Antonio Nunes de Souza*
Pela
divisão de tempo através de datas e períodos (segundos, minutos, horas, dias,
meses, anos e séculos), nós, modestos e obedientes humanos, já nos acostumamos
a seguir essa regra estipulada que, fugir desse óbvio, nos tornam até pessoas
erradas e esquisitas por nos deixar levar por novos ditames mais pertinentes e
menos floreados!
Nas
mudanças ou passagens de anos, tendemos sempre para os desejos comuns de
melhoras, mais brilhos, êxitos, vitórias e as outras coisas básicas
necessárias, ou até de ampliação de riquezas e status. Tudo isso faz parte
efetiva e bondosa no linguajar corriqueiro do fim e princípio dos anos e nos
aniversários.
Tornou-se
normalíssimo e comum, recebermos e passarmos tais palavreados, com naturalidade,
sem atinar que estamos, simplesmente, sendo repetitivos e que, se nós todos não
nos modificarmos nossos comportamentos, nada de novo acontecerá e,
possivelmente, baseando-se na lógica e exemplos passados, cada ano sempre terá
características adversas e cheias de frustrações em todas vertentes, quer sejam
privadas, públicas e, principalmente, política!
Enquanto
a conscientização estiver calcada somente em seu bem estar, não considerando
que vivemos em comunidade e os direitos devem ser iguais, assim como as
oportunidades, teremos uma desigualdade grotesca que, fatalmente, serão criados
tumultos por insatisfações e desgostos pelas indiferenças e descriminações, que
descambará para uma guerra social, onde todos sempre serão prejudicados, todos
apontando culpados, quando na verdade os culpados são todos!
Pra
mim, que olho com frieza essas coisas, tanto faz ser dia de ano novo, como 2 de
novembro dia de finados, simplesmente digo que vamos vivenciar mais um dia de
enfrentamentos problemáticos, aborrecimentos pelos atendimentos e assistências
públicas e privadas insatisfatórias e, como se tornou obvio, reclamar dos
mesmos e novos culpados, sem ter a preocupação de olhar para dentro de mim e,
corajosamente, dizer: “Toda essa merda eu ajudei a causar!” E, mais
corajosamente, modificar e aconselhar nossos parentes e amigos, para que façam
o mesmo pelo bem de todos! Modestamente, aproveito minhas crônicas, para levar
um pouco dessa minha inquietude e sentimento de alguma culpa que cometi por ser
também humano, e me ensinaram de uma forma que jamais funcionou e nunca
funcionará!
Não
consigo entender essa “cultuação” tão fantástica a figura de Jesus Cristo pelos
religiosos e, ao mesmo tempo, o esquecimento completo das suas palavras e
conselhos filosóficos. Talvez essa grave falta seja o maior pecado dos homens,
perante sua entidade (?) maior!
Não
repitam maquinalmente as expressões idiomáticas: Deus me livre! – Graças a Deus!
– Deus é mais! – O Senhor é meu pastor nada me faltará – Deus está no comando –
Em nome de Jesus e muitas outras, que são chavões corriqueiros entre os
religiosos ou não. Procurem, acima de tudo, serem mais solidários, humanos,
fraternos e bondosos, que, com certeza, sua entidade superior deve estar lhes
vendo e acompanhando seus passos!
Usar
exageradamente esse fraseado, torna-se bastante ridículo, pois, somente falando
sem os bons e devidos comportamentos, nada lhe ajudará na hora da sua ilusória ida
para o céu!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos menros fundadores da Academia Grapiúna de
Letras!
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