quarta-feira, 27 de julho de 2011

A mulher obtuária!

                                                                             Antonio Nunes de Souza*

Como sempre estamos ampliando nossas amizades, desta feita, através de um amigo filósofo, conheci uma mulher inteligente, bem informada, educada e de uma simpatia inigualável que, apenas com um encontro deixou-me fascinado pela sua agradável companhia, fazendo com que eu tentasse procurar logo ampliar os encontros, no sentido de desfrutar de um papo centrado, enriquecedor e alegre.
Até aí tudo ia muito bem e, como o desejo era de todos nós (eu, ela e o filósofo), passamos a marcar encontros semanais, enfeitando as nossas noites de final de semana, com reuniões divertidas e salutares, regadas a um bom vinho e comidas especiais, já que ambos são ligados a culinária vegetariana. Pela minha alegria e satisfação de estar com eles, resolvi até me submeter a comer folhas e legumes e, quando chegar em casa, bater meu pratinho de carnes e outras iguarias consideradas por eles como pecaminosas e verdadeiros venenos.
Porém, o curioso de tudo isso é que todas as vezes que marcamos um encontro ou reunião acontece uma morte de alguém ligado ao grupo, fazendo com que os programas não se realizem, pois, em função da solidariedade, não tem cabimento estarmos nos divertindo.
Pode parecer um exagero da minha parte, mas, por quatro vezes consecutivas esse fato ocorreu, inclusive, em princípio achamos engraçado, porém, pelas repetições, passou a ser preocupante e constrangedor, nos fazendo pensar sobre o assunto e, certamente, ter maiores cuidados com essa mulher obituária, já que a conhecidência estava muito acentuada.
Então, enquanto as mortes eram somente de pessoas com alguns parentescos (próximos e distantes) das pessoas do grupo, mesmo não sendo nada comum, ainda dava para segurar, porém, mantendo uma grande desconfiança e cuidados para convidá-la para qualquer coisa,  mesmo sendo ela uma pessoa maravilhosa. Aí, não sei se reforçando seus poderes mortíferos, começou a acontecer problemas graves de saúde com nossos amigos, levando um até para cirurgia cardíaca e CTI.
Mermão a coisa pegou feio! Com certeza essa mulher vai nos matar aos poucos, dizimando o grupo e depois ficar com seu amigo cantante rindo do pequeno holocausto que causou.
Sagazmente, resolvi me afastar de tal criatura fúnebre e mortífera que, com as características de santa, no fundo pretende nos mandar para as profundezas do outro mundo. Mas, antes de tomar essa atitude, fui saber mais detalhes sobre sua pessoa e, curiosamente, descobri que a sua formação com pós, mestrado e outros cursos mais, é de enfermagem. Aí foi que fiquei chocado! Uma enfermeira que atrai a morte!
Com minha fértil imaginação, deduzo que sua amizade com o nosso amigo filósofo é nada mais nada menos para que ela provoque o óbito e ele escreva os epitáfios nas sepulturas.
Peço encarecidamente aos meus amigos que, se por ventura eu sentir algum problema de saúde, não me leve para o hospital que essa mulher trabalha!!!
Eu hem! Vade retro satanás!!!

*Escritor (Blog Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)

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