sexta-feira, 23 de agosto de 2024

O QUE DIZEMOS MAQUINALMENTE! (Clique e leia)

Antonio Nunes de Souza*

Pela divisão de tempo através de datas e períodos (segundos, minutos, horas, dias, meses, anos e séculos), nós, modestos e obedientes humanos, já nos acostumamos a seguir essa regra estipulada que, fugir desse óbvio, nos tornam até pessoas erradas e esquisitas por nos deixar levar por novos ditames mais pertinentes e menos floreados!

Nas mudanças ou passagens de anos, tendemos sempre para os desejos comuns de melhoras, mais brilhos, êxitos, vitórias e as outras coisas básicas necessárias, ou até de ampliação de riquezas e status. Tudo isso faz parte efetiva e bondosa no linguajar corriqueiro do fim e princípio dos anos e nos aniversários.

Tornou-se normalíssimo e comum, recebermos e passarmos tais palavreados, com naturalidade, sem atinar que estamos, simplesmente, sendo repetitivos e que, se nós todos não nos modificarmos nossos comportamentos, nada de novo acontecerá e, possivelmente, baseando-se na lógica e exemplos passados, cada ano sempre terá características adversas e cheias de frustrações em todas vertentes, quer sejam privadas, públicas e, principalmente, política!

Enquanto a conscientização estiver calcada somente em seu bem estar, não considerando que vivemos em comunidade e os direitos devem ser iguais, assim como as oportunidades, teremos uma desigualdade grotesca que, fatalmente, serão criados tumultos por insatisfações e desgostos pelas indiferenças e descriminações, que descambará para uma guerra social, onde todos sempre serão prejudicados, todos apontando culpados, quando na verdade os culpados são todos!

Pra mim, que olho com frieza essas coisas, tanto faz ser dia de ano novo, como 2 de novembro dia de finados, simplesmente digo que vamos vivenciar mais um dia de enfrentamentos problemáticos, aborrecimentos pelos atendimentos e assistências públicas e privadas insatisfatórias e, como se tornou obvio, reclamar dos mesmos e novos culpados, sem ter a preocupação de olhar para dentro de mim e, corajosamente, dizer: “Toda essa merda eu ajudei a causar!” E, mais corajosamente, modificar e aconselhar nossos parentes e amigos, para que façam o mesmo pelo bem de todos! Modestamente, aproveito minhas crônicas, para levar um pouco dessa minha inquietude e sentimento de alguma culpa que cometi por ser também humano, e me ensinaram de uma forma que jamais funcionou e nunca funcionará!

Não consigo entender essa “cultuação” tão fantástica a figura de Jesus Cristo pelos religiosos e, ao mesmo tempo, o esquecimento completo das suas palavras e conselhos filosóficos. Talvez essa grave falta seja o maior pecado dos homens, perante sua entidade (?) maior!

Não repitam maquinalmente as expressões idiomáticas: Deus me livre! – Graças a Deus! – Deus é mais! – O Senhor é meu pastor nada me faltará – Deus está no comando – Em nome de Jesus e muitas outras, que são chavões corriqueiros entre os religiosos ou não. Procurem, acima de tudo, serem mais solidários, humanos, fraternos e bondosos, que, com certeza, sua entidade superior deve estar lhes vendo e acompanhando seus passos!

Usar exageradamente esse fraseado, torna-se bastante ridículo, pois, somente falando sem os bons e devidos comportamentos, nada lhe ajudará na hora da sua ilusória ida para o céu!

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos menros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!


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