumas residências, infligindo todas as normas de trânsito.
Se é para conciliar, que seja com uma qualidade que o povo merece, deseja e apóia, até que soluções outras possam ocorrer para suprir essa premente necessidade de deslocamentos.

*Escritor (Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com -ansouza_ba@hotmail.com)

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