Antonio Nunes de Souza*
Suponho que esse foi o brado e grito de independência dos jovens bancários Adervan e meu querido primo Ramiro (para mim Mirinho), há trinta anos, quando decidiram criar e implantar mais um jornal em nossa cidade.
Naquela época contávamos com vários outros diários e semanários, mas, sinceramente, se fazia necessário algo novo que mudasse um pouco as estruturas existentes, fosse inovador e vanguardista, demonstrando maiores competências, voltado com mais apuro e dedicação ao mundo econômico, financeiro, comercial, industrial e político dos grapiúnas, sem deixar de lado a parte social, principalmente às colunas que sempre alimentaram os egos das madames e dondocas que, obviamente, jamais podem sobreviver sem que sejam elogiadas semanalmente, merecidamente ou não. E, como aqui era e continua sendo (mesmo com a tragédia das pragas do cacau) uma região de novos investidores e aventureiros, a grande fatia de emergentes alimentará sempre essa vertente que jamais acabará.
Muitas dificuldades foram encontradas, pois, além das estruturações jornalísticas, reportagens, artigos, entrevistas, etc.,existia ainda o peso da diagramação, a assencialíssima parte gráfica e a distribuição.
Talvez, pela popularidade dos dois corajosos jovens, relacionamentos familiares, bancário e comercial, a parte publicitária foi, relativamente, facilitada, já que se tratava de um empreendimento de divulgação e a vaidade na época mexia com os brios de todos para também participarem das novidades através das suas empresas. Muito embora, sabemos todos que esse rendimento e a venda em bancas nunca são satisfatórios para cobrir as despesas decorrentes. Mas, ajuda a fazer o barco navegar.
O fato é que, aos troncos e barrancos, esses dois heróis conseguiram rodar a primeira edição, mostrando já de início que vieram para ficar, plantando uma semente que, trinta anos depois, transformou-se em uma árvore frondosa, cobrindo os acontecimentos regionais, nacional e mundial.
Embora seguindo uma linha elitista, não deixa de se preocupar com os assuntos ligados ao povo e sempre deu liberdade aos seus colaboradores a exporem suas idéias, seus projetos e pensamentos, deixando que os leitores analisem, reflitam e sigam o que acharem ser o melhor e mais correto para todos. Raras são as vezes que o radicalismo é despontado com veemência. Mas...acontece eventualmente, pois faz parte da mídia mundial algumas vezes trabalhar com certas tendenciosidades, que representam a tal da sobrevivência pacífica!
Com essa síntese de um marcante fato que fará parte de nossa pobre e destruída história, quero parabenizar esse jornal que “Agora” e sempre, todos os dias ao amanhecer, como um arauto mudo, através das suas páginas entrega de bandeja o complemento de um bom café da manhã, lutando contra todas as adversidades e acidentes de percursos, procurando informar, educar, orientar, proporcionar bons negócios, dar prazeres através dos seus artigos, crônicas, poemas e outras variedades e, mesmo depois de lido, relido continua, como todos os maiores jornais do país, ainda continua prestando seus serviços nas feiras livres para enrolar mercadorias, limpando vidraças, servindo de tapete para os flanelinhas após as lavagens de carros e, por último, despede-se honrosamente da sua ida útil, como papel higiênico para os pobres, partindo para ser reciclado!
O Agora é a prova viva da teoria de Lavoisier: ...nada se perde tudo se transforma!
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