segunda-feira, 19 de agosto de 2024

PORQUE ME ENGANARAM POR TANTO TEMPO? (Clique e leia)

 Antonio Nunes de Souza

Na minha infância querida, que os anos não trazem mais, aprendi através da mídia (cinema, cartazes, rádio, etc.) que devíamos respeitar os Estados Unidos como a maior potência bélica e econômica do mundo. Tratava-se de um país de um poderio tão forte e na frente de todos que, quando acidentalmente, víamos um americano ao vivo, nos curvávamos de gentilezas e preocupações para sermos gentis e subservientes, demonstrando claramente a nossa inferioridade!

Os japoneses, coitados, eram retratados na propaganda americana como perversos, traidores, frios e sanguinários! Quem via um filme americano alusivo a segunda guerra, tinha certeza e convicção, que se não fossem jogadas as bombas em Hiroshima e Nagasaki, eles destruiriam toda face da terra, através de monstruosas crueldades. Quando eu via casualmente na rua um japonês, tremia de medo, pensando que ele ia me matar pelas costas, me dar um golpe de karatê, ou fazer eu pisar numa mina explosiva!

Com os russos foi diferente! Graças a Deus, era quase impossível encontrar-se com um russo na rua. Pois, não havia lugar que não estivessem expostos grandes cartazes, com um soldado mal encarado chicoteando uma série de homens acorrentados, submetendo-os as piores torturas para executar trabalhos brutais, e além das suas forças. Uma cena aterrorizante, mostrando como o comunismo era algo assustador e maléfico para o mundo. Ainda como complemento, comentava-se a boca pequena, que eles até comiam crianças (devia ser “ao primo choro” por ser uma carne mais molinha e tenra). Eu me pelava de medo quando alguém, apenas pronunciava a palavra: comunismo ou União Soviética!

Cresci com esse respeito profundo pelos mais inteligentes e poderosos americanos, medo avassalador dos japoneses e pavor pelos abomináveis russos. Sentia um orgulho maravilhoso do meu Brasil. Uma vez que, mesmo meu país sendo do terceiro mundo, era belo, não havia torturadores, injustiças, nossos governantes eram homens sérios e que aqui era a terra da felicidade!

Mas, com o decorrer dos anos, lendo, convivendo e entendendo melhor as coisas, juntamente com os fatos que foram acontecendo, cheguei a conclusão que me enganaram, substancialmente, incutindo em minha pobre cabeça, uma realidade totalmente inversa, simplesmente por interesses econômicos, e pela avidez de conquistar os podres poderes!

Hoje sabemos que os americanos não são nada disso que dizem ser: O FBI não é polícia mais eficiente do mundo, já foi comprovada uma série de corrupções em vários escalões. E só desvendam todos os crimes, nas telas dos cinemas. Seu poderio bélico é possante, mas, suas defesas são ridículas e vulneráveis (lembrem-se dos ataques as torres e ao pentágono as 10:00 hs, sem que ninguém tenha visto em seus poderosos(?) radares), estive lá na época, e vi a montanha de entulhos resultantes da destruição dos ataques. Sem contar a economia debilitada, desemprego, preconceito brutal, crimes hediondos, tráfico de drogas, massacres escolares, etc. Suas precauções contra os problemas climáticos na natureza, são de uma fragilidade incrível. Sempre que tem uma furação, ou hecatombes similares, os resultados são iguais ou superiores aos países ultra subdesenvolvidos. Fora às coisas que não chegam ao nosso conhecimento, pois, eles não são como nós brasileiros, que adoramos falar mal da nossa pátria, muitas vezes exagerando a realidade, mas, nada fazem para melhora-la. E ainda conta com políticos asquerosos como Trump!

Quanto ao Japão (país dos homens malvados), esse deu uma lição fantástica ao mundo, mostrando a capacidade de trabalho de um povo que ama realmente sua pátria, recuperando-se completamente das ruínas, como um verdadeiro Fênix, tornando-se um país forte, rico e com tecnologia das mais avançadas e competentes em todas as áreas. Um povo sábio e trabalhador que, se não tomar cuidado, os americanos estragarão com sua milenar cultura, pois, já estão influenciando seus jovens com a música, comida (os MC Donald da vida) e o vestuário!

Já os russos, por não saberem administrar seu povo, dando os direitos juntamente com a liberdade de pensamento e ação, terminaram criando uma turbulência de conflitos, muita corrupção, revoltas e uma série de dissidências. E com isso, em vez de um país com dimensões continentais, tornou-se um amontoado de republiquetas cheias de necessidades e dependências. Hoje, em vez de ser um povo com igualdade social e direito a uma vida decente, lamentavelmente, tornou-se o mau exemplo, desmoralizando um regime e partido que tem uma plataforma belíssima, para a humanização e igualdade no mundo. A Rússia, inconformada com o término da União Socialista Soviética, ainda provoca guerras por terras e poderes!

Quanto ao meu Brasil, prefiro não dizer nada, pois, a todo momento que ligamos o rádio, a tv ou lemos os jornais, ficamos estarrecidos com o comportamento nada digno dos nossos políticos. Logicamente estou referindo-me a grande maioria, independente de ligações partidárias. O vexame é praticamente global. Porém, não posso deixar de dizer que, muito lamentavelmente, estamos vivenciando desgovernos assustadores, onde a insegurança, miséria, fome, desemprego, desmatamento, inflação, mentiras e cinismos, fazem com estejamos desmoralizados mundialmente, como nunca aconteceu em nosso querido país. Somente são inocentes, aqueles que souberam melhor esconder seus pecados e, por enquanto, não vieram a tona!

Meu sentimento é ter hoje a confirmação, que na mais pura verdade, me enganaram por tanto tempo!

E tem mais um detalhe, a comprovação acintosa que fui ludibriado[u1] , foi quando resolvi ir para a faculdade fazer Licenciatura de História. Aí, tranquilamente, foi reforçada minha certeza que estamos todos nivelados por baixo, principalmente os partidos, crenças, artes, literatura e futebol!

Que apareça logo um novo “Silvio Santos” para nos dar alegria, pelo menos aos domingos, e durante o mês a esperanças de ganhar os seus distribuídos prêmios!

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!


 [u1]


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